2 Anos trazendo a lógica!!

O que Twilight me ensinou – 10 anos depois (ou quase isso)

É muito estranho estar de volta. Não só porque tem MUITO tempo, mas também porque, de alguma forma, eu não sou mais a Lily que vocês conheceram.

Não que ela não exista mais. Muito dela ainda está dentro de mim. Mas foram tantas as coisas que vieram depois que a menina do vestido xadrez foi em busca de novos projetos… sei que é parte do crescer e do amadurecer, mas é estranho falar com vocês tendo que resgatar a Lily que há tanto tempo não se via. Que há tanto tempo nem eu mesma via.

Mas é bom saber que essa Lily, embora mais na dela, ainda está presente no meu dia a dia em algumas partes. E em outras ela foi capaz de seguir em frente. E é sobre um pouco disso que quero falar aqui: o que restou e o que evoluiu.

Lily continua odiando Twilight? SIM SENHOR.

Mas Lily ainda tem raiva de Twilight? Não. Não tem.

Confused Travolta  Original Pulp Fiction ANIMATED GIF

Ué?

São dois sentimentos diferentes. Talvez não fossem na época, mas hoje são. 

Eu continuo achando que Twilight é BASTANTE PROBLEMÁTICO. Não se enganem, isso não mudou e duvido muito que Midnight Sun trará alguma surpresa nesse sentido (até porque, se o que foi vazado se mantiver… a gente conhece bem onde termina).

Eu ainda tenho muito pra falar (e falarei) sobre os problemas que essa série traz em seu conteúdo (não só em termos de narrativa, mas de valores mesmo). Até porque agora temos o que chamo de “Filhos do Twilightismo” (oi 50 tons, estou falando com você). E realmente acredito que a volta dos que não foram de Midnight Sun nos obriga a ver o quanto de fato essa série era.. difícil de engolir.

Mas uma coisa eu sou obrigada a admitir: o mundo mudou muito. E manter um sentimento de raiva contra qualquer coisa que seja se comprovou ser MUITO perigoso.

O mundo não precisa de raiva. Na verdade, considero que, nesse momento, o mundo tá precisando MESMO é de uma coisa: amor. Não um amor cego, obsessivo e permissivo. Mas um amor inteligente, baseado em fatos sólidos, em conhecimento, em tolerância para a discussão e para a liberdade consciente. Um amor responsável.

Foi esse tipo de amor que tenho orgulho de dizer que defendemos e que tentamos praticar em nossas relações com quem nos acompanhava (mesmo com alguns percalços e outros tantos lovers que nos tiravam do caminho – vamos lá, se eu não sou um Buda da sabedoria hoje, quem dirá nos meus vinte e poucos anos, com todo um futuro de esperanças pela frente e com toda a arrogância que isso traz).

Shaka-de-virgem

Aqui pregamos o #ShakadeVirgemWayofLife

Quando a notícia de Midnight Sun saiu e, consequentemente, voltamos para o frenesi do blog (e digo, foi um sentimento intenso até chegarmos aqui com aquele post), eu tive que repensar como eu queria ser nesse ambiente. Em 2009 tinha raiva porque a situação também era outra. Os comportamentos e vivências eram tão diferentes que hoje tudo parece que aconteceu há 50 anos e não há 10. Sentíamos raiva porque víamos uma coisa não indo bem e tínhamos esperança de que poderia ser melhor, e por isso não me conformava que pudessem escolher o caminho “ruim”.

Mas o caminho já naquela época era bem mais turvo do que eu queria admitir. Hoje então…

Veja bem, eu sinto orgulho do que fiz aqui. De certa forma considero que foi importante. Porque acho que todos podemos concordar que, mesmo quem ainda gosta de Twilight, reconhece que a série tem MUITO problema. E fomos parte disso, dessa construção de entender que ok a gente gostar de algumas coisas bizarras (eu tenho meus guilty pleasures ainda hoje, talvez até mais que naquela época), mas que tem algumas coisas que simplesmente não dá.

Eu, pelo menos, não vejo mais meninas suspirando de amores e desejando um Edward (ou mesmo similares) na vida delas – pelo menos não sem assumir que ele tem problemas, mas é amor, e quem explica? Aquele lover que a gente tanto criticou… esse, pelo menos da minha vida, sumiu.

(e se você ainda conhece algum, favor deixá-lo no ostracismo, obrigada)

Só que esse comportamento “lover” que a gente tanto criticou, tanto bateu, com quem tanto brigamos… ele existe ainda. Talvez não muito no fandom de Twilight (hope so), mas em outros setores da vida. Em setores que nos impactam tanto (ou arrisco dizer, até mais) quanto a literatura “juvenil”.

Depois desses anos todos, eu descobri que o que fazíamos de especial aqui não eram as brigas, a hostilidade – embora, não sejamos hipócritas, nos divertimos MUITO com elas.

O que fizemos de especial aqui foi nossa defesa e nossa vontade de valorizar a razão, mesmo com tanta emoção em jogo (incluindo de nossa parte). De querermos que nossa bandeira fosse sempre fazer as pessoas refletirem e questionarem.

E por isso nossos textos eram enormes, por isso a gente se matava para pesquisar e construir argumentos. Por isso ficamos tão envolvidos e, consequentemente, pessoas nos ouviam, até quem não concordava. Porque teve briga, mas também teve muita discussão boa, com pessoas argumentando e convivendo em paz. Mesmo quando falhávamos (não só no blog e no “anti-fandom”, se é que isso existe, mas também na vida pessoal).

Mas isso funcionou há dez anos. Hoje, qual o sentido de criticar Twilight? Quando tantas de nossas bandeiras defendidas naquela época são hoje bem aceitas e até melhor defendidas por muita gente boa por aí?

Hoje o “ódio” a Twilight, pelo menos de minha parte, não precisa ser raivoso. Mas precisa continuar sendo crítico. Para que, quando Midnight Sun sair, possamos incentivar novamente discussões saudáveis e que (sonho meu) possa nos proporcionar algumas risadas também. Risadas com respeito.

Não quero aqui chutar cachorro morto – Twilight pode ainda ser um sucesso, mas convenhamos que muita gente bateu nele e muita gente nem liga mais no mesmo tanto de antes – e sim entender o que ainda precisa ser dito, melhorado e discutido (sempre com base em argumentos sólidos, bem estruturados). O que ainda tem de problema e como isso nos impacta hoje.

Se for pra brigar, que seja pela diversidade de pensamentos e ideias. Que seja contra quem não aceita o contraditório e o debate. Isso nós continuaremos trucidando por aqui, mas eu espero do fundo do coração que não seja o clima.

É “hater”, mas não precisa ser radical. A gente gosta mesmo é do bom debate. E de biscoitos (reais e virtuais).

Biscoito Oreo em Promoção nas americanas

Aceito minha parte em Oreos

Estava com saudades <3

Lily

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