2 Anos trazendo a lógica!!

Teses e Comparações

Romeu e Julieta – o que o mundo esqueceu

Incluindo Stephenie Meyer

Todo mundo já ouviu falar de Romeu e Julieta. A aclamada peça de teatro de William Shakespeare atravessa gerações (e MUITOS anos), inspirando autores e apaixonados de todas as formas. Inclusive, dizem algumas más línguas que andou inspirando Stephenie Meyer também. Afinal, todas as citações da obra shakesperiana que aparecem em Twilight devem ter servido como inspiração para alguma coisa (ou será que não?). Também costumam relacionar o casal Edward e Bella a Romeu e Julieta, mesmo depois que Meyer declarou que “Romeu e Julieta eram meio idiotas, eles mal se conheciam quando ficaram juntos” (o que também assusta um pouco, pode confessar). E aí fica aquela pergunta: terá um sentido nisso tudo?

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Olha, sentido ATÉ TEM. Afinal, amores sublimes e desmedidos como o de Romeu e Julieta, tem aos montes, e Meyer não foi a primeira e nem a última que usou do amor proibido a ponto de causar suspiros em milhares de românticos por aí. A questão é: até que ponto Meyer usou, de fato, a VERDADEIRA essência do romance de Shakespeare (e até que ponto ela realmente ENTENDEU do romance)?

Bem, os haters já devem imaginar a resposta que eu tentarei dar no final do post. Mas para TENTARMOS buscar uma resposta, temos primeiro que pensar o que foi Romeu e Julieta. E isso é uma questão complicada. A começar que eu não sou nenhuma entendida máxima no assunto da Literatura (embora tenha estudado um pouco na faculdade e lecionado a matéria por um ano, mas o que quero dizer é que não sou nenhuma expert e também não sou da Área de Letras, então tudo que falarei aqui é através dos estudos que fiz no Ensino Médio, bem como do material que li na época que fui professora). Segundo, e creio que nosso principal “problema”, é que Romeu e Julieta já foi imortalizado como o “maior romance de todos os tempos”, no sentido de que ele é visto apenas como “uma história de amor”, quando na verdade a coisa é BEM maior do que isso. Terceiro… bem, terceiro problema, a meu ver, é que, hoje, Romeu e Julieta é uma história conhecida, mas pouco lida (ou assistida). Muitos sabem que Romeu era um Montecchio, Julieta uma Capuleto, e as duas famílias eram inimigas. Muitos sabem que eles morreram no final. Mas, muitas vezes, é só. É como a historinha da Chapeuzinho Vermelho, é uma história do conhecimento público que a gente conhece porque ouve outros dizerem. Mas a sua totalidade, e tudo que envolveu a sua confecção… bem, os que sabem alguma coisa viu algum filme (o mais recente, que eu me lembre, é a versão com Leonardo di Caprio, da década de 90 – um filme interessante, aliás, porque, apesar de manter os diálogos originais, contextualiza a história em algo mais… contemporâneo). E às vezes, nem isso é suficiente para fazer com que possamos ver além dos beijos e abraços dos dois infelizes apaixonados.

Então, vamos começar falando só de Romeu e Julieta:

1) Classicismo – a volta da razão

A primeira coisa que devemos ter em mente é o período em que Shakespeare viveu, bem como a escola literária em que ele se encaixou.
William Shakespeare (1564-1616) pertenceu a um movimento conhecido como Classicismo. Vamos dizer que Classicismo foi a manifestação literária do Renascimento. O movimento Clássico se espalhou não só na Inglaterra, mas também em outros países como Portugal (cujo principal representante era Camões) e Espanha (Miguel de Cervantes). As características do Classicismo são basicamente: a valorização da cultura antiga (principalmente a greco-romana), o resgate dos valores pagãos (muitas vezes utilizados em mescla com os valores cristãos, como Camões fez em “Os Lusíadas”), e o principal: a valorização dos conceitos ligados à razão (racionalismo, universalismo, naturalismo, etc). Vejam bem: valorização da RAZÃO. Ou seja, sentimentos poderiam até ser retratados e explicados, porém seriam vistos com um viés RACIONAL. Afinal, a Europa estava saindo de um período bastante agitado (e as Cruzadas que o digam), quando a emoção, sobretudo a religiosa, eram não só a vida, mas também a diretriz do estilo de vida. Até mesmo para apagar e desvalorizar toda a produção medieval (que não é pouca e muito menos pobre, que fique claro), os clássicos fizeram questão de rebater cada ponto, e para isso apertaram forte na tecla da razão: os sentimentos podiam ser bonitos, mas ao mesmo tempo eram perigosos. E eles retraram isso das mais diversas formas.
Cervantes foi um dos mais “cruéis”, satirizando nosso querido Dom Quixote, apaixonado por romances e por novelas de cavalaria, a ponto de que até seu escudeiro, Sancho Pança, fosse mais inteligente (sendo ele a voz da razão para o louco Dom Quixote – o que seria considerado um absurdo entre os cavaleiros, imagine um escudeiro sendo mais que seu mestre). Camões não foi muito diferente. Nota-se isso em seu trabalho minucioso em deixar seus poemas perfeitos, sempre na medida nova, com esquemas constantes de rimas e temas também constantes (seus poemas líricos, principalmente).

Ah, mas Camões criou o poema do “Amor é fogo”. O que tem de racional nisso?

Bom, vamos analisar o poema.

“Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade
se tão contrário a si é o mesmo amor?”

Bonito? Concordo! Mas vejam bem… amor é fogo que arde, é ferida, não contenta completamente, te deixa solitário, e o ponto chave: deixa a pessoa completamente à mercê de outra (fica preso por vontade, você é leal a alguém que talvez te mate). Apesar do poema ser bonito (e bastante sincero), ele é meio claro: amor é um sentimento meio paradoxal, e por vezes perigoso (mas como causar pode seu favor, nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo amor?). Isso é o lado racional do poema falando mais alto: o sentimento existe, é complexo, mas não é tão bonito assim (mesmo que o poema seja).

Oks, e onde William Shakespeare se encaixa nisso?

Bom, vamos dizer que William foi nosso representante inglês do Classicismo. Seus trabalhos mais famosos foram peças de teatro como Hamlet, Rei Lear, Otelo, Macbeth, Sonho de uma noite de verão e, claro, Romeu e Julieta.

Antes de falar de Romeu e Julieta especificamente, quero falar de duas obras de Shakespeare que eu particularmente conheço um pouco e demonstram o que quero dizer sobre valores clássicos: Otelo e Sonho de uma noite de verão.

Bem, Otelo é um drama. Conta a história de um mouro (árabe), que apaixonado pela bela e européia Desdêmona, se torna cristão e se casam (meio a contragosto do pai dela, mas caso que foi resolvido rapidamente, principalmente porque Otelo era um homem muito bem visto entre os membros do governo). A felicidade do casal ia muito bem, até que Otelo, general do reino de Veneza, promove Cassio (seu grande amigo e um dos responsáveis por ajudar Otelo e Desdêmona a ficarem juntos) a tenente, causando a ira de Iago, alferes que queria o posto.

O que Iago faz? Causa uma intriga digna de novela das oito (ou até mais do que isso, tendo em vista a qualidade das novelas ultimamente), forjando cartas de amor de Desdêmona para Cassio, e fazendo com que Otelo descubra. O ponto alto da intriga se dá quando Otelo encontra o lenço que deu a Desdêmona no quarto de Cassio (obra de Iago, claro). Descontrolado, Otelo acusa Desdêmona de traição e a mata por asfixia. 

Quando descobre a armação de Iago, se desespera e se mata.

Cabe dizer aqui duas coisas, uma sobre Otelo e outra sobre Desdêmona. O mouro era considerado um homem fiel, inteligente, forte e tinha grande estima entre os membros do Estado de Veneza. Suas habilidades e estratégias faziam dele uma pessoa de confiança, tanto que foi capaz de convencer o pai de Desdêmona, Brabâncio, e todo o governo de que ele era um bom marido e que eles poderiam ficar juntos (o que era meio raro, tratando-se da união de um europeu com um mouro). Desdêmona, por sua vez, era completamente apaixonada por Otelo. Suas cartas de amor e sua dedicação ao marido (a ponto de desafiar seu pai e o governo de sua nação) eram claras, e ninguém jamais duvidaria de seu amor, quem dirá dizer que ela o traía.

E o que amor fez a eles? Principalmente a Otelo? Transformou-o em uma pessoa desconfiada, descontrolada e matou a ambos, Desdêmona e Otelo. O amor de Otelo era tão desmedido e perigoso que ele sucumbiu aos planos de Iago, como um patinho pagando uma pensão para Stephanie Brito.

Talvez, se Otelo tivesse sido mais racional e apurado o caso com mais cuidado (e tido mais paciência), talvez Desdêmona não tinha morrido. Mas não foi o que aconteceu. Desdêmona e Otelo morreram. Morreram vítimas de um sentimento desmedido, controlado pelos ciúmes. É Shakespeare dizendo “olha só, se não tomar cuidado, se deixar se levar pelo amor, é isso que acontece”.

(e só pra lembrar, Dom Casmurro, de Machado de Assis, foi baseado em Otelo. Vejam também o final de Capitu e de Bentinho)

E aí temos Sonho de uma noite de verão. Essa obra é o total oposto de Otelo: é uma peça leve, de comédia, que retrata a predileção dos clássicos pela cultura greco-romana. A história se passa em Atenas, e começa com Egeu querendo casar sua filha Hérmia a força com Demétrio. Porém, Hérmia é apaixonada por Lisandro, enquanto que sua melhor amiga, Helena, é apaixonada por Demétrio. Para resolver a situação, Hérmia e Lisandro resolvem fugir de Atenas, pois aí podem se casar em outra cidade, livrando-se assim da obrigação do casamento com Demétrio e deixando o caminho livre para Helena.

Os problemas começam quando, na floresta por onde os apaixonados irão passar em sua fuga, está acontecendo a briga entre a rainha das fadas, Titânia, e o rei das fadas, Oberon: ambos disputam a posse de um menino indiano, que é protegido de Titânia. Para descontar sua raiva com a briga e conseguir o menino para si, Oberon arma com o elfo Puck uma armadilha para ela: aproveita que uma companhia de teatro amadora de artesões está ensaiando uma “tragédia hilariante” para o casamento do Duque de Atenas, Teseu, e pede para que Puck jogue uma poção do amor para Titânia se apaixonar perdidamente por algum deles (e quando digo perdidamente, é perdidamente MESMO, para Titânia fazer TUDO pelo seu novo amado, inclusive entregar o menino indiano). Ao mesmo tempo, Oberon presencia a novela de amor de Hérmia, Lisandro, Demétrio e Helena. Demétrio, furioso ao descobrir sobre a fuga de sua noiva, vai para a floresta atrás de Hérmia, e é perseguido por Helena, que chora e suspira para que ele a ame. Oberon, comovido pela dor de Helena, pede para Puck que também jogue a poção em Demétrio, para que assim ele se apaixone pela jovem.

Puck, ser muito travesso e muito atrapalhado, consegue parte do plano. Joga a poção em Titânia, mas no meio do caminho tem um acidente com a companhia de teatro, e com o susto, transforma a cabeça de um deles em uma cabeça de burro – e quem diria, é o primeiro que Titânia vê e por quem se apaixona loucamente. Bem, parte do plano executado. PROBLEMA começa quando tenta cumprir a outra parte do plano. Puck encontra um ateniense dormindo na floresta, e meio afastado dele, uma ateniense dorme também. Puck deduz que esse ateniense é o mesmo de quem Oberon falou, e joga a poção do amor nele. Porém, esse ateniense é Lisandro, que ao acordar, se dá de cara com Helena. E se apaixona perdidamente por ela.

Oberon, ao saber disso, fica furioso, e ambos tentam consertar a situação. Jogam a poção em Demétrio, que finalmente se apaixona por Helena. Porém, agora Lisandro também a quer, e os dois novamente voltam a brigar, deixando Helena confusa e Hérmia desesperada por ter perdido seu grande amor para sua melhor amiga.

E nem vamos dizer que Oberon começa a ficar enciumado ao ver Titânia com tantos carinhos para seu querido burro, mesmo sabendo que isso fazia parte do seu plano (do qual não desiste, deixemos claro).

A história termina com Puck conseguindo um antídoto para a poção, curando Titânia e Lisandro. Titânia volta às pazes com Oberon (principalmente depois das loucuras de amor que fez por um cabeça de asno, o que a deixa bem envergonhada, e depois, claro, que Oberon consegue o menino), e Lisandro volta com Hérmia. Demétrio é deixado sob o efeito da poção, e assim fica com Helena. Os quatro jovens voltam para Atenas, e agora que Demétrio quer ficar com Helena, não resta opção para Egeu a não ser aceitar Lisandro como genro. Todos se casam junto com Teseu e Hipólita, e durante a festa de casamento assistem a peça dos artesões (só para matar a curiosidade, o cidadão amante de Titânia é curado por Puck e volta a ter cabeça de gente), que encenam uma versão cômica da tragédia Píramo e Tisbe (uma das obras que inspirou Shakespeare a escrever Romeu e Julieta, aliás). Puck encerra a peça abençoando todos os casais presentes e dizendo que tudo que viram não passou de um sonho de uma noite de verão.

E eu contei todo esse pastelão que eu amo pra quê?

Bem, vamos ver do começo. A história toda é uma comédia, ou seja, tudo tende a ser satirizado. Incluindo o romance. Basta ver toda a confusão que se cria por causa do amor mal-fadado de Lisandro e Hérmia e dos sofrimentos da solitária Helena. A própria poção de Puck demonstra o lado “escuro” do amor, que deixa cego e faz as pessoas agirem sem pensar: Demétrio e Lisandro começam a brigar e a se duelar por causa de Helena, coisa que não acontecia por Hérmia, por mais que ambos gostassem dela. O amor insano, descontrolado, juvenil, imprudente, impensado. E que fez Titânia se apaixonar perdidamente por um asno O.O

Aaaaaaaah, mas aí não é amor de verdade.

EXATO! Não é amor de verdade. Mas todos pensaram que fosse. Assim como muitos pensam que aquele carinha legal é o amor da sua vida, ou que vai se casar com seu primeiro namorado/amor. Esse tipo de “amor” é o amor louco, perigoso, que só não terminou em tragédia porque os enamorados (com exceção de Demétrio) acordaram. Ou seja, Shakespeare satirizou e condenou de novo o amor, agora de uma maneira diferente. Em Otelo, condenou o amor verdadeiro, porém obsessivo, sem controle. No segundo, condenou o falso amor. A racionalidade sendo valorizada em relação aos sentimentos (neste caso, o amor), mesmo que de uma maneira indireta (e no caso de Sonho de uma noite de verão, de maneira bastante divertida).

Mais provas? Ainda em Sonho, temos que Oberon foi o único que REALMENTE se deu bem em toda a história. Ele gosta de Titânia? Gosta, não vamos dizer o contrário (mesmo que os dois só briguem e ele constantemente arraste uma asinha para Hipólita). Ele se comove com as questões sentimentais? Se comove, tanto que tentou ajudar Helena. Ele fica incomodado ao ver Titânia com outro, mas ainda assim segue seu plano até o final. Resultado: volta às pazes com ela e ainda consegue o menino. Se isso é certo? Eu não sei. Confesso que acho até meio sacana da parte dele (e algumas outras coisas que não vem ao caso agora). Mas o fato é que Oberon foi o único que conseguiu controlar suas emoções, deixando sua astúcia falar mais alto, ao executar o plano contra Titânia. E ele se deu bem. Mesmo com todas as atrapalhadas do Puck, detalhe.

Shakespeare é um autor clássico. E suas obras seguem essa tendência. Incluindo Romeu e Julieta.

Então vamos a ele.

2) Romeu e Julieta – antes de tudo, uma tragédia.

Eu disse um pouco acima que uma das inspirações para a obra de Shakespeare foi Píramo e Tisbe, que na peça Sonho de uma noite de verão é satirizada na versão cômica dos artesãos. Bem, rola boatos de que, paralelamente a Sonhos, Shakespeare escreveu “Romeu e Julieta”. Se escreveu, não vem ao caso, mas é legal por ver como ele usou o conto grego de maneiras diferenciadas. No caso de Romeu e Julieta, a inspiração foi clara, tendo em vista a tragédia devido ao romance proibido (o que prova que nem Romeu e Julieta foi inovador nesse ponto.Quem dirá a Meyer). E o final evidentemente trágico.

Acho que a história de Romeu e Julieta já é conhecida pelo público, mas já que descrevi a de Otelo e a de Sonho, vamos falar um pouco dela: Romeu Montecchio é o único filho dos Montecchio, família importante em Verona, e rival de outra família igualmente importante, os Capuleto, de quem Julieta era única herdeira (embora tivesse seu primo Tebaldo). As brigas entre Montecchio e Capuletos estão proibidas em Verona pelo príncipe Escalo, e a pena para quem se envolver em tais brigas é a pena de morte. Ótimo, as coisas parecem estar sob controle.

Até que os Capuleto decidem dar uma festa à fantasia, onde todas as famílias nobres da cidade (com exceção dos Montecchio, claro) são convidadas. Nessa festa, o senhor Capuleto pretende apresentar sua filha Julieta ao nobre Páris, parente do príncipe Escalo, com quem quer casá-la.

Paralelo a tudo isso, temos o jovem Romeu sofrendo as dores do amor. Apaixonado por Rosalina, uma jovem que prometeu ser virgem para sempre, Romeu está em depressão profunda, querendo morrer por causa de sua paixão não correspondida. Para consolá-los, seus amigos Bertólio (que é primo de Romeu) e Mercuccio decidem levá-lo à festa dos Capuleto: Mercuccio, também parente do príncipe, foi convidado, e pode levar todos os amigos que quiser. Os jovens aproveitam que o Baile é de máscaras e entram disfarçados, e não são reconhecidos. Romeu não gosta muito da ideia, mas quando sabe que sua amada Rosalina vai, decide ir também para contemplá-la.

No baile, Romeu vê Julieta e a paixão entre os dois é instantânea. Exatamente o que você leu, é a primeira vista. Mas e Rosalina? Bem, Romeu encontrou em Julieta o conforto para esquecer Rosalina de vez e recomeçar. E nessa festa ambos trocam juras de amor, até descobrirem quem realmente são, e começarem todas as lamentações.

Isso não seria nada, se na festa o primo de Julieta, Tebaldo, não tivesse reconhecido Romeu e jurado matá-lo pela infâmia de ter ido ao Baile. Só não o faz na festa porque seu tio, senhor Capuleto, o impede, dizendo que não era ocasião, além de que Romeu era bem visto em Verona, para não falarmos da lei do príncipe Escalo. Mas isso não faz Tebaldo desistir: pelo contrário, ele jura ir desafiar Romeu no outro dia.

Entre o fim da festa e o outro dia, temos a famosa cena do balcão de Julieta, onde ambos trocam suas juras de amor, lamentam a rivalidade de suas famílias e prometem que, mesmo assim, vão se casar, como prova do amor de Julieta e das boas intenções de Romeu. É, amigo, é o que você pensou: eles se conheceram, se apaixonaram e já vão se casar. E eu garanto, assim como está parecendo estranho para você, também era meio estranho para Shakespeare. E por isso ele fez assim.

No outro dia, Romeu vai conversar com Frei Lourenço, pedindo sua ajuda para realizar, ainda naquela tarde, o seu casamento com Julieta. E surpresa? Frei Lourenço TAMBÉM estranha muito essa paixão repentina. O que fica claro em sua fala:

“Por São Francisco! Que mudança é essa? Rosalina adorada e tão depressa posta no esquecimento? O coração no amor dos moços nada influi, senão somente os olhos. Ai! Jesus Maria! Quantas ondas salgadas, noite e dia, a postura banharam-te amarela, só pelo amor de Rosalina bela? Quanta água salsa em vão jogada fora por um amor que ele não sente agora! Não desfez ainda o sol, em muitos giros, os vapores, no céu, de teus suspiros. Sinto ainda tuas queixas nos ouvidos. Eis em tua face, aqui, dos tempos idos, uma lágrima ainda não lavada, que origem teve em tua namorada. Se o mesmo ainda és, que só de amor se fina, foi causa de tudo isso Rosalina. Mudaste tanto? Ouve a sentença amara: cai a mulher, quando o homem não a ampara”

Ou seja… WTH, ROMEU? Chorou tanto por Rosalina e de repente ama a sua inimiga?

Só que, apesar de estranhar MUITO esse amor, Frei Lourenço vê na união dos jovens uma chance de acabar com a rixa entre os Montecchio e Capuleto. Então, pensando nas vantagens e no bem maior da cidade, que não aguenta mais a briga, ele decide ajudar o jovem casal, combinando com Romeu o casamento para aquela tarde. Romeu, contente, encontra-se com a ama de Julieta, que leva o recado para sua querida pupila, e o casamento acontece. Frei Lourenço fica feliz: afinal, que mal poderia resultar naquele casamento? Só coisas boas viriam.

Mas acho que vocês lembram do primo da Julieta, Tebaldo. Que jurou vingança. Pois bem, logo após o casamento secreto, Tebaldo encontra Romeu, e o desafia. Romeu, agora parente de Tebaldo, tenta negar o duelo, dizendo que agora ama Tebaldo, e não pode fazer mal a ele. Tebaldo, irado e querendo lutar de qualquer forma, duela com o amigo de Romeu, Mercuccio. O duelo é tão desastroso que Romeu, tentando impedir o combate, entra na frente de Mercuccio, deixando chance para Tebaldo ferir Mercuccio por debaixo do braço de Romeu. Mercuccio morre, amaldiçoando aquela guerra, e Romeu, frustrado, duela com Tebaldo, vencendo ao matá-lo.

Agora Romeu matou Tebaldo. O primo da sua esposa. E o príncipe Escalo está doidinho, porque sua lei foi quebrada. O que ele faz? Foge. Se esconde na capela de Frei Lourenço.

Escalo, por sua vez, ao ver que duas pessoas já morreram, decide que não é hora de condenar mais um a morte, e ao invés do castigo inicial, decide apenas exilar Romeu em Mântua. Ok, Romeu não será morto, vamos dar tempo ao tempo e quando a poeira abaixar, contemos de seu casamento com Julieta e tudo voltará ao normal, certo? Bem, foi isso que pensou Frei Lourenço. Mas Romeu estava tão desesperado e tão triste por ter que ficar longe de sua Julieta. Frei Lourenço o conforta, falando de seu plano e de como o destino foi bondoso com ele (e realmente foi), pois estava vivo e só tinha sido exilado. Com o tempo, tudo ia se acertar. Romeu passa sua noite de núpcias com Julieta e, pela manhã, vai para Mântua.

Tudo certo de novo… até o pai de Julieta, tentando consolá-la pela morte de Tebaldo (razão pela qual ele acha que ela está chorando), marca seu casamento com Páris para quinta-feira. Mas espera aí: Julieta JÁ está casada. E ela não quer nem saber de outro marido, ela apenas quer o seu Romeu. E discute com o pai, ele a amaldiçoa, e ela fica sozinha aos prantos. Sem alternativa, Julieta tenta se matar, mas algo fala mais alto e ela vai conversar com Frei Lourenço. O pobre padre se vê de novo numa enrascada, mas consegue arrumar uma solução: Julieta tomaria uma poção que a faria parecer morta por um dia. Enquanto os Capuleto a enterravam, Romeu seria avisado em Mântua, e no fim das vinte e quatro horas, ele e Frei Lourenço a roubariam de seu túmulo, e o casal ficaria em Mântua. Quando tudo estivesse passado, e a poeira abaixado, eles voltariam, revelariam o casamento e tudo ficaria bem. Tinha jeito ainda. Julieta aceita, e na véspera de seu casamento com Páris, ela toma a poção.

O plano seguia bem. Mas a carta de Frei Lourenço a Romeu não chega a ele. E para piorar, um amigo de Romeu fala da morte de Julieta. Romeu enlouquece, de tal forma que decide se matar, pois não pode mais viver sem sua amada. Compra veneno e, sem pensar duas vezes, vai para Verona. Frei Lourenço até tenta tirar Julieta do mausoléu antes de Romeu chegar (afinal, conhecendo Romeu, sabia que ele viria ver o corpo da amada), mas é impedido com a chegada de alguém. Romeu e Páris.

Páris chega primeiro, e começa a chorar. Ao entrar no mausoléu dos Capuleto, Romeu encontra e mata Páris para entrar no mausoléu, onde encontra Julieta sob o efeito da poção. Toma o veneno e assim morre. Instantes depois, Julieta acorda. E para seu desespero, tanto Páris quanto seu amado Romeu estão mortos. Frei Lourenço, desesperado, tenta levá-la consigo, mas com a chegada do príncipe Escalo, foge, deixando Julieta sozinha no mausoléu. A jovem, encontrando uma adaga com Romeu, se mata. Quando Escalo vê a situação e ouve Frei Lourenço, amaldiçoa toda a cidade, mostrando até onde o ódio das famílias chegou.

Ok, qual a moral nisso tudo? Bem, primeiro que Romeu e Julieta eram amados por Murphy -n. Tá, brincadeiras à parte (embora seja bem verdade o azar dos dois), temos um romance que tinha tudo para dar certo, MESMO com os infortúnios. E por que não deu? Porque tanto Romeu quanto Julieta foram imprudentes. E não digo isso porque eles se apaixonaram e já foram se casando, embora isso ajude no que falarei a seguir. Foram imprudentes porque se deixaram levar pelas emoções, do começo ao fim. Se Romeu não tivesse se descontrolado com a morte de Mercuccio, Tebaldo não teria morrido por suas mãos, e ele não seria condenado a nada (e não tinha por que se vingar de Tebaldo, ele seria castigado de qualquer maneira, principalmente porque ele matou um parente do príncipe). Mas matou. E aí foi para Mântua.

Se Julieta não tivesse se descontrolado tanto ao saber do exílio de Romeu, talvez seu pai não tivesse levado o seu sofrimento como perigoso, e não teria marcado o casamento. Mas não, ela chorou tanto que ele preferiu apagar a dor com outra coisa. Tudo bem. Mas se Julieta não tivesse se descontrolado mais ainda quando soube de seu casamento, provavelmente ela não brigaria com seu pai, e talvez até o convencesse a adiar o casamento. Mas não, Julieta se recusou terminantemente a casar, e com isso só causou a ira do pai, deixando o casamento para quinta. Ok, então. Vamos tomar a poção.

E vem o erro fatal. Se Romeu não tivesse se desesperado TANTO por Julieta, se tivesse ido buscar mais informações com Frei Lourenço sobre a morte, se não tivesse achado que sua vida acabou só porque ela morreu, com certeza ele saberia da verdade e Julieta seria resgatada. Mas não, ele achou que sua vida perdeu o sentido, pegou a poção, matou Páris e se matou, se nem mesmo saber detalhes do que tinha acontecido. Se nem mesmo buscar auxílio de alguém. Se nem ao mesmo CONSIDERAR de que a vida dele podia continuar, mesmo com tragédia tão forte. Com isso, Julieta também comete o mesmo erro, se negando a seguir com Frei Lourenço e preferindo a morte.

Eles podiam evitar a tragédia. Mas Shakespeare não quis assim. Porque ele queria UMA TRAGÉDIA. Para comprovar até onde o amor obsessivo e imprudente poderia levar. A razão faltou DIVERSAS vezes ao casal (mesmo que Frei Lourenço e por várias vezes a ama também os alertassem e dessem sábios conselhos), e com isso chegaram ao fim que conhecemos. O casal que se apaixonou daquela maneira até meio inacreditável, que eram tolos o suficiente para se deixarem levar pelo amor cegamente, para Shakespeare, só poderiam terminar tragicamente. NÃO ERA PARA SER UM ROMANCE BONITO. NÃO ERA PARA SER UMA HISTÓRIA DE AMOR VERDADEIRO (aliás, algumas vezes me questiono se o amor de Romeu e Julieta era de verdade). Era para ser uma tragédia, alertando os jovens para o que a falta de razão e bom senso pode fazer. Shakespeare queria nos passar uma lição. Amor tem que ser MEDIDO, PONDERADO, RACIONALIZADO. E pelo visto a lição é ignorada até hoje ¬¬ Afinal, Romeu e Julieta viraram sinônimo de amor eterno, verdadeiro e ideal. Por que, eu não sei. Mas virou.

E o engraçado é que em vários momentos da peça, vemos a verdadeira opinião de Shakespeare falando mais alto, principalmente na figura do Frei Lourenço. A minha cena favorita é a cena do casamento, onde o padre dá um discurso bonito sobre amor e de como ele deve ser levado. Vou colocar para vocês lerem.

“Essas violentas alegrias têm fim também violento, falecendo no triunfo, como a pólvora e o fogo, que num beijo se consomem. O mel mais delicioso é repugnante por sua própria delícia, confundindo com seu sabor o paladar mais ávido. Tem, pois, moderação, que o vagaroso, como o apressado, atrasam-se do pouso. (Entra Julieta.) Eis a dama que chega; uns pés tão leves não gastarão jamais a pedra eterna. O amante pode andar por sobre as teias que no ar balouçam, álacre, do estio, sem, contudo, cair; leve é a vaidade.”

TEM, POIS, MODERAÇÃO, QUE O VAGAROSO, COMO O APRESSADO, ATRASAM-SE DO POUSO! Quer coisa MAIS CLARA DO QUE ISSO? Shakespeare não disse que não podia amar, mas disse algo, lá no século XVI, que dizemos até hoje: AMEM, MAS COM MODERAÇÃO. Saibam ponderar, saibam levar, que tudo em exagero é ruim.

Mas pobre Frei Lourenço, foi esquecido nesse quinhentos e tantos anos..

E talvez isso explique muito.

3) Romeu e Julieta através dos tempos – o que ninguém ousou contrariar.

Assim como Shakespeare seguiu a linha das histórias que o inspiraram para Romeu e Julieta – tragédia! – a gente nota que outros autores, com o passar dos anos, repetiu o feito. Todos consideravam Romeu e Julieta um belo exemplo de casal, mas qualquer casal que repetisse os seus feitos geralmente terminavam com o mesmo fim. E isso é meio curioso: por mais que as pessoas TORCESSEM por Romeu e Julieta e seu final feliz, poucos ousaram a concretizar esse final feliz, e até me arrisco a dizer que os que tentaram não foram bem sucedidos.

O mais engraçado nessa história toda é que, de Shakespeare pra cá, tivemos muitos movimentos literários. Alguns mais voltados à razão, como o Arcadismo e o Realismo, outros voltados mais para o sentimental, como o Romantismo e o Simbolismo. Alguns nem se conseguem definir exatamente para que vertente segue, como o Modernismo. Mas é fato: até mesmo os mais exacerbados, como os românticos (já discutidos aqui nos posts da Tammie e da Jã), sabiam que o amor idealizado, sublime e exagerado tinha um fim meio comum: morte. A diferença se dava apenas na maneira como viam isso: se de maneira boa ou ruim. Mas o fim era sempre o mesmo.

E os romances de folhetim? E as obras de, sei lá, José de Alencar? Eles também seguiam a fórmula? Também não eram amores impossíveis, mas com finais felizes?

Bem, primeiro depende do romance. Nem todo romance de folhetim tinha final feliz, assim como nem todo romance do Alencar tinha bom final (vide Iracema). Nem todo romance daquele tempo tinham problemas ou eram tão intensos como de Romeu e Julieta. Aliás, uma parte dos romances de folhetim, pelo menos dos que eu li, apresentavam casos de amor puros, inocentes e fofos, mas também ponderados, e o maior sofrimento se dava mesmo em pequenas confusões, facilmente resolvidas (principalmente quando a razão dava o ar da sua graça). Mas bem, isso não significa que não existiu os casos de amor extremamente complicados que, depois de muita luta, conseguiu ter seu final feliz.

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Nenhum com muito êxito, creio eu. Tanto que a “síndrome” de Romeu e Julieta continua perdurando por anos, todos torcendo que os casais de amores impossíveis tenham seu final feliz, e geralmente chorando no final porque alguém morreu. Titanic que não me deixe mentir.

(o que me faz pensar… pelos céus, NEM EM TITANIC O CASAL FICOU JUNTO! Uma história de amor em um filme feito para vender, e James Cameron não arriscou, talvez por saber que não seria a mesma coisa e não seria coerente se Rose e Jack ficassem juntos – pra mim, ficou até mais bonito com Rose seguindo sua vida sozinha, a prova de que, MESMO com um amor intenso, e mesmo sofrendo, ela ouviu a voz da razão e seguiu em frente pra ficar viva. Coisa que Julieta não fez. E convenhamos, Rose e Jack tinham muitas semelhanças com Romeu e Julieta – e não digo isso só porque Romeu e Jack foram interpretados pelo Leonardo Di Caprio).

(e vendo bem agora, até as iniciais são as mesmas. R e J. LOLEEEEEEE!)

Mas aí chegamos no século XXI. E uma escritora resolve fazer sua versão de Romeu e Julieta.

E finalmente, o objetivo do post: por que deu errado?

4) Twilight – onde Meyer errou (não, não é repeteco do outro post. Mas estamos quase lá)

Acho que vocês perceberam na história de Romeu e Julieta semelhanças incríveis com nosso casal amado (-nn) Edward e Bella. O amor repentino, a vontade súbita de ficar juntos (mesmo que digam que é meio irracional), os desastres pelo caminho, e até mesmo a “suposta” morte, que faz o Romeu da situação (Edward) enlouquecer e querer morrer sem nem pestanejar. O amor é igualzinho: desmedido, intenso, inconsequente. Então, é normal que comparem mesmo, ainda mais quando a autora resolve citar a obra no livro. A única diferença? Edward e Bella não morreram (quer dizer, Bella não morreu, já que o Edward está morto… ah, vocês entenderam). E isso é MUITA coisa.

Por quê?

Simples: porque, quando Edward e Bella não morrem, significa que tudo que eles fizeram valeu a pena, e muitos passam a tomar o amor dos dois como algo válido e correto. FINALMENTE Romeu e Julieta ficaram juntos E VIVOS. Agora posso me tranquilizar e viver um amor tão irresponsável quanto o deles, porque não corro mais o risco de morrer.

(e nem vou tocar que, além de vivos, eles agora são IMORTAIS. Tudo que Romeu e Julieta não podiam ser – embora o sejam, de certa forma, mas em um sentido diferente)

Parece exagerado falando assim, mas é exatamente o que acontece, PRINCIPALMENTE PORQUE MEYER CITOU ROMEU E JULIETA NA OBRA. Quem lê pensa: ótimo, ela conseguiu fazer com que desse certo. Agora posso ser feliz, sem ter medo de ser ultra romântica(o) e esquecer o mundo e a prudência. Isso aconteceu porque ela DISTORCEU o que Romeu e Julieta significavam.

(e talvez por isso faça tanto sucesso: ela deu pro público o que eles queriam por anos, talvez por séculos. Claro que isso não a faz uma heroína nem nada – afinal, nem tudo que o grande público quer é o ideal, certo?)

Não que o problema esteja em eles ficarem juntos. Longe disso. O problema tudo foi O MEIO com que eles ficaram juntos. Eles repetiram a dose de Romeu e Julieta. Só que a dose de Romeu e Julieta leva à morte. E Meyer usou a mesma fórmula para… deixá-los vivos e felizes para sempre. Ou seja: DANE-SE o que rolou no meio. Enquanto Shakespeare se esforçou para valorizar o meio e com isso chegar ao final, Meyer usou o meio apenas para entreter, e o final não foi coerente.

“Ah, mas por que ela não pode deixar os dois juntos? Ninguém disse que todos precisam imitar Romeu e Julieta”.

É, ninguém disse. Mas ser de Deus, pensa comigo, o que você ESPERA de histórias emotivas demais, com tanto drama e tanta inconsequencia junta? O que você espera de um romance que começa sem mais nem menos (que é o caso de ambas histórias)? Se você pensar de maneira coerente, de maneira REALISTA, termina em algo triste. E histórias tendem a seguir a coerência da vida real (ainda mais livros, que influenciam milhares de pessoas. E agora, jovem Werther que o diga). É ISSO que faz as histórias serem BOAS (ou, no mínimo, plausíveis e razoáveis).

O que Meyer fez? Copiou TODA a receita de Romeu e Julieta, que só pode levar a um fim. E quando chegou a esse fim, MUDOU TUDO. Me diga: isso é mérito?

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Claro que não. Isso só mostra que ela quis satisfazer um desejo íntimo dela, ignorando algo que ela, como profissional da área de Letras, deveria saber mais do que ninguém: NEM TUDO É POSSÍVEL EM UMA HISTÓRIA. Tipo, você não pode dar um final bonitinho pra sua história só porque você quer, se ele não é coerente com tudo que você escreveu. E desculpem-me, se você imitou Romeu e Julieta, o final tem que ser no mesmo rumo. A não ser que você seja MUITO bom. Muito bom MESMO. OU que você queira passar uma mensagem com tudo isso, que vai além do “quero que eles fiquem juntos porque gosto disso”. Como Meyer não é muito boa, e muito menos tinha qualquer outra mensagem útil a passar… bem, creio que posso considerar isso um erro da parte dela.

Não adianta você querer mudar uma coisa dessas proporções. Tem que saber fazer.

5) Então, a gente não pode comparar Twilight a Romeu e Julieta?

É amigo, é mais ou menos isso. Não, você não pode. Quer dizer, até pode, mas não como obras iguais. Não importa se ela imitou a receita. Só o fato de ela ter mudado o final assim, sem mais nem menos, demonstra que as duas obras não tem NADA A VER. Mesmo que tenham usado a mesma historinha de amor. Usando uma comparação bem esdrúxula, Twilight e Romeu e Julieta são como sonho e lua de mel (os doces): mesmo recheio, mas doces completamente diferentes.

Ok, perdão de novo pela brincadeira tosca. Mas o que eu quero realmente dizer é: Twilight não pode ser o “Romeu e Julieta” do século XXI porque as MENSAGENS são diferentes. Os OBJETIVOS são diferentes. Você pode compará-los, mas a conclusão que você precisa chegar é essa: NÃO SÃO IGUAIS. Romeu e Julieta tinha um objetivo BEM diferente a passar para o público em relação ao que se vê em Twilight. E aposto com você que cada vez que alguém diz que Edward e Bella são os novos Romeu e Julieta, Shakespeare se remexe em seu túmulo (como se ele não tivesse muitos outros motivos para isso).

O problema NISSO tudo é que parece que tanto os leitores da saga quanto a própria Meyer se esquecem disso. E creio que a razão disso é a mesma que eu disse no começo do post: as pessoas esquecem de que Romeu e Julieta é uma tragédia do Classicismo, e a veem apenas como uma história de amor. Só que os leitores errarem isso, ainda mais aqueles que não tem muito contato ou muito interesse pela Literatura, ainda é aceitável. Mas Meyer é formada em Letras! Formada em Letras nos EUA, ou seja, estudou A LÍNGUA INGLESA e com certeza ESTUDOU SHAKESPEARE ATÉ SE ENTUPIR. Ela deveria entender Romeu e Julieta mais do que ninguém (entender, não gostar, que fique claro). Então, não faz o MENOR sentido ela cometer uma gafe dessas. Quer dizer, faz, se você considerar que ela ignorou tudo isso para seu próprio benefício. O que, vindo da Meyer, não me espantaria muito.

E isso só torna ainda pior a declaração dela de que “Romeu e Julieta eram meio idiotas, eles mal se conheciam quando se apaixonaram”. Porque demonstra que, além dela não olhar pro próprio umbigo (afinal, Edward e Bella TAMBÉM não se conheciam, EXATAMENTE por imitarem Romeu e Julieta – o que também torna a coisa meio cínica), ela não entendeu o romance. Afinal, se Romeu e Julieta não fossem “meio idiotas”, a gente não tinha a peça, e muito menos a mensagem que Shakespeare quis passar.

E, claro, o fato dela CITAR Romeu e Julieta na Saga confirma tudo isso. E aí fica a minha mensagem: queridos fãs hards, por favor, não achem que só porque ela citou obras clássicas que isso faz do livro bom ou dela uma grande entendida. SAIBAM do que falam esses livros. E aí, quem sabe, vocês veem que Meyer realmente não entende muito da coisa. Do contrário, ela não citaria.

Lily


Romantismo: o que nós já sabíamos – parte 2

(ou “Texto foda de uma hater digna”, vocês escolhem)

Bem, estou eu de volta com mais um texto. Quer dizer, MAIS OU MENOS. Ainda não tive tempo de fazer a análise que eu queria (já está iniciada, porém preciso terminar), mas achei que poderia trazer alguma coisa no estilo. Por sorte, achei esse artigo MARAVILHOSO da nossa amiga Jã, do fórum 6V (Seis Vassouras). E como ela autorizou que a gente postasse, não poderia perder tempo, porque realmente está MUITO bom. E texto bom, que pinique Twilight, deve vir parar aqui, com certeza.
A Jã é estudande de Letras e o artigo foi escrito como trabalho da disciplina de Literatura Brasileira. Em síntese, fala de um assunto que a Tammie já discutiu por aqui, no post “Romantismo: o que nós já sabíamos”. O texto da Tammie, maravilhoso por sinal, falava sobre as semelhanças entre Twilight e o estilo Ultra-Romântico da Segunda Fase do Romantismo no Brasil. O texto da Jã vai pelo mesmo caminho, mas o legal é que ela aborda outros aspectos “interessantes” em Twilight, como a fusão do grotesco/sublime e do medievalismo; e também aborda o movimento romântico no geral. Uma boa pedida para quem queria se aprofundar mais no assunto: agora, o post da Tammie ganhou um complemento XD
O texto, até por ser um artigo feito para a faculdade, pode parecer meio longo, mas eu garanto: LEIAM ATÉ O FINAL. Vocês vão gostar.
Jã, vou passar a bola pra você. Mas saiba que eu, particularmente, adorei o seu texto. MUITO OBRIGADA por nos deixar postar, viu?
Ah sim, deixa eu agradecer ao Bruno (Ran) também, que foi quem me passou o texto e intermediou o contato com a Jã. VALEU, PAPIS!

Beijos a todos

Lily

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VAMPIROS MODERNOS E ROMANTISMO CLÁSSICO:

A RECEITA DA SAGA CREPÚSCULO[1]

 

Janaina Mari Cerutti[2]

RESUMO

            Este trabalho tem por objetivo mostrar os aspectos do Romantismo que foram retomados na saga Crepúsculo, da autora Stephenie Meyer. Para tal, foram analisados três personagens e suas características mais marcantes. Foi realizada a leitura das quatro obras publicadas, e de uma quinta, retirada da internet, em busca de tais características, que estão, de fato, presentes em todos os livros e determinam o comportamento e o futuro dos personagens.

1 INTRODUÇÃO

Os dados e conclusões apresentados neste trabalho têm por objetivo demonstrar em quais aspectos a saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer, retoma o período literário Romântico. A saga, composta por quatro livros (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer) além de um quinto, incompleto e não publicado por ter “vazado” para a internet, chamado Midnight Sun, apresenta características típicas do período Romântico, tanto em seus personagens, quanto no que eles representam. Para demonstrar tais características, foram analisados três personagens: Edward Cullen, Isabella Swan e Leah Clearwater, dois deles tipicamente Românticos, e um terceiro contraponto que foge a tal norma.

Ao longo do trabalho serão citadas e explicitadas quais característica têm presença mais forte, e de que formas tais características podem ser consideradas como parte do Romantismo clássico, em se tratando de uma obra contemporânea infanto-juvenil.

Por Romantismo, entende-se o período literário apreciado pela burguesia, surgido na Europa na época pós-Revolução Francesa, e que no Brasil coincide com a Proclamação da República, em 1889. Para este trabalho, fixaremos a análise nas características mais proeminentes do Romantismo que podem ser encontradas na saga de Meyer, tais como individualismo, idealização, sentimentalismo exacerbado, egocentrismo, fusão do grotesco e do sublime, medievalismo e byronismo.

2 CARACTERÍSTICAS ROMÂNTICAS

Realizando a leitura de qualquer dos quatro livros pertencentes à saga Crepúsculo, nota-se a presença de características do Romantismo. Estas características surgem ao longo do texto, mas podem ser melhor observadas se centradas em determinados personagens, que melhor explicitam estas características.

Começaremos pela exposição das características mais marcantes e apresentação delas em relação aos personagens.

2.1 Individualismo e Egocentrismo

Características marcantes do Romantismo, que tinha seu foco no ser humano e suas emoções particulares, o individualismo e o egocentrismo aparecem em Crepúsculo desde o primeiro capítulo, demonstrado na personagem Isabella Swan, protagonista da saga. Ao iniciarmos a leitura, o primeiro aspecto individualista já aparece: o livro é narrado em primeira pessoa, com quase nenhuma consideração ou menção ao que os demais personagens possam pensar sobre as cenas. O ponto de vista é exclusivamente da protagonista.

“Nunca pensei muito em como morreria – embora nos últimos meses tivesse motivos suficientes para isso –, mas, mesmo que tivesse pensado, não teria imaginado que seria assim. […] Sem dúvida era uma boa forma de morrer, no lugar de outra pessoa, de alguém que eu amava. Nobre, até. Isso devia contar para alguma coisa.” (MEYER, 2008, p.3)

No trecho acima, retirado da aba do livro, já se percebe como toda a trama é centrada apenas nos desejos, pensamentos e anseios da protagonista. Mesmo em frente ao que ela imagina ser a morte certa, ainda se destaca sua visão particular dos fatos. O desenvolvimento da personagem de Bella Swan é inteiramente individualista e egocentrista, mesmo quando ela interage com seu par romântico, Edward Cullen. Seus desejos sempre se sobressaem ao desejo dos demais, e suas posições sobre questões mostradas nos livros sempre ficam em primeiro lugar.

O protagonista masculino, Edward Cullen, também é um exemplo claro do individualismo. Antes de assumir sua atração por Swan, Cullen toma atitudes voltadas apenas para o que seria melhor para ele e sua família, em um segundo plano. No livro da saga não publicado por ter “vazado” para a internet, Midnight Sun, percebe-se ainda mais acentuadamente o traço individualista e egocêntrico de Edward. Seguindo o mesmo padrão dos quatro livros anteriores: centrado no personagem de Edward Cullen e contado em primeira pessoa, Midnight Sun mostra a personalidade não revelada de Edward quando vista de fora por Isabella.

“Eu me afastei dela com asco – revoltado com o monstro desesperado para tomá-la.

Por que ela tinha de vir até aqui? Por que ela tinha de existir? […] Por que esta humana irritante tinha de ter até mesmo nascido? Ela iria me arruinar. […]

Por que ela tinha de vir até aqui!” (MEYER, 2008, p.13)[3]

No trecho acima fica clara a maneira como Edward vê as pessoas – em especial os humanos – ao seu redor: detalhes em seu caminho, onde a única pessoa que realmente importa é ele. Mesmo o cuidado que ele tem para com a sua família nasce do desejo de se provar para seu pai adotivo, o vampiro que o transformou, Carlisle Cullen. Conforme o livro progride – tanto Crepúsculo, quanto Midnight Sun, que tratam do mesmo espaço temporal – a maneira como Edward vê Bella se transforma, mas tal transformação não ocorre por apreço a outros indivíduos em geral, mas apenas por apreço aos indivíduos que interessam ao protagonista da vez.

Nos demais livros da saga, as atitudes dos dois protagonistas podem ser vistas como notadamente individualistas e egocêntricas. O fim do primeiro livro, onde Bella e Edward fogem, não leva em consideração o estado emocional do pai da personagem principal, ou mesmo de sua mãe, ou amigos. “Repeti as últimas palavras de minha mãe quando ela saiu pela mesma porta tantos anos atrás. […] Minhas palavras cruéis fizeram seu trabalho – Charlie ficou paralisado na soleira da porta, atordoado, enquanto eu corria para a noite.” (MEYER, 2008, p.293-294).  Edward, ao decidir morrer no final do segundo livro, Lua Nova, pensa muito pouco sobre o impacto que sua morte teria sobre o restante de sua família. “Pensei que já tivesse explicado com clareza. Bella, não posso viver num mundo onde você não exista.” (MEYER, 2008, p. 411)

A um primeiro olhar, ambos os trechos usados como exemplos acima soam simplesmente românticos, mas as implicações de ambos são claras: o que importa para os protagonistas são os seus desejos e suas vontades, não a dos demais, mesmo que estas pessoas se importem com eles.

Com um sem número de exemplos nos cinco livros que contam sua história, os dois personagens demonstram de diversas maneiras que, apesar da maneira como são retratados, idealizados, característica que será tratada no próximo item de discussão, ambos estão centrados apenas em si, e naqueles que importam para eles, marca acentuadamente romântica.

2.2 Idealização

Traço que é o mais marcante durante toda a obra, a idealização dos protagonistas da saga Crepúsculo deixa algumas idealizações classicamente Românticas parecendo quase realistas em seus exageros.

“Foi ali, sentada no refeitório, tentando conversar com sete estranhos curiosos, que eu os vi pela primeira vez. […] A alta era escultural. Linda, do tipo que se via na capa da edição de trajes de banho da Sports lllustrated, do tipo que fazia toda garota perto dela sentir um golpe na auto-estima só por estar no mesmo ambiente. O cabelo era dourado, caindo delicadamente em ondas até o meio das costas. A menina baixa parecia uma fada, extremamente magra, com feições miúdas. O cabelo era de um preto intenso, curto, picotado e desfiado para todas as direções. […] Fiquei olhando porque seus rostos, tão diferentes, tão parecidos, eram completa, arrasadora e inumanamente lindos. Eram rostos que não se esperava ver a não ser talvez nas páginas reluzentes de uma revista de moda. Ou pintados por um antigo mestre como a face de um anjo. Era difícil decidir quem era o mais bonito – talvez a loura perfeita, ou o garoto de cabelo cor de bronze.” (MEYER, 2008, p.19)

O trecho acima é a primeira visualização da família Cullen com que o leitor das obras entra em contato. As descrições da autora são idealizadamente perfeitas, levando em consideração não apenas a beleza clássica mítica de vampiros em geral, mas principalmente referências a estilos de beleza da época atual, em que o livro foi escrito. A partir deste momento, a cada vez que os Cullen são de alguma forma citados – em especial Edward – é raro que não haja menções à beleza, riqueza, educação, porte ou bom gosto deste núcleo de personagens.  

Edward Cullen recebe mais adjetivos positivos em três páginas do primeiro livro da saga, Crepúsculo, do que alguns personagens em outras obras recebem no livro todo. “É o Edward. Ele é lindo, é claro, mas não perca seu tempo.” (MEYER, 2008, p.21). Ao longo da história, percebe-se que não apenas a sua beleza se destaca, mas também seu senso de humor, seu gosto musical, educação, força e coragem. Edward é perfeito e idealizado até mesmo em sua condição de vampiro: onde o mito clássico morre dolorosamente ao entrar em contato com a luz do sol, a espécie de Edward apenas brilha, com um efeito que Swan descreve como “uma miragem, lindo demais para ser real…” (MEYER, 2008, p.196). Além da beleza física, Edward também tenta se afastar de Bella a princípio, demonstrando indícios de um cavalheirismo que parece não estar presente em Midnight Sun, mas que aos olhos de Bella é encantador. Sua família também se afasta do mito de vilão vampiresco pelo fato de que não se alimentam de pessoas, mas sim do sangue de animais, sendo chamados de “vegetarianos”. Edward é um ser perfeito em todas as dimensões da palavra.

Já Isabella Swan, por outro lado, tem uma idealização que se julga não intencional. A obra, como já foi dito antes, é narrada do ponto de vista da protagonista, e da maneira como ela mesma se vê, Bella é sem graça e comum, pálida, magra, de olhos e cabelos castanhos, uma garota tipicamente normal. No entanto, todos os garotos da escola a notam quando ela muda de cidade. Seu amigo de infância, e rival de Edward pelo amor de Bella, Jacob Black, também a percebe como atraente e interessante o suficiente para que ele se apaixone profundamente. A maneira como ela é representada – retratada como comum através de seu próprio ponto de vista – atribui ainda mais uma qualidade à personagem: Bella não apenas é bonita como também é modesta. “‘Ela vai ficar deslumbrante.’ (Alice disse), Edward rosnou baixinho. ‘Ela sempre foi.’”[4] (MEYER, 2008, p. 285), este trecho, retirado do quarto e último livro publicado da saga, Amanhecer, demonstra um dos poucos momentos em que o ponto de vista principal está focado na opinião de outras personagens que não de Bella. Nele, fica claro que Edward já a via como bela antes mesmo de sua transformação em vampira, o que implica em beleza física, além de traços de personalidade favoráveis.

Um dos traços mais interessantes da idealização nas obras é não apenas a idealização que poderia ser vista como moderna – o gosto musical, as roupas, a riqueza, os carros, o padrão de beleza – mas também momentos em que a idealização transcende a época de Bella Swan, nosso presente atual, e alcança ideais de idealização verdadeiramente Românticos, como a amada intocada. Isabella tem de ser chantageada para que aceite se casar com Edward, mas casa-se virgem, com vestido de época em uma homenagem ao seu futuro marido. Não apenas aí reside este “envelhecimento” da idealização, mas Bella também demonstra grande aptidão para trabalhos domésticos. Em mais de uma ocasião, ela menciona que cozinha e cuida da casa para o pai, que antes parecia sobreviver de fastfood, como no trecho a seguir: “’Pode ficar para o jantar?’, Billy também estava ansioso. ‘Não, preciso alimentar o Charlie, você sabe.’ (MEYER, 2008, p.108)  Também em vários momentos, Bella chega a se dizer “culpada” por não cozinhar, ou realizar alguma outra tarefa doméstica, mesmo que seu pai insista que não há necessidade para que ela o faça.

Isabella Swan, como personagem, reúne características que soam como a conjunção das idealizações de todos os tempos: moderna, independente até certo ponto, mas por outro lado inocente e dada a tarefas domésticas. Bonita, mas modesta, inteligente, mas humilde, amigável, divertida e profundamente dedicada às pessoas que ama, não se importando em morrer por elas. Após a sua transformação, no último livro publicado da série, Bella alcança a idealização completa, onde além de todas as qualidades físicas de um vampiro, ela também parece ter uma afinidade natural com sua nova espécie, não tendo nem mesmo que se esforçar para não atacar humanos, ou sua filha recém-nascida, como é comum para vampiros recém-nascidos.

O casal central de Crepúsculo é a mais perfeita exemplificação da característica de idealização romântica, sendo eles considerados como casal, ou observando cada personagem separadamente.

2.3 Medievalismo

A retomada de feitos dos grandes cavaleiros da época medieval era uma constante em obras Românticas. Na saga Crepúsculo, ela aparece com frequência nas ações de Edward e Bella, geralmente sendo ação e reação de uma mesma sequência de eventos. Bella é uma personagem construída para ser a donzela em perigo e Edward, seu cavaleiro, sempre pronto para resgatá-la. A primeira vez que tal posição ocorre é ainda no primeiro livro da saga, em uma cena onde Edward resgata Bella de uma situação de perigo com desconhecidos. Depois do resgate, Edward, em uma demonstração da mais pura nobreza, deixa que os agressores vão embora sem machucá-los.

“Eu não ia cair sem levar alguém comigo. Tentei engolir para poder formar um grito decente. De repente faróis apareceram na esquina, o carro quase batendo no atarrancado, obrigando-o a pular para a calçada. Mergulhei na rua – este carro ia parar ou me atropelaria. Mas o carro inesperadamente deu uma guinada, cantando pneu, e parou com a porta do carona aberta a pouca distância de mim. ‘Entra’, ordenou uma voz furiosa.” (MEYER, 2008, p. 121)

Esta cena de resgate é apenas a primeira de uma cadeia de situações em que Edward resgata Bella de perigos diversos, inclusive de sua própria família. A partir do ponto de vista de Isabella, nos livros, ela soa como uma moça corajosa que tenta, ao menos, se livrar sozinha dos perigos. No entanto, quando o protagonista vampiro some de cena, um outro personagem encarna o herói perfeito – e de certa forma, também o mito do “bom selvagem”. Com o desaparecimento de Edward depois de resgatar Bella de ser atacada pelo seu “irmão” – ato que reforça a característica do Medievalismo em Edward – Bella retoma uma amizade com Jacob Black, um nativo americano que mais tarde se revela também um ser sobrenatural. Jacob resgata Bella não apenas física, mas emocionalmente em diversas ocasiões, colocando-o em lugar de destaque na obra como um todo. Perde-se, com a saída de Edward de cena, o herói classicamente europeu, mas o heroísmo característico do Medievalismo permanece em um traço tão forte quanto: o “bom selvagem”, Jacob Black, continua a resgatar a donzela em perigo, Isabella Swan. 

2.4 Sentimentalismo Exacerbado e Byronismo

Lendo a saga de Meyer, torna-se difícil encontrar algum momento dos livros em que o sentimentalismo exacerbado não apareça. Edward é um personagem conflitante, com emoções fortes sobre as questões mais simples possíveis. Suas reações a pequenos problemas do dia-a-dia tendem a ser absolutamente exageradas e fora de proporção. Isabella sofre do mesmo mal, e os dois personagens centrais parecem não conseguir ter um momento de paz e serenidade durante todas as cinco obras. Além do exagero sentimental, os dois personagens são dados a momentos de contemplação sobre a vida e o amor, sem o qual nada parece valer à pena.

Uma das maiores demonstrações de tais características são as reações dos personagens centrais aos acontecimentos do segundo livro da série, Lua Nova. Ao ver Isabella quase ser atacada por Jasper, um de seus irmãos adotivos e também vampiro, Edward decide ir embora e deixar Forks, para que Bella possa ser mais feliz sem os riscos que estar ao lado de um vampiro traz. A ação em si não parece ser algo trágico tanto quanto seria lógica. No entanto, a maneira como Edward a faz é carregada de sentimentalismo, dor e agonia. A maneira como Bella reage à partida de Edward também mostra o quanto a personagem claramente pensa não poder viver sem aquele que julga ser o amor de sua vida.

“Ele se fora. Com as pernas trêmulas, ignorando o fato de que minha atitude era inútil, eu o segui para a floresta. O sinal de sua passagem desapareceu de imediato. Não havia pegadas, as folhas estavam imóveis de novo, mas avancei sem pensar. Não podia agir de outro modo. Precisava continuar em movimento. Se parasse de procurar por ele, estaria tudo acabado. O amor, a vida, o significado… acabados.” (MEYER, 2008, p.64)

Em um dos momentos mais inspirados da saga, Meyer coloca a sequência de meses após a partida de Edward (outubro, novembro, dezembro, janeiro) em páginas separadas e, com exceção do nome do mês, também em branco, demonstrando claramente o vazio na vida de Bella agora que Edward já não está mais ali. A vida da personagem está total e completamente centrada em Cullen. Seu amor é tão verdadeiro e tão intenso que, sem ele, já não há mais razão para continuar, não há mais motivos para seguir em frente – sua vida se torna apenas uma página em branco, em que histórias não são feitas. O tempo apenas passa, mas Bella já não vive, porque nada mais parece valer à pena, quando Edward se vai.

Mesmo a melhora que Isabella tem de seu quadro depressivo não é feita em razão da superação de seu amor. Isabella, depois de retomar a amizade com Jacob Black passa então a arriscar sua vida constantemente, em uma lembrança dos tempos em que quando ela se arriscava, Edward a resgatava.

“Eu estava ansiosa para tentar de novo; agir com imprudência mostrou ser melhor do que eu pensava. Podia deixar a trapaça de lado. Talvez eu tivesse encontrado uma forma de gerar as alucinações – isso era muito mais importante. […] ‘Vá para a casa de Charlie’, ordenou a voz. Sua mera beleza me maravilhou. Eu não podia deixar que minha lembrança se perdesse, qualquer que fosse o preço. […] Tinha de ser essa a receita para a alucinação: adrenalina mais perigo mais estupidez. Alguma combinação parecida com essa, de qualquer modo.” (MEYER, 2008, p.151, 152, 153)

No trecho acima, retirado de Lua Nova, Isabella começa a se recuperar de seu quadro de depressão, mas reforça ainda mais a noção de que a vida só valia a pena ao lado de Edward. As “alucinações” a que ela se refere são o eco da voz de Edward em sua mente, que ela julga ouvir ao se colocar em perigo. Repetidamente, ela arrisca a sua vida apenas para ouvir a voz de seu amado.

Se Bella tem momentos byronescos, Edward é a própria personificação de tal característica. Abandona a amada pelo seu bem, mas sofre a tal ponto por ela que, ao ouvir que ela morrera, busca ele também morrer, certo de que a vida sem sua amada não valia de nada. Este traço fortemente marcado em Edward será mais explorado no próximo item de discussão.

2.5 Fusão do Grotesco e do Sublime

Edward Cullen é, para colocarmos de maneira simples, a representação perfeita desta característica romântica. Enquanto Isabella parece fugir deste traço em particular, já que até mesmo como vampira ela tem uma resistência maior à tentação de matar, Edward se sente culpado por tudo de errado que aconteça com aqueles com quem se importa por se julgar um monstro. Em uma das frases mais famosas da saga, “E então o leão se apaixonou pelo cordeiro.” (MEYER, 2008, p. 206), Edward já se coloca na posição em que permanece até o fim da saga: o monstro, o predador, na imagem de um anjo.

São inúmeras as referências de Edward à sua qualidade de “monstro”. Em um dos momentos mais pretensamente profundos da obra, Edward e Carlisle assumem ter uma discussão sem fim sobre a questão da alma imortal. Edward julga que, por ser um monstro – palavra a que ele recorre em diversas ocasiões – ele já não tem alma, e merece ser condenado. Este é, na verdade, um dos maiores argumentos de que Edward se vale para não transformar Bella em uma vampira: de que ela, ao ser transformada, perderia sua alma imortal, condenando-a ao sofrimento eterno que Edward imagina que o espera. Carlisle discorda desta concepção, mas nem mesmo com os argumentos de seu pai adotivo Edward se convence. Ele se imagina o monstro e predador perfeito, e sofre por isso infinitamente.

A contraposição de imagem idealizada e comportamento cavalheiresco com a auto-imagem de monstro que Edward cria perdura por todas as cinco obras lidas, e fica claramente evidente em Midnight Sun, em que sua imagem negativa é refletida através de suas próprias palavras.

“Eu sorri. ‘Bem, nós podemos tentar, eu suponho. Mas eu já estou avisando que eu não sou um bom amigo para você.’

Eu esperei pela sua resposta, dividido em dois – desejando que ela finalmente ouvisse e entendesse [que ele não era bom para ela], pensando que eu poderia morrer se ela o fizesse. Que melodramático. Eu estava me tornando tão humano.” (MEYER, 2008, p. 120)

Ao lermos a obra do ponto de vista de Edward não há, na verdade, um único trecho em que a maneira como ele se julga errado, monstruoso e perigoso não apareça. Seu principal referencial para esta auto-imagem é a época em que ele diz ter se rebelado contra a maneira como Carlisle e o resto de seu coven viviam, alimentando-se apenas de animais. Neste período, Edward decidiu alimentar-se de sangue humano – claramente mais “saboroso” do que o animal. No entanto, mesmo em sua rebeldia e comprovada monstruosidade, Edward não assassinava qualquer humano: ele se alimentava apenas daqueles que ele sabia serem mal-feitores, o que ele conseguia saber por ter o poder de ler mentes.

“’Sou o melhor predador do mundo, não sou? Tudo em mim convida você… Minha voz, meu rosto, até meu cheiro. Como seu eu precisasse disso! […] Como se pudesse ser mais rápida do que eu’, ele riu amargamente. Ele estendeu a mão e, com um estalo ensurdecedor, quebrou sem esforço um galho de sessenta centímetros de espessura do tronco de um abeto. Balançou-o na mão por um momento, depois o atirou numa velocidade ofuscante, espatifando-o em uma árvore enorme, que sacudiu e tremeu com o golpe. E ele estava na minha frente de novo, parado a meio metro, ainda como uma pedra. ‘Como se pudesse lutar comigo’, disse ele delicadamente. Fiquei sentada sem me mexer, com mais medo dele do que jamais senti. Nunca o vi tão completamente livre de sua fachada refinada. Ele nunca foi menos humano… Nem mais lindo. Pálida e de olhos arregalados, fiquei sentada como uma ave presa pelos olhos de uma serpente. Seus olhos adoráveis pareciam brilhar com uma excitação imprudente. Depois, com o passar dos segundos escureceram. Sua expressão aos poucos assumiu a máscara de uma tristeza antiga. ‘Não tenha medo’, murmurou ele, a voz de veludo involuntariamente sedutora. ‘Eu prometo…’, ele hesitou. ‘Nunca machucar você. Parecia mais preocupado em convencer a si mesmo do que a mim. ‘Não tenha medo’, sussurrou ele novamente enquanto se aproximava, com uma lentidão exagerada. Sentou-se sinuosamente, com movimentos deliberadamente lentos, até que nossos rostos estivessem no mesmo nível, a trinta centímetros de distância. ‘Perdoe-me, por favor’, disse formalmente. ‘Eu posso me controlar. Você me pegou de guarda baixa. Mas agora estou me comportando melhor.’” (MEYER, 2008, p.198-199) 

Fica claro em qualquer trecho que Edward mostre suas características de monstro que ele, na verdade, não o é. Ele é um vampiro, mas se alimenta apenas de sangue de animais selvagens. É um predador, mas mesmo quando matava humanos, matava apenas os maus. Deseja o sangue de Bella mais do que qualquer outro, mas nega-se a tomá-lo para preservar sua vida. Finalmente, é um ser sobrenatural com inclinações assassinas, mas tem beleza divina. Ele é, desde a sua composição até suas ações, a personificação deste traço romântico, unindo à perfeição o sublime e o grotesco.

2.6 Leah Clearwater e a negação do Romantismo

Apesar de a saga Crepúsculo ser profundamente Romântica quando se referindo aos seus protagonistas, há nela personagens que quebram de maneira brusca esses paradigmas. O maior exemplo deles é Leah Clearwater, uma personagem secundária de história interessante e quase trágica, mas que exatamente por não possuir traços caracteristicamente Românticos tem um fim não Romântico.

Leah aparece pela primeira vez na saga em Lua Nova, na página 197, quando seu nome é mencionado em referência à família de Henry Clearwater, que acabara de sofrer um ataque cardíaco. Parte do núcleo de habitantes de La Push, Leah tem uma história nada convencional: descendente indígena, ela perde o noivo – por quem permanece claramente apaixonada até o fim da saga – para a própria prima, quando tal noivo, depois de transformar-se em um dos defensores de La Push – um lobisomem -, acaba por ter o que no livro se define por imprinting, o encontro de sua alma gêmea, algo que os lobisomens não controlam, mas também não podem negar. Depois de perder o homem que amava para a prima que, segundo a autora, era quase uma irmã para ela, Leah ainda sofre um segundo trauma: Leah Clearwater, diferentemente das outras índias, torna-se uma lobisomem junto com os homens jovens de sua tribo. Com isso, ela perde a capacidade de envelhecer e amadurecer – e também a capacidade de gerar filhos.

Leah é uma personagem que é a antítese da idealização. Amargurada, sarcástica, geralmente revoltada e sempre com raiva, ela perde tudo que já quis ter e, até o fim da saga, não recebe nada em troca. Sua mãe, que acaba por perder o marido, termina a trama com o pai de Bella. Seu irmão mais novo, Seth, é um dos personagens que fica feliz ao se saber um lobisomem. Todos os demais personagens têm, de uma maneira ou outra, um final feliz – com a exceção de Leah. Leah é, na verdade, a única personagem de toda a trama que foge em absoluto de todos os traços Românticos. Não é estonteantemente bela, nem perdoa com facilidade. Não se encaixa no padrão de donzela em perigo, nem tampouco salva as pessoas pelo prazer de ajudar. Ela é, de certa forma, a personagem mais humana e real de toda a trama, não aceitando o sobrenatural como comum, não dando mais do que recebe em troca e, por isso, sua personagem paga o preço: em uma trama em que todos recebem o que merecem, Leah ganha apenas solidão, amargura e infelicidade, como fica claro neste trecho, de Amanhecer, “[…] Diga-me quem me quer por perto, e eu vou embora.”[5] (MEYER, 2008, p.169).

Um final não-Romântico, para a única personagem não-idealizada de toda a trama.

3 CONCLUSÃO

A saga Crepúsculo, da autora norte-americana Stephenie Meyer, é recheada de traços e características Românticas a ponto de quase poder ser classificada como uma obra deste período. Tais características são extremamente acentuadas em Edward Cullen e Isabella Swan, os personagens centrais da obra, mas manifesta-se também nos personagens secundários, como Charlie Swan, Jacob Black e o restante da família Cullen. Percebe-se que os traços de comportamento destes personagens são Românticos em sua essência, reunindo características das três gerações do Romantismo, mas seus finais tendem à terceira Geração mais urbana, com fins felizes. Percebe-se também que em um dos poucos personagens da saga que não seguem os padrões Românticos, Leah Clearwater, usada neste trabalho como contraponto a Isabella e Edward, o fim da personagem foge à norma Romântica exatamente como suas características o fazem.

Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse, Amanhecer e Midnight Sun são um conjunto de obras modernas que retomam, abundantemente, traços do período literário Romântico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR E SILVA, Vitor Manuel. Teoria da Literatura. Coimbra: Almedina, 1968.

Curso de Literatura. Disponível em: http://www.mundocultural.com.br/literatura1/index.html, acessado em 10 de junho de 2010.

MEYER, Stephenie. Breaking Dawn. New York: Little, Brown and Company, 2008.

MEYER, Stephenie. Crepúsculo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008.

MEYER, Stephenie. Eclipse. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008.

MEYER, Stephenie. Lua Nova. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008.

MEYER, Stephenie. Midnight Sun. Download em: http://dc152.4shared.com/download/61668259/aa60269b/Midnight_Sun_Ch_1-12.pdf?tsid=20100610-210625-67b64033, acessado em 10 de junho de 2010.

WIKIPEDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo#Caracter.C3.ADsticas, acessado em 10 de junho de 2010.


[1] Trabalho elaborado para a disciplina de Literatura Brasileira I.

[2] Aluno do 2.º nível do curso de Letras Português/Inglês da UPF.

[3] Tradução livre feita por Janaina M. Cerutti

[4] Tradução livre feita por Janaina M. Cerutti

[5] Tradução livre feita por Janaina M. Cerutti


Romance: o que nós já sabíamos

Antes de tudo, o que direi aqui não é certo, nem incontestável, nem qualquer coisa do tipo, porque oi, não tenho formação superior em letras e sei tanto de literatura quanto alguém formado no Ensino Médio. Então fangirls, se é que vocês ainda existem, não me encham.

A ideia dessa postagem surgiu no primeiro semestre do ano passado, em meio a uma aula de literatura – o professor falava sobre romantismo, primeira, segunda e terceira geração, prosa, poesia e derivados. Depois de quase três aulas tendo só romantismo, algumas coisas foram inevitáveis de se comparar  – até porque, a época dessa ideia remonta ao início do blog – e deixei anotado algumas informações na agenda para não perder algumas comparações mais tarde, depois que prestasse atenção na aula – oi, vida de vestibulando ftw nnnn.

 

Enfim, vamos ao que interessa.

O básico todo mundo já sabe: uma adolescente com falta de massa cinzenta normal que se apaixona por um vagalume de sol vampiro e vivem uma linda história de amor, de arrebatar corações femininos das mais variadas idades (sic). Um perfeito romance a lá Romeu e Julieta – de acordo com Meyer, melhor que eles até, “os adolescentes idiotas” – quase desbancando Orgulho e Preconceito, porque Darcy e Elizabeth poderiam viver um sem o outro e -.

Okay, parei de brincadeiras.

 

Meyer é formada em Literatura Inglesa pela Universidade Brigham Young, graduada no ano de 1995. Já vi em mais de um lugar que até Crepúsculo, ela nunca tivera real contato com essa história de desenvolvimento de tramas e livros, pelo menos não na escala de um Best-seller, ou whatever. O máximo que fazia, antes disso, eram trabalhos com historias sobre personagens para a universidade, e já disse mais de uma vez sempre ter sido muito influenciada por livros românticos em entrevistas.

É aí que o negócio pega. Você lê Twilight, vê como Bella e Edward são descritos e pensa: já vi isso em algum lugar…

É, pois é, você viu. Ou pelo menos ouviu falar, se não dormiu nas aulas de literatura. A questão é: a fórmula é parecidíssima – se não totalmente copiada – do que foi escrito na época considerada ultra-romântica (eu sei que é ultrarromantica, mas pelo amor de Deus, a lei só vigora em 2012, mesmo e o mundo vai acabar antes disso). A única diferença é a inversão dos papeis – no caso, não é a mulher que é a figura idealizada, e sim o homem.

… Mas oi?

Então, o negócio é mais ou menos assim: autores como Álvares de Azevedo (tudo bem que isso na sua primeira fase) escreviam de modo a exaltar a mulher de tal modo que o amor que ele escrevia era retratado como algo “sublime”, possivelmente até impossível de ser realizado – criava praticamente a imagem da mulher inacessível, por ela ser tão maravilhosa, pura, casta, virgem, imaculada, blá. O retrato do amor nessa fase era tal que o sentimento em si não era a união entre dois corpos, e sim entre duas almas.

Puxa, que bonito! Até quero um desses romances pra mim! -n

… É, seria bonito se ele não trouxesse em seguida o conceito de que isso é um amor inexistente. Tiops, não, oi.

 Ele sonha, sonha, sonha, monta a mulher perfeita, com seus adjetivos e qualidades infindáveis enquanto ele, apenas um homem comum, é incapaz de tê-la, apesar de tanto sonhar. Ele ilusiona um momento perfeito, com um mundo perfeito, com tudo PERFEITO para os dois, mesmo sabendo que isso jamais acontecerá.

 

Então fica aquela história: fangirls de um lado dizendo que Edward/Bella são um romance verdadeiro, O VERDADEIRO AMOR (?), o fato sublime de todos os acontecimentos, a união de almas e não corpos, e toda aquela história que até meu cão já está careca de ouvir, e de um outro lado gente que olha e diz “Er… Mas isso não é real. É obssessivo, doentio e cheio de escapismo”.

Por que isso? Porque, diferentemente dos ultra-românticos, Meyer fez com que os dois pombinhos ficassem juntos. Como isso não pode ser amor?

A “poetisa” de Crepúsculo é a Bella – a menina comum, com sua vidinha entediantemente comum, com sua rotina comum que conhece o homem de sua vida – interessante, perfeitamente perfeito, praticamente esculpido em mármore, deliciosamente perfeito (e eu já disse que ele é perfeito?) – Edward Cullen. Meyer exagera e repete inúmeros momentos em qualidades e atributos para Edward, enfatizando a cada milissegundo momento o quanto aquele é o relacionamento ideal – o amor sublime.

 O homem perfeito, algo supostamente inalcançável – idealizado. A mulher que sonha com ele, com o relacionamento.

 Os gêneros só mudaram os papéis, praticamente.

Aliás, em questão da prosa romântica, há algo muito interessante que encontrei, falando sobre as características da mesma. Percebam as semelhanças com Twilight:

Outras características da prosa romântica:

1) Flash-back narrativo: é a volta no tempo para que sejam explicadas, por meio do passado, certas atitudes das personagens no presente

2) O amor como redenção: o amor é sempre visto como o único meio de o herói ou o vilão se redimirem e se purificarem de seus erros

3) Idealização do herói: esse herói é em geral dotado de honra e coragem e às vezes põe a própria vida em risco para atender os apelos do coração

4) Idealização da mulher: essa mulher não tem opinião própria e é dominada pela emoção e obedientes, submissas seja pelos pais ou após o casamento pelo marido

5) Linguagem metafórica: visto que a prosa romântica tende à fantasia, é natural que haja muita descrição, comparação e metáfora, usadas para idealizar um ambiente ou uma personagem.

Agora, voltando para a situação em que Bella e Edward ultrapassam as barreiras do idealizado e ficam juntos: por que isso aconteceu? Porque, entre tantos outros detalhes, Meyer quis escrever algo baseado em ultra-romantismo e dar sua pitada de “criatividade” – provar que sim, é possível existir tal amor puro e perfeito.

E porque ela é um fail extremo.

Questão é: tudo que é idealizado não é verdadeiro – é escapista, foge da realidade, não.é.real. Não adianta meninas virem aqui, ou discutirem com amiguinhos, ou clamarem aos quatro ventos que isso é amor verdadeiro, que é assim que deveria ser, porque não é; até porque, o homem é muito mais complexo que um único sentimento, e amor unem-se a ódio, mesquinhez, bondade, felicidade, tristeza e tantos outros no mundo real. Seria bem maniqueísta acreditar que o ápice do ser humano é viver na figura de um relacionamento perfeito, do belo, do ilusório.

Se idealizado fosse real, ou verdadeiro, não seria considerado utópico – e extremando um pouco a situação, se tudo que fosse utópico não fosse idealizado, então os socialistas utópicos foram idiotas de nunca terem tentado um shot em conseguir a sociedade ideal que tanto desejavam.

Então… Não. Twilight não é um dos maiores exemplos de grande romance, de amor verdadeiro, Edward não amava verdadeiramente Bella e muito menos Bella para com Edward. A situação toda foi idealizada – até o fato de um monstro que deveria ser um vampiro foi descrito como um ser perfeito e superior a um humano, correto e politicamente certo, sem erro algum – e platônica.

E, pelo amor, todos nós sabemos como se terminam romances platônicos, não?

Tamara/Tammie.

Consideração final: Tamara não é socialista. Eu disse que o exemplo seria estupidamente exagerado.

Aliás, opinião pessoal sobre Shakespeare e os românticos que basearam suas tragédias em Romeu e Julieta: PQP, isso que é entender o que o cara queria dizer, heim? Ele quis retratar a intolerância da época, e mostrar que nessa dita época o amor era um sentimento para gente fútil, a impulsividade juvenil (ooooi, Julieta tinha treze anos!) e hoje todo mundo fala que é uma das mais lindas histórias de AMOR? WTF!! O pior é que Meyer, sendo formata em Literatura (!) seguir a mesma linha e ainda usar epigrafes para relatar o seu romance!


Braccas meas vescimini!!*

*Algo como: Coma minhas calças. (O Ladrão de Raios, pg. 95)

Estava eu na livraria esses dias. Rindo horrores das tirinhas do Garfield. O shopping estava cheio, e havia uma uper quantidade de adolescentes. Passei a observá-los entre uma tira e outra. 99% parava, obviamente, perto de qualquer livro que tinha vampiro na capa. Não muito longe desses livros, também na sessão de lançamento/destaque (pelo menos um povo lê), estavam, solitariamente esperando para serem comprados, os livros da saga Percy Jackson e os Olimpianos.

Livro 1: O Ladrão de Raios

Não estou dizendo que, ZOMG, o livro estava mofando na prateleira, ninguém comprava NOFFA (Tudo bem que quando eu fui comprar o meu, fui a única a chegar no livro, mas deve ser porque aqui no interior o gosto por leitura é praticamente zero ¬¬) . Não, calma. É só um modo dramático de começar esse post.

A saga, criada em 2005 por Rick Riordan, conta a história de Percy Jackson, um garoto aparentemente normal, que simplesmente não consegue explicar nenhuma das expulsões que sofreu nos últimos seis anos, de seis escolas diferentes. Disléxico e hiperativo, Percy é considerado um problema para as escolas. Ele nunca se considerou exatamente um problema, apenas muito azarado.

Mas após a sua professora de matemática se transformar em um monstro e tentar matá-lo, Percy começa a notar que há algo nele muito além dos problemas e do azar.

Na verdade, Percy Jackson é filho de Poseidon. É, Poseidon. Aquele mesmo! O deus do mar (e muito mais) =O!!!(E também é o nome daquele filme do navio (de mesmo nome) que fica de cabeça pra baixo… Muito bom!Mas isso SUPER não vem ao caso)

Poseidon (Ou, como diz minha vó: Posidão)

A partir dessa descoberta, um novo mundo se abre para o garoto. Um mundo totalmente diferente, onde deuses, heróis e monstros convivem com os seres humanos. E ele precisa aprender a conviver com isso.

(Lindo resumo o meu =PPP!Tentei não por spoilers nem do livro 1, apesar do filme e tal…É mais pra explicar o que o livro traz.)

Veja bem, eu não li tudo ainda. Acabei o 1 faz pouco tempo e estou lendo o 2, então não poderei dizer muito sobre o livro, fazer análises profundas, comparações e etc (Vamos deixar isso pra Yolanda, que me recomendou a leitura ^^!), mas isso é bom, pq eu não coloco spoilers e os interessados poderão ler ^^!!!

A saga de Rick Riordan foi criada no mesmo ano que a de Meyer (2005), e possuem LEVÍSSIMAS ligações…Ok, não possuem nenhuma ligação. É mais que ambos são livros fictícios para pré-adolescentes/adolescentes (E jovens/adultos que super não resistem a um livro (eu)), e trazem seres míticos (pseudo nada míticos, no caso da Meyer) e……e….eeeeeeeeee…..eeee…São em primeira pessoa! E Percy Jackson é milhões de vezes mais herói que Edinho Cullen ou Tonta Swan, mas, tudo bem, a gente deixa isso pra mais tarde…

Rick Riordan – Ele também é autor de longa data.

Uma coisa que o livro chamou minha atenção foi a futurização das figuras gregas. O autor não mudou a história deles, apenas transferiu para nossa época. É como se fosse tudo a mesma coisa, mas um pouco mais moderna (Coisa que, como notamos, a Meyer não conseguiu fazer). Vamos chamar isso de transferência.

Pode-se muito bem pegar algo antigo e transportar para o universo atual sem deteriorar parte ou toda a imagem dessa coisa usada. Deuses não mudam, porque mudariam? Eu, pelo menos, só vi uma modernização, para facilitar explicações e outras coisas. Não foi simplesmente (eu acho) um “Ponho porque eu quero” (Como certas pessoas fizeram cofcofmeyercofocof), foi para explicar, aliviar, não encher o livro de complicações, um vai e volta confuso. Foi uma facilitação. Mas essa modernização não tirou a verdadeira integridade das figuras mitológicas!

Zeus é Zeus em 2005, ele atira raios em 2005, ele controla os céus em 2005, ele… É Zeus, deus dos deuses, governante do Olimpo, ser supremo da mitologia…em 2005! Ele não fez nada de muito diferente, como sair brilhando no sol ou ficar com raiva porque, sei lá, não é o deus da colheita.

Edward não foi um vampiro em nenhum momento .___.! Ele não fez coisas de vampiro em 2005, nenhuma.

“Ele transformou a Bella em vampira!”

…Acho que até eu posso transformar a Bella em vampira se eu quisesse. É só chegar pra ela e dizer “Hey, você é vampira agora!”.

Pseudo-Mutante, aliás. Já que não tem vampiro no livro da Meyer, rs.

Eis outro fato que me chamou a atenção em PJ e os Olimpianos. Rick Riordan – segurem-se em suas cadeiras – PESQUISOU…O-M-G!Há quanto tempo não ouvimos falar disso?

Se você gosta de mitologia grega, como eu, e pega a saga de Percy Jackson, não basta muito para você rever diversas lendas no livro, algumas apenas mencionadas, outras explicadas. (Riordan também deu aula de História, ou seja, ele mexe com o que sabe.) E, se você manja de mitologia, vai ver que nada está errado. É a melhor maneira de se encaixar fatos antiquíssimos em pleno século XX. Não posso ficar spoileando (E quem sou eu pra spoilear?Um ser que está no começo do segundo livro?!), mas a transferência que o autor fez, ao mesmo tempo sem estragar um fato totalmente histórico, é bem clara. Você olha para algum deus humanizado/modernizado no livro e vê que deu até certo (Se bem que esse fato depende de cada um também).

A mitologia foi parte de gerações, bem como os vampiros também foram. Aliás, vampiros também são mitologia (Vide o meu post “Vampiros: Onde a Meyer errou“.), atravessaram gerações, figuram as crenças de muitas culturas.

Mas a Meyer, hahaha, ela não pesquisou, ela não se importou…Ela… criou Twilight! Prova mor de que ela não fez necas pra manter viva a cultura vampira =P!

Bem. Foi só uma palhinha. Mostrando que Rick Riordan, em seu livro sobre um garoto de 12 anos, filho de um deus grego (HÁ, LITERALMENTE!…-n), que salva o mundo, luta e coisas assim, conseguiu menos atenção que Stephenie Meyer e seu…livreco, sobre uma garota de…o que…16 anos? Que não tem nada na cabeça, não faz nada o livro todo e todos os nadas possíveis..

Você confiaria nela pra salvar o mundo???…-n

Tudo bem, Percy Jackson e os Olimpianos não é A OITAVA MARAVILHA DA LITERATURA, mas, come on, na minha opinião, não é ruim (Até agora). Vale a pena ler se você curte o gênero e gosta de mitologia. E é MUITO melhor que Twilight (Ok, Onde Vivem os Monstros tem mais conteúdo que Twilight. E olha que é um livro pra criança. Com 40 páginas e uma frase por página!!!…eu li, ok?), tem aventura, ação, provavelmente romance por que é ÓBVIO e por aí vai. O que todo livro de adolescente deveria ter! (E não 500 páginas de “Você é lindo”, “Não vivo sem você”, “Me possua” e sei lá mais o que…)

Mas o livro tá lá na livraria. Parado. Um ou outro olham…Um ou outro se interessa. Devem pensar “Que saco, não tem vampiro!” ou deve ser muito educativo pras lovers. Porque há coisas no livro que, olha, se eu não conhecesse mitologia (me senti XD!Mas é uma das poucas coisas que eu gosto de dizer com o nariz pra cima XDDD!!!-n), eu iria correndo pesquisar. É bem necessário saber alguma coisa. (Isso me faz pensar: Sabedoria cansa as lovers? Merece um post isso, não?Opinem!)

E nada contra quem não gosta também!!Podem criar seu percyjacksonhaters que estamos de boa XD! Somos os TwiHaters, certo?

Mas, um aviiiso pra quem for comentar: NO SPOILERS! Por favor!!Por favoooorrr!!!!<O>!!!!!

Giovanna.


O que é melhor que Twilight – Heroínas \o/

E terminando (eu acho hahaha) a sequência de “O que é melhor que Twilight”, falarei das heroínas de romances que deveriam deixar Bella Swan envergonhada. Seeei que teve gente que pediu pra falar de atrizes também e tudo, mas o negócio é que eu acho que a Kristen Stewart até tem jeito. Eu confesso que já vi ela atuando bem melhor em outros filmes, também já vi por aí que ela é capaz de mais e mostra isso em filmes que não vi… e, sério, não vejo sentido em fazer uma lista só pra contestar a beleza dela, porque isso é subjetivo DEMAIS (digo, a Penélope Cruz seria primeiro lugar absoluto em uma lista minha, rs, mas aposto que muita gente discordaria MUITO).

Então me limito às heroínas de ficção melhores que Bella Swan.

Justificativa I: nada de análises profundas de personagens, que fique claro, porque eu to de férias e não acho que precise disso. Bella não é uma personagem profunda, logo qualquer análise superficial de personagens melhores que ela já mostram, ahn, que são melhores. Eu escolhi a maioria delas do cinema, porque meu contato com filmes ultimamente tem sido maior do que com livros, mas de modo algum acho que isso interfere em alguma coisa, já que personagem é personagem, hahaha =P

Justificativa II (hahaha): das obras que têm livros E filmes, considerem mais os filmes do que os livros. Já os li, sim, mas provavelmente meu último contato com elas (as obras) foi com os filmes… então a memória tá mais fresca pra esse lado do que pra parte literária de tudo.

E vamos lá, sem mais lero-lero.

Kat Stratford
10. Kat Stratford (10 Coisas que Eu Odeio em Você)

A proposta, a princípio, era faz uma lista de heroínas de comédias românticas melhores que Bella Swan, pra ninguém dizer que foge da temática “história de amor”. O negócio é que tem tanta mulher realmente boa nas ficções por aí que não seria justo deixá-las de fora… e por isso a Kat Stratford, minha ídola-de-comédia-romântica, ficou em 10º lugar.
Kat é firme, é decidida, não é cheia de meninices, nada de fofurinhas e atitudes passivas. Ela é agressiva e não se derrete com qualquer xavequinho de Verona (e é Verona, veja bem; eu me derreteria). Não, na verdade, Verona tem trabalho pra conquistá-la, precisa rever alguns hábitos e, quando finalmente consegue alguma coisa e tudo vai abaixo, não é só um pedido de desculpas que faz Kat rever e voltar pra ele (diferente de Bella Swan, que acredita em qualquer porcaria que Edward diz, seja pra mantê-la perto, seja pra afastá-la).
É certo que 10 Coisas que Eu Odeio em Você tem alguns furos, que as personagens às vezes têm atitudes meio esquisitas e tudo, mas também é certo que a gente acaba não vendo a Kat como uma mocinha frágil e precisada de proteção. Tanto é que o vilãozinho estereotipado é que é o “par perfeito” dela, e não o príncipe encantado no cavalo branco, perfeito, marmóreo, rico, dirigindo um Volvo, com roupas impecáveis… não importa se no fim das contas Verona não é nada do que aparenta. O negócio é que ela não é, nem de longe, alguém que precisa de proteção. O que já deixa Bella pra trás.

Lisbela
9. Lisbela (Lisbela e o Prisioneiro)

Ok, duas comédias românticas. Porque eu acho que essa lista não deve ser só de mulheres cabra-macho e acho que Lisbela é mulherzinha que merece o posto. Primeiro porque Lisbela e o Prisioneiro não ter por onde ser mais romance. Temos uma mocinha que é noiva e larga tudo pelo mocinho, um mocinho mulherengo apaixonado por ela que é caçado pelo matador mais bravo do Nordeste, a esposa do matador que serve pra atrapalhar tudo, o noivo da mocinha que também serve pra atrapalhar tudo… muito drama, aventura, mentira, comédia romântica, fatão.
Depois, porque Lisbela é muito mocinha típica. É sonhadora, meiga, acredita no amor, acredita em largar tudo por amor… no que ela é diferente de Bella Swan? Na atitude, acho. Lisbela conhece Leléu e fica óóóbvio que eles se apaixonam numa primeira vista. Acho razoável, porque a história tem pretensões de ser uma comédia romântica idealizada fofinha. Só que ela entra em crises por causa disso. Ela quer ficar com ele, mas é noiva. Ele quer ficar com ela, mas é atrapalhado por Inaura e o matador que vem atrás dele por causa de Inaura. E Lisbela não é tonta de abrir mão de tudo pela incerteza, coisa que Bella Swan faria porque O AMOR É MAIS. Apesar de fofinha e sonhadora e tudo, Lisbela sabe que não dá pra viver de amor e resolve assumir os riscos do seu casamento, ainda que não fosse com O AMOR DA VIDA OMG. E só abre mão de tudo quando tem certeza de que Leléu gosta dela de verdade, não é só uma paixonite colegial. Só o fato de ter um pingo de juízo já a torna melhor que Bella.

Amélie Poulain
8. Amélie Poulain (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)

Mais uma mocinha sonhadora, pra reforçar que a lista não tem só mulher mucho macho (eis uma expressão que acho que ofende, mas vocês me entenderam, espero). Não que sonhadora seja o melhor adjetivo pra Amélie, mas é qualquer coisa nesse sentido. Como a Bella, Amélie tem aquela coisa de se deixar pra trás e arrumar a vida de todo mundo. Digo, não que a Bella queira arrumar a vida de todo mundo (exceto das duas pessoas do sexo masculino do seu círculo social)… mas ela se anula o tempo todo. Só que Amélie não enche o saco de ninguém por isso, não pede nada em troca pra ninguém por isso e é mil vezes mais fofa, original e engraçadinha que a Bella. Amélie também é romântica, sonhadora, também tem aquela coisa de se apaixonar sem conhecer o ser direito, mas o como são as coisas é que a torna melhor que Bella. Porque ela não se apaixona por Nino só de olhá-lo catando restos de fotos na estação de trem. Ela se apaixona quando descobre que ele coleciona os restos de foto. Nada de “omg, ele é bonito, ele é rico, ele dirige um Volvo e ele me esnoba!” E ela também não respira o ar que ele respira, não fica repetindo que a vida não tem sentido sem ele… aparentemente, ela nem ao menos pensa muito em ficar com ele de verdade…
E outro ponto é que o filme não gira em torno do relacionamento Amélie x Nino. Digo, é claro que ele acaba tendo um pouco disso, né, mas não é exclusivamente por isso que existe. Amélie é mais que só isso, hahaha. É uma heroína fofa, meiga e sonhadora em uma trama que não é exclusivamente sobre estar apaixonada, o que a torna melhor que Bella Swan e que as nossas outras duas meninas de comédias românticas.

Hermione Granger
7. Hermione Granger (Harry Potter)

Bom, aqui eu não falo MAIS dos filmes, porque li mais os livros do que vi os filmes de Harry Potter, hahaha. Acho que Hermione é conhecida de todo mundo, né? É esperta, é inteligente, é forte… eu confesso que não gosto muito da Hermione, não, mas acho que ela merece muito um lugar aqui porque ela é o tipo de mulher (ou menina-mulher, já que a história toda se passa na adolescência dela) sem a qual os amigos homens não sobreviveriam. “Ah, mas se ela fosse homem, dava na mesma!” Só que ela não é, o que faz TODA a diferença. Porque é muito fácil fazer uma história em que todos os realmente bons são homens. O mundo tá cheio delas, aliás. Agora pare e pense em quantas histórias têm mulheres realmente boas agindo, de alguma forma… é, não são infinitas, não. E Hermione tem essa coisa de, ao seu modo, também pegar em armas. Certo que, por vezes, ela é mais cérebro do que ação. Mas toda equipe precisa de alguém que pense, além de alguém que execute. Ela faz as duas coisas, que fique claro, mais uma do que outra e tudo. Tá que às vezes tem aquelas coisas de “fique aqui, Hermione, cuidando disso, enquanto eu resolvo o resto”… mas Hermione sempre participa das aventuras adolescentes de Harry. Ela tem seus momentos de fragilidade, de mulherzice, mas continua sempre firme. E sempre acompanhando Harry não pelo amor homem-mulher que (não) existe entre eles (H² que me perdoem, é um fato: não existe nada ali), mas pela amizade.
É mais lindo ainda, porque Hermione é apaixonada pelo Rony, como a gente já sabe, e não deixa Harry de lado quando o “amor da vida dela vai embora”. Ponto pra ela. E já ultrapassou Bella Swan, que deixa de lado o amigo que fez muito por ela assim que o amado volta. Hermione não. Ela chorou, ela ficou péssima, mas continuo ali, impassível, ao lado de Harry até o fim. Pela amizade e pela luta. Sei que a partir daqui vai ficar repetitivo, mas aprecio muito mulheres com esse quê de “me atiro do alto e que me atirem no peito, da luta não me retiro”, e Hermione representa demais isso. Nada como Bella, que provavelmente nem tem outra meta na vida que não seja ser vampira. Ew.

Clementine
6. Clementine (Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças)

Clementine é ótima e não podia ficar fora dessa lista, se a ideia central aqui é mostrar como personagens femininas não são sempre passivonas e insossas como Bella. Em termos de “amor”, aliás, temos em Clementine o completo oposto de nossa sem gracinha eterna apaixonada.
Talvez a oposição seja justamente porque Clementine tem medo de amar, de se envolver, mas é o que faz toda a diferença, porque ao invés de passar uma história morrendo de amores e sendo uma eterna apaixonada, ela opta por pura e simplesmente apagar da memória, de repente, tudo aquilo do homem com quem ela se relacionava. Impulsiva e ousada, mas numa via oposta à Bella, que faz tudo de impulsivo e ousado pra reforçar as memórias que têm de seu querido Edward. Não que eu ache que uma mulher só merece respeito quando deixa homem pra trás, como faz Clementine, mas acho que uma mulher que não fica se lamuriando por causa de ninguém é mil vezes mais interessante do que a outra, que age como se o único homem no mundo fosse aquele com quem ela tem um relacionamento (mesmo que ele não seja o melhor do mundo) e busca o sujeito de todas as formas, por todos os meios, até quando ele dá sinais de rejeição (penso em Bella em Lua Nova).
“Ah, mas a Clementine não amava o Joel como a Bella amava o Edward!” Prove que não, hahaha. O romance deles não deu certo, o que faz com que a história num todo, apesar de surreal, seja mais real. Isso não quer dizer que Clementine não amava Joel. Pelo contrário, o querer apagá-lo de sua memória talvez demonstre justamente que ela gostava dele e, por isso, precisava fazer o que fez – para parar de sofrer por ele, talvez. “Ah, mas ela fala horrores dele.” Pois é, cara, mas ele também fala horrores dela. Quando relacionamentos não dão certo, a gente costuma falar horrores do ex, mesmo gostando muito deles.
Logo, Clementine é melhor que Bella Swan porque a ousadia dela foi pra apagar Joel da memória, e não pra ampliar o sofrimento lembrando dele a cada influência. Ponto pra ela!

Raimunda
5. Raimunda (Volver)

Uma lista de melhores que Bella Swan sem uma heroína de Almodóvar não poderia ser feita por mim, é claro (vamos fingir que não foi a Lily que sugeriu alguma moça de filme dele, porque eu tive bloqueios na metade do post). E nenhuma heroína de Almodóvar é mais absoluta e poderosa do que Raimunda (vamos fingir, de novo, que não tem nada a ver com Penelope Cruz). Não, tá, talvez Manuela, de Tudo Sobre Minha Mãe, merecesse essa posição. Mas o negócio é que eu tenho mais afinidade com Raimunda e não me sinto confortável pra falar de Manuela.
Raimunda é aquela mulher que foi obrigada a tocar a vida sozinha, sabe? Não vou contar a história toda pra não estragar o filme, caso alguém não tenha visto =D mas ela é aquele tipo de mulher com um parceiro chato, que pelo menos assumiu a filha que ela não teve com ele, mas que não presta pra muita coisa e, além de tudo, perde o emprego. E ele resolve abusar da filha, que é dela mas não é dele, e acaba sendo morto por ela. E Raimunda tem que arcar com isso tudo sozinha, às vezes contando com a ajuda da irmã, já que é órfã. Por isso, evidente, ela é melhor que Bella: ela toca a vida, cria uma filha, sustenta uma casa, sem o amparo de ninguém. Melhor dizendo: sem o amparo de homem nenhum, já que o único homem na vida dela é mais um fardo do que uma ajuda. Raimunda deixa claro que nem toda mulher precisa de um homem pra colocar as coisas no lugar; até pode ser mais fácil sem eles, às vezes. (não, eu não to dizendo que a vida de Raimunda é fácil, mas vale lembrar que não existe nenhum indício que mostre que tudo era melhor com Paco ao lado dela – pelo contrário, dá até pra supor que era pior.)

Capitu
4. Capitu (Dom Casmurro)

É claaaaro que nossa literatura clássica também tem heroínas melhores que Bella Swan! Fiquei em dúvida entre Capitu e Carolina (A Moreninha) pra compor a lista, mas acho que Capitu tem ainda mais força do que Carolina, talvez porque Dom Casmurro não seja um romance romântico, hahaha.
Sim, Capitu é uma mulher respeitável (talvez porque seja personagem do ainda mais respeitável Machado de Assis, mas vamos fingir que não tem nada a ver). Não quero me estender em longas análises sobre ela (o Google já tem aos montes), mas dá pra dizer que ela é digna porque foi a primeira personagem feminina marcante que quebrou o paradigma da heroína romântica, que era o que existia na literatura até então. Capitu não é tontinha e apaixonada, não é mulherzinha que chora pelos cantos, não é frágil e desamparada. Certo que Dom Casmurro não é narrado por alguém imparcial nem nada; muito pelo contrário, Bentinho nos conta a história cego de ciúmes (podia ter alguma comparação tipo Bentinho x Edward Cullen, como rolou com Lindemberg, porque acho que eles teriam algo em comum), o que interfere em alguma coisa. Considerando isso (e deve ser considerado, porque não temos outro ponto de vista narrativo hahaha), o que sabemos de Capitu é que ela é dissimulada desde criança. Oras, no que ser dissimulada a torna melhor que Bella Swan? Pra mim, eu acho que toda a força da personagem vem daí, porque ela não se deixa intimidar fácil por ninguém, nem pelos pais, nem pelo futuro marido. Bella, por sua vez, tá muito mais pra heroína trágica e desgraçada que a gente tinha lá atrás, no romantismo (pense em Iracema e no quanto ela definhou porque Martin a abandonou. Muito Bella Swan!) – exceto Carolina, porque não acho que Carolina seja totalmente monga. Não quero me estender muuuito porque Capitu é personagem que dá pano pra manga (e o post já tá bem longo), mas ser uma mulher não-submissa em uma época em que as mulheres deviam ser submissas é ponto pra ela, e não pra Bella, que é uma mulher submissa em uma época em que as mulheres já deviam ter deixado isso pra lá.
(a imagem: achei que, como Maria Fernanda Cândido já viveu Capitu duas vezes – na minissérie que passou recentemente e em Dom, adaptação cinematográfica de 2003, o mais justo seria ter ela representando a moça)

Elizabeth Bennet
3. Elizabeth Bennet (Orgulho e Preconceito)

Só pra fazer justiça e ter uma personagem de uma “história de amor” entre os três primeiros lugares. Como, ahn, todas as heroínas melhores que Bella Swan, Lizzie Bennet também é, previsivelmente, uma mulher decidida. Nada de nhé-nhé-nhé pra ela, assim é que é. E ela não corre atrás de homem, o que é mais respeitável do que tudo (repito: eu não acho que ninguém deva ser irmã carmelita nem nada, mas essa coisa de “você é minha vida agora” é realmente repgunante). Ela até nega o pedido de casamento de um cara riquíssimo em uma época em que as pessoas não se casavam por amor, mas por dinheiro (preciso dizer que acho muito estúpido esse negócio de “casar por amor”, viu), só porque ela não ia muito com as fuças dele e ele a ofendeu.
Ok, parece pouco, mas deve-se considerar o contexto histórico todo, né? Ela já era mulher inteligente, cheia das boas saídas pra situações “de aperto”, o que era bastante atípico e impressionável. Ela recusa casamento uma vez e duas vezes só porque não foi com a cara dos pretendentes, em um momento que qualquer mulher casaria com o primeiro sujeito que oferecesse um pouco de conforto a elas (veja o que acontece com a amiga da própria Lizzie, Charlotte Lucas). Um dos pretendentes, aliás, é Mr. Darcy, o que fazia a recusa parecer realmente insano. Mas ela nããão se submeteu! Era uma mulher moderninha na Inglaterra do século XVIII, veja bem. E só aceita se casar com Mr. Darcy quando já o conhece bem, já sabe de seu caráter, quando está de fato apaixonada por ele. O mais interessante é que é um livro todo pra ela se encantar, e não só dois capítulos e uma esnobada na sala de aula! Ele precisa mostrar que é nobre, é bom, e só aí ela se casa. Nada de “ele é bonito e rico, se for gente boa é conseqüência, e eu não me importaria se ele fosse perigoso”. É, é, tá certo. Não tem essa de amar como é. Mulher de bandido ama o bandido com ele é e aparece morta às vezes porque o amor acabou. Certa é a Lizzie. E, por isso, por conhecer antes de se envolver, é melhor que Bella Swan.

Éowyn
2. Éowyn (O Senhor dos Anéis)

Devo dizer que foi muito, MUITO difícil decidir entre o primeiro e o segundo lugar, hahaha. No fim, acabei escolhendo pela abordagem de um modo geral. Tanto Éowyn quanto o nosso primeiro lugar são mulheres respeitáveis, corajosas, sem medo de pegar em armas pra defender aquilo que ou quem ama. Só que Éowyn não tem a chance de demonstrar toda a fibra que tem porque é obrigada a cuidar de seu povo, no contexto da história. Não que ela obedeça, mas o fato de ser vista como mulher frágil fez ela perder o posto de primeiro lugar (com dor no coração, porque tenho uma adoração sincera por ela desde o meu primeiro contato com O Senhor dos Anéis), já que a ideia da heroína, pra mim, engloba tudo isso…
De qualquer forma, Éowyn brilha. Movida pelo amor ao povo, pelo amor a Aragorn, pelo medo de ficar enjaulada, por qualquer razão que seja, ela encara a guerra. Disfarçada, ainda por cima, pra não ter perigo de ninguém a encontrar e mandar de volta pra casa. Ao contrário de muita mulher de ficção, ela não fica esperando os homens resolverem tudo, que é o que faria nossa queridona Bella Swan. “Ah, mas a Bella até se ofereceu pra ser a isca dos vampiros!” Claaaro, mas não porque ela queria LUTAR, e sim porque ela queria salvar a vida do clã de Edward, porque se sentiria mal se eles morressem por ela (altruísta, imbecil, blá blá blá). Ou seja, tudo errado. Éowyn vai à guerra por medo, também, mas medo de nunca fazer nada grandioso. Ponto pra ela. Repito: não ta com nada esse negócio de esperar homens resolverem tudo!
(Aliás, vale uma observação: não me lembro dos livros porque os li há muito tempo, mas aquela cena Éowyn x Nazgûl é realmente bela. Tipo, emocionante mesmo. Sempre bom ver alguma menina fazendo alguma coisa grande nesses filmes de menino, sério.)

E, pensando nisso, temos nosso primeiro lugar, personagem absolutamente melhor que Bella Swan…!: (sim, milhares de pontos no fim da frase)

Princesa Léia
1. Princesa Léia (Star Wars IV, V e VI)

É, acho que ninguém merece tanto o primeiro lugar quanto a princesa Léia, de verdade. O negócio é que eu entrei definitivamente pro time das garotas nerds que curtem Star Wars, digamos assim, por causa dela. Porque mesmo que a trilogia antiga fosse uma porcaria, não prestasse pra nada, não tivesse um dos vilões mais respeitáveis da história do cinema (heresias à parte, Lord Voldemort me assusta um pouco mais que Lord Darth Vader, mas que seja, não tiro nenhum mérito do segundo porque eu é que sou impressionável), etc, já deixaria Crepúsculo no chinelo só por causa da, ahn, abordagem do feminino na série.
Léia é poderosa, sem mais. Ela é quem ilustra perfeitamente bem aquele treco que citei ali em cima: “me atiro do alto e que me atirem no peito, da luta não me retiro”. Ela não precisa de proteção masculina, ela não quer nenhum tipo de proteção masculina, ela inclusive dá cobertura pra Han Solo suspiros quando ele precisa. O que é ainda mais interessante: mesmo na luta, ela anda sempre bem penteada, bem vestida, é capaz de se amar (Han e Luke, é óbvio, cada um a seu modo)… sem ser submissa, mulherzinha, fresca, o diabo. Desnecessário dizer, mas princesa Léia tem meu respeito pra sempre.
E vale uma observação: o mais interessante é que nenhum macho-alfa cretino fica de nhé-nhé-nhé tipo “princesa, fique enquanto nós lutamos! Você é uma dama que precisa de proteção!” Tenho certeza que não é o tipo de coisa que ela acataria, visto que fica claro que é uma espécie de líder dos rebeldes (no episódio IV, digo, quando Vader a captura e tudo) e, pra ser líder, significa que não ficou acatando lá muitos conselhos de “fique enquanto nós a protegemos”. Temos aí o oposto de toda a história de Crepúsculo, veja bem.
Sim, são enredos diferentes, são focos diferentes… mas eu, Ana, não vejo razões pra um romance mela-cueca não poder ter uma heroína forte como a Léia. Até tornaria as coisas mais interessantes, se assim fosse, é. Porque, eu juro, acho que toda abordagem de feminino devia seguir essa linha. E olha que nem é um filme recente, veja bem. Acho até que os mais novos não têm na Padmé toda a força que a Léia tem. E eu não vou fazer um post à parte falando sobre Star Wars, prometo. Só acho que chega a ser constrangedor alguém dizer que se identifica com Bella Swan com uma personagem tão DIGNA quanto essa no mundo, de verdade.

Bom… é isso. Eu nunca sei fechar posts, vocês já repararam? xD
Vale lembrar que minha lista não foi tão democrática quanto à da Lily, eu não perguntei pra ninguém quem merecia estar aqui… então sintam-se à vontade pra odiar algumas escolhas, apontar quem faltou e tudo…
=)

Ana


Quem é melhor que Edward Cullen/Robert Pattinson

E para continuarmos com a nossa série de posts sobre coisas melhores que Twilight (iniciada por mim e continuada, magnificamente, pela Tamara em seu post “QUEM é melhor que Edward Cullen/Bella Swan – que, aliás, aguardamos uma sengunda parte, viu mocinha), agora vamos para o próximo da list. Sinto muitos, meus queridos homens haters, mas hoje o post é especial de natal pra mulherada (bom, talvez possa ser pra vocês também, se quiserem, aproveitem). Pra mulherada hater poder suspirar… bem, as lovers podem suspirar também, vai! Mas eu duvido que as mais fanáticas vejam a beleza do que virá aqui, em seguida…

A pergunta lover que não quer calar: HÁ ALGUÉM MELHOR DO QUE EDWARD CULLEN? E HÁ ATOR MELHOR QUE ROBERT PATTINSON, HOMEM MAIS SEXY DO MUNDO SEGUNDO A VOTAÇÃO POPULAR DA VOGUE? (eca, eca, eca)

A resposta hater? HÁ, FILHA, COM CERTEZA HÁ! Em um post mais leve, vamos mostrar hoje como tem personagem de livro por aí que dá de dez a zero no seu Edinho, e como tem MUITO ator por aí BEM melhor que o Rob!

Duvida? Comecemos pelos personagens de livro. E SÓ DOS LIVROS! Se eu partir pra anime, quadrinhos, seriados, novelas e o raio que o parta, vão me linchar (sem contar que a lista fica eterna)… então, nos limitemos aos livros, que já é o bastante.

Lembrando: a lista não está na ordem de preferência da autora do post, embora listarei aqui os quinze personagens que EU acho dignos. Mas não necessariamente na ordem apresentada ^^

Rei Aragorn, sujo e macho e gentil!

1) Aragorn – O Senhor dos Anéis

Comecemos com estilo. Para aquelas que gostam de um homem de armadura, apresentemos o Rei da Terra Média, Aragorn, da série “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R Tolkien. Porque SIM, meus amores, além de ter escrito livros FODAS e ter abusado da linguagem em cada volume da saga (a ponto de criar uma nova língua), Tolkien também criou belos homens, em todos os sentidos. A começar pelo grande rei da Terra Média. Aragorn é um homem decidido, corajoso e leal, e que lidera a maior parte das tropas contra o exército de Sauron. Ele é tão fiel aos amigos que topa ajudar Frodo em sua jornada, e larga o grande amor de sua vida, Arwen, para trás. Aliás, a relação dele com Arwen é outra coisa bonita de ver. Aragorn sabe de suas limitações como mortal, e o desagrado dos elfos por causa de sua relação com Arwen, e mesmo assim continua em frente. E, em batalha, é sempre um dos mais humildes. É incrivelmente poderoso, porém só toma decisões que considera justas.

E antes que vocês, lovers, venham dizer que “Edward é isso e muito mais”, eu já digo que NÃO! A começar que Aragorn é, de fato, altruísta, porque primeiro pensa nos amigos e na família, e se arrisca de todas as formas, sem pedir nada em troca (e não fica de desculpinhas esfarrapadas que depois são derrubadas pela própria pessoa, como Edward faz – vide lance de não transar com Bella, porque ela é humana. Bastou casar e isso PASSOU. Altruísta, hein?). Segundo, ele não tem medo de ficar com Arwen, e apenas a deixa porque acredita que deve seguir na Guerra, e não para “o bem dela, porque ela é imortal, e bla bla bla”. Terceiro: Aragorn é HUMILDE. Ele sequer se importa com o trono de Gordon, do qual é sucessor (inclusive, usa pseudônimos para esconder sua identidade), e ainda ajuda Faramir a se destacar entre os outros guerreiros. Não só ele, como a outras pessoas também, como Éowyn, a jovem que vai para a batalha vestida como homem.

Faramir: F de fofo, F de foda!

2) Faramir – O Senhor dos Anéis

Continuando com a saga “O Senhor dos Anéis”, peguemos agora Faramir, o filho mais novo do Regente de Gordon, Denethor II. Faramir é o que podemos chamar de “filho rejeitado” da família. Mesmo sendo muito poderoso e corajoso, o pai prefere o irmão mais velho, Boromir, deixando de lado o mais novo, inclusive depois da morte de Boromir. Faramir é “muito gentil” para ele, creio eu. Mas ele é mesmo. Faramir tem algo que poucos homens possuem: honra. Mais do que poder e glória, Faramir lutava pelos seus próprios ideais, conseguindo a lealdade de muitos homens por isso. E o melhor de tudo: apesar de toda essa gentileza, Faramir sustenta diversos defeitos. É rude, austero e, por muitas vezes, saía no tapa com o pai. Porém, os defeitos de Faramir completam o charme de sua bondade, e ele consegue superá-los, sendo amado por onde passa por isso. DEFEITOS QUE SÃO SUPERADOS. Consegue lidar com isso, Edinho?

É REI Edmund, sim?

3) Edmund Pevensie – As Crônicas de Nárnia

Sim, porque até no mundo infantil temos alguém que vale a pena. Para aquelas que gostam de um ser BEM normal, C.S. Lewis nos ofereceu o irmão mais novo dos Pevensie, Edmund. Sabe aquele moleque pentelho, que zoa com todo mundo e ainda consegue fazer os comentários desagradáveis? ESSE É EDMUND! tia Lily já vê as caras enojadas das lovers que já viram o filme de Nárnia, dizendo “Ah, Peter é melhor, Caspian é melhor”. Bem, pelo menos esse é o Edmund que conhecemos em “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”. O moleque mal-interpretado pelos irmãos, que apenas quer mostrar que também é alguma coisa. Edmund cai facilmente na tentação de poder, glória E DOCES oferecida pela Feiticeira Branca, e trai os irmãos. Porém, o que torna Edmund legal é que ele se arrepende em seguida, e faz de tudo para consertar seu erro. Porque, atrás daquela carranca mal humorada e pouco cavalheira, Edmund é um bom menino, e que sabe assumir os próprios erros, e consertá-los. Sem contar que Edmund é PRÁTICO. Se dá na cabeça dele que ele tem que fazer alguma coisa, ele vai lá E FAZ. Ok que muita besteira acontece em seguida, mas ele continua tentando. E nem adianta alguém mandar nele. Nem mesmo Peter, seu irmão mais velho, em sua condição de Grande Rei, parou o cidadão. Homem decidido deveria existir por aí… NÉ EDWARD?

Maroto Almofadinhas, prazer!

4) Sirius Black – Harry Potter

Para terminar a nossa série de personagens de livros mais “fantasiosos”, apresentemos o grande conquistador de todas as fãs de Harry Potter – o maroto Sirius Black. Rebelde, arruaceiro e decidido, Sirius Black conquistou todas as fãs do bruxinho pelo seu porte despojado e, mesmo assim, pelo carinho que se dedica ao afilhado Harry. Mas, o que seduz MESMO a mulherada é o jeito SAFADO de Sirius Black. Um homem que adora ser livre, adora ser feliz e, sobretudo – adora aprontar. Mas, por trás desse Maroto, bate o coração gentil, fiel aos amigos e muito sincero. Sem contar a extrema coragem e o jeito prático de resolver as coisas. E, para finalizar, o que REALMENTE pode enlouquecer as fãs: Sirius não tem ninguém na história para formar casal. Então, para as mais românticas, ele se encaixa perfeitamente em suas fantasias. Já para as fãs de casais gays, ele se encaixa perfeitamente no papel também, sobretudo com o amigo Remus Lupin. Ou seja… DÁ PRA TODO MUNDO! Sem frescuras, sem forças, sem nada. APRENDA, SENHOR CULLEN!

Hello, mister Darcy

5) Mr. Darcy – Orgulho e Preconceito

Saindo um pouco das séries “juvenis”, entremos agora no mundo dos grandes clássicos. E, claro, comecemos na cicatriz da coisa: Orgulho e Preconceito. Bem, as fãs de Twilight devem estar dizendo agora “AH, FINALMENTE ALGO QUE EU CONHEÇO, POSSO CONTRA-ARGUMENTAR”… não! A não ser que você já tenha lido/assistido aos filmes e conheça a obra MESMO, fora do contexto de Twilight, acredite, você NÃO CONHECE Mr. Darcy. Porque, se conhecessem, não o associariam ao Vampiro Purpurina. A começar que Mr. Darcy é, de longe, mais charmoso. Tem um jeito austero, rude e imponente, quase arrogante, mas que, depois de algum tempo, mostra o seu lado fraco. Porque Mr. Darcy acaba se apaixonando por uma mulher de atitude como Elizabeth Bennet, e exatamente por não saber lidar com alguém de atitude, acaba ficando atrapalhado, desastrado, bobo. Vira alguém que sabe ser romântico sem ser piegas. Ele apenas se torna… ele mesmo. Sem máscaras, sem preconceitos, e alguém que LUTA para conquistar a Elizabeth, e a cada momento tem que se provar diante a amada, e vencer o próprio orgulho e o próprio preconceito (péssima essa última frase, eu sei). Enquanto Edinho já encontra sua amada completamente tonta, e pode ficar posando de galã, Mr. Darcy tem que encontrar o que há de melhor nele, por detrás daquela rudeza toda que faz muita gente gamar.

Heathcliff: amor sem medidas

6) Heathcliff – Morro dos Ventos Uivantes

Olha outra cicatriz aqui. Sabe aquele moço que a Meyer xingou até não poder mais? Que ela chamou de “odioso” e o escambau, e fez todas as lovers se irritarem profundamente com o personagem (e nem mencionemos o fato de que ela humilhou a Emily Brontë, coitada)? Heathcliff é um homem de personalidade forte. Completamente apaixonado por Catherine, está disposto a fazer tudo para ficar com ela, porém ela, por não o achar “digno” de ser seu marido, casa-se com outro. Heathcliff é o verdadeiro “abismo” de sentimentos, sempre muito intenso e muito resoluto. Bem vingativo? Sim… mas pelo menos ele tem atitude perante o mundo e não aceita quando o fazem sofrer. Será que a Meyer traumatizou com isso? Pro Edward aceitar Bella e Jake como ele aceitou…

7) Lorde Henry – O Retrato de Dorian Gray (infelizmente, sem figura)

Vamos apelar um pouquinho agora. Para aqueles mais desavisados, “O Retrato de Dorian Gray” é uma das obras primas de Oscar Wilde, autor competente e craque em criar personagens masculinos. Lorde Henry é dos personagens desse romance. Um homem respeitado na sociedade, porém visto como uma “má influência” aos outros, sobretudo pelo pintor Basil. É ele quem incita Dorian a aproveitar mais a sua juventude e beleza, que não são eternas. Claro que o “aproveitar” dele não é algo MUITO politicamente correto, mas, ainda assim, é mais do que muitos poderiam pensar em aproveitar.

E ok, Lorde Henry pode até ser mais um quengo safado e corruptor do que um lorde mesmo, mas convenhamos… o homem sabe seduzir. Ele tem um jeito macio de falar e uma retórica bárbara, que faz qualquer um cair fácil na lábia dele. Até os seres mais inteligentes caem na conversa de Lorde Henry, afinal ele é um homem versátil e culto. Edinho? Pffff… suas frases de efeito barato cairiam FÁCIL por terra se ele conversasse com Lorde Henry. Então, mesmo sendo safado e malicioso, Lorde Henry entra pra lista.

O verdadeiro ser perfeito: Dorian

8) Dorian Gray – O Retrato de Dorian Gray

Se vimos Lorde Henry como o libertino mais sexy da literatura, vamos agora conhecer sua maior “vítima” – nosso querido protagonista Dorian Gray. Descrito com uma beleza descomunal, Dorian atrai a atenção de várias pessoas, que sempre o querem ao seu lado. No começo do livro, é um homem simpático, educado e até inocente. Mas ao conhecer Lorde Henry, bem como seus amiguinhos, Dorian revela o que de fato há por trás daquele rostinho bonito e jovem. Dorian se revela ambicioso, egoísta, vaidoso e [insira mais adjetivos negativos que você queira]. Ok, como um homem desses pode ser melhor que Edinho em toda sua educação, gentileza, altruísmo e blá blá blá? Bom… Dorian pode até não ser o genro que você pediu para a sua mãe (embora ele seja MUITO bonito, MESMO), mas ele é tão… sincero no que ele faz. Você nunca o verá fazendo algo de maneira forçada: ele faz apenas o que quer (mesmo que ele se convença fácil das coisas, como Lorde Henry sempre consegue), e não pensa duas vezes antes de dar um fora em alguém (como deu na Sybil) e assumir que ele fez isso POR ELE, e não por ela e todo aquela conversa que Edward quer aplicar em Bella. Porque, convenhamos, quem acredite que Edward abandonou Bella para protegê-la? Foi porque ELE não aguentava, e ELE não queria mais viver com aquela situação. Sem contar que ele transformou a Bella em vampira quando ELE quis, então… bom, Dorian não engana ninguém nesse ponto. Então, por ser de fato bonito e sincero, Dorian é melhor que Edinho. Ow lá em casa…

Um por todos... e todos por D'Artagnan -s

9) D’Artagnan – Os Três Mosqueteiros

Ok, voltando pro estilo “Capa e Espada”, peguemos mais um herói. D’Artagnan, nosso quarto mosqueteiro do livro “Os Três Mosqueteiros”. D’Artagnan é um jovem destemido, que quer fazer o seu melhor pela França. Porém, muito atrevido, acaba se confrontando com os Três Mosqueteiros do rei. E é exatamente graças a seu temperamento e coragem que D’Artagnan é chamado para compôr a equipe dos Mosqueteiros do Rei. Claro que, no meio disso tudo, rola muita encrenca, porque D’Artagnan é do tipo encrenqueiro, que faz tudo pelo que acredita (sem contar que ele cata a Rainha sem dó nem piedade, mas não vem ao caso). Para completar, D’Artagnan é absolutamente fiel ao seu país, e de um devoção muito rara, a ponto de morrer pelos que amam. MORRER MESMO! Não ficar sofrendo e se lamuriando que nem um certo cidadão ficou fazendo.

10) Escobar – Dom Casmurro (também sem figura)

Para aquelas que leram Dom Casmurro, eis o grande causador de problemas da Literatura. Escobar é o amigo que Bentinho faz no Seminário, e com quem, segundo Dom Casmurro, Capitu o traiu. Bem, casos de família à parte, eu APOSTO quem nunca pensou que Capitu deveria MESMO ter traído Bentinho. Não só pela chatice do cidadão, mas também pela pose de Escobar. Um homem altamente esperto, Escobar é um cidadão risonho, esportista e que gosta das coisas boas da vida. Escobar é um homem pragmático… se ele quiser alguma coisa, ele sempre a faz, e pensa muito bem antes de fazer. Um charme intelectual COM USO PRÁTICO! Ê, Ed, vai ter umas aulinhas de matemática e de outras coisas com o Escobar, vai!

11) Petruccio – A Megera Domada (mais um sem figura – DeviantArt precisa se atualizar)

Muito bem. Para não passar batido (e a pedido da Ana), coloquemos um personagem de Shakespeare aqui. Um homem rude, porco, grosso e completamente machista. OK, O QUE DIABOS PETRUCCIO ESTÁ FAZENDO AQUI, ENTÃO? Essa deve ser a pergunta rondando na cabecinha das lovers, que sabem que NÓS ODIAMOS MACHISMO! Muito bem, eu respondo. Petruccio, personagem da peça “A Megera Domada”, e que deu a inspiração para o Petruccio da novela “O Cravo e a Rosa” (bem como Patrick Verona de “10 coisas que eu odeio em você”), é um homem realmente rude, e que é desafiado a amansar a rebelde Catarina. E, para isso, ele usa toda a sua grosseria, até mais do que podemos suportar. Porém, Petrucchio é sincero. E não nega NADA do que acredita. Não disfarça seu machismo, não posa de bom mocinho e muito menos de galã, e muito menos fica de cantada barata como se fosse a coisa mais linda do mundo de dizer. Só por isso, ganhou espaço na nossa lista.

Só por Deus, Amaro...

12) Padre Amaro – O Crime do Padre Amaro

Vamos a um pequeno choque de realidade. SIM, UM PADRE É MELHOR QUE EDWARD, MINHAS CARAS LOVERS. Mas esse aqui não é UM PADRE, é O PADRE! Um homem gentil, sensível, fiel aos seus propósitos, mas, sobretudo, SUSCETÍVEL ao seu lado mais humano. Padre Amaro é o personagem criado por Eça de Queirós para criticar, sobretudo, a Igreja Católica do século XIX, mostrando o quanto a Instituição pode ser fraca. Amaro, um padre dedicado e religioso, apaixona-se perdidamente por Amélia, uma jovem portuguesa que lhe encanta o coração.

Agora, muitos se perguntam… ok, qual a graça de um PADRE? No que ele é melhor que nosso Edinho? Bem.. a começar, Padre Amaro é um legítimo homem gentil. Não essa coisa falsificada como Edward… até pela própria formação teológica, Amaro é um homem justo e muito sábio, que não trata apenas Amélia bem, mas também a todos os outros, SEM DISTINÇÃO DE NINGUÉM. E bem, em nenhum momento, até onde eu me lembre, ele tentou proteger Amélia por ela tomar suas decisões. Ele hesitou em ficar com ela? Hesitou, claro. Mas não para protegê-la, mas porque ELE se sentia mal, por quebrar os seus juramentos. Sem contar que Amaro é completamente humano, que exala cada sentimento, desde os piores até os mais nobres. Edinho, se você quer sofrer por amar Bella, veja O QUÊ ESSE HOMEM PASSOU, aí sim falamos de amor proibido, beijos.

E muito antes de Romeu... Tristão

13) Tristão – Tristão e Isolda

Terminando a lista, voltemos agora um pouco no tempo, e peguemos nosso herói da Idade Média. Para quem não sabe, “Tristão e Isolda” é uma antiga lenda celta, que narra a história de dois apaixonados. Tristão e Isolda viveram um caso tórrido de amor durante uma das viagens de Tristão, porém, ao voltar para casa, o moço tem que encontrar uma esposa para seu melhor amigo, que quer entrar em um torneio para se casar com a jovem que é prometida de prêmio. Como o amigo não é muito bom em duelos, Tristão vai em seu lugar, e consegue vencer o Torneio. Porém, o prêmio é nada mais menos do que sua Isolda, que agora tem que se casar com seu amigo.

Terminada a história, perguntamos: o que faz de Tristão melhor que o nosso amado Edward? Bem, Tristão pode até não ser nenhum homem poderoso, e ter com Isolda seus momentos de sofrimento, mas uma coisa não podemos reclamar: Tristão é fiel aos seus príncipios e aos seus amigos. Mesmo que ele sofra muito, o mocinho mostra uma BOA razão para sofrer, porque antes de pensar em si, pensa no amigo a quem fez uma promessa. Sem contar que o bonitinho é bom de luta, mas não fica se exibindo por aí. Porque ser foda é uma coisa, mas saber se portar como um VERDADEIRO cavalheiro é outra.

Lestat: vampiro de verdade

14) Lestat – Entrevista com Vampiro

Aaaaaaaaaah… claro que o nosso amiguinho NÃO PODIA ficar de fora da lista. Porque uma lista contra Edward Cullen que se preze, tem que ter um vampiro poderoso e sensual que deixa qualquer um suspirando. E que vampiro é mais sedutor, mais safado e mais glamouroso do que nosso amigo Lestat de Lioncourt?

Lestat se encaixa nas descrições dos vampiros perfeitamente. Homem bonito, elegante, e que não poupa esforços para conseguir suas presas. Para ele, vale tudo: seduzir, matar, transformar e até mesmo enganar e roubar, se for possível. Lestat é o típico homem sacana que todos querem ter um pouco, e o melhor: leva consigo toda a maldição dos vampiros, e gosta MUITO disso. Ao contrário de um certo “vampiro” que conhecemos, que reclama o tempo todo de sua maldição (que eu tento entender como ele pode achar maldição, porque não tem NADA nos vampiros de Meyer que seja ruim), Lestat, por sua vez, não só aceita sua maldição, como faz dela algo DIVERTIDO. Todo mundo querendo ir pro inferno de Lestat, eu aposto!

Ow desperdício...

15) Jacob – Crepúsculo

E para terminar nossa listinha de personagens fodões, vamos dar a Meyer o que é da Meyer. Não que isso seja um elogio, claro, porque todos nós sabemos que Jacob estaria em mãos MUITO melhores se fosse de outro autor. Porém, infelizmente é dela, e ela não soube aproveitar. Mas vamos falar dele do mesmo jeito, afinal essa é uma lista contra o Edward. E quem melhor pra enfrentar o mocinho do que Jacob Black?

Para quem ainda não sabe, o tio Jake é um “lobisomem” (entre aspas, porque nenhuma criatura da Meyer é o que ela diz, fato) índio que vive nos arredores de Forks, na tribo quileute de La Push. Um menino sensível e carinhoso, porém de personalidade forte, e que gosta de fazer e dizer o que pensa. Tem aquela queda pela Bella, e a ajuda a superar a ida de Edward, divertindo-a e mostrando coisas legais de se fazer.

Por que Jakezinho é melhor que Edward? Ah, bem, pra começar, como diria a Ana, ele é índio, sujo e macho <3. Mas questões de aparência à parte (afinal, sabemos que Edward nem é querido pela sua palidez doente, CLARO), Jake conquistou boa parte dos haters (e até dos lovers) por ser um menino simples. Alguém que demonstra seu amor sem nenhum esforço, não por palavras, apenas por atitudes e preocupação. Porque sim, Jake TAMBÉM se preocupa com Bella, mas é seguro o suficiente para deixá-la fazer o que quer, bem como para ajudá-la a ser mais feliz. Jake sabe até que ponto a Bella pode ir no penhasco, por isso fica lá, de olho, mas a deixa fazer. Ele é HOMEM o suficiente para dar a Bella o espaço que ela merece. E quando a perde, ele luta por ela sim. Só que, quando vê que, de fato a perdeu, prefere se juntar aos vampiros que odeia do que perder, ao menos, a amizade da menina. E ELE VENCE EDWARD FÁCIL, SÓ POR ISSO!

MUITO BEM! Meninas, prestem BEM atenção nesses personagens! MUITA ATENÇÃO! Vocês tem certeza de que querem um Edward clichê, brilhante, dominador e sensível? MESMO? Se quiserem, ótimo! Melhor pros haters, huahuaha!

E agora que terminamos com os personagens dignos… que tal a gente suspirar um pouco com os atores bons? EM TODOS OS SENTIDOS DA PALAVRA!

Novamente, os quinze melhores, a meu ver, não necessariamente nessa ordem.

Velho, novo, sempre delicioso

1) Brad Pitt – O Curioso Caso de Benjamin Button

Comecemos com um bom (e bota bom nisso) e velho símbolo sexy da mulherada. Quase 45 anos, e Brad Pitt ainda apresenta uma boa forma de tirar o fôlego. Sem contar que o seu trabalho em “O Curioso Caso de Benjamin Button” lhe rendeu uma merecida indicação ao Oscar. Sabendo oscilar entre o papel de um velho inexperiente a um jovem bem vivido, Brad cativou o público (sobretudo o feminino) ao nos trazer emoções e pensamentos no seu filme. E, à mulherada, sua boa forma também ajuda MUITO. Começamos a lista bem!

Come deep to me, Depp!

2) Johnny Depp – Inimigos Públicos

Eu poderia escolher diversos outros papéis do Depp, mas houve um detalhe essencial nesse filme que me fez escolher o personagem de “Inimigos Públicos” pra figurar nossa lista. Johnny Depp de sobretudo e uma arma. MANO, JOHNNY DEPP COM UM SOBRETUDO, CARA DE MAL E UMA ARMA! Tem coisa mais charmosa do que um homem maduro, mal humorado e poderoso pra seduzir uma mulher? Sem contar que Johnny está UM ARRASO em seu papel. Versatilidade sempre foi uma característica de Depp, que consegue encenar desde os papéis mais meigos aos assassinos mais frios. Em “Inimigos Públicos” ele não decepcionou, sem contar que exala um charme do tipo “não mexa comigo, baby”. Ai, eu morro!

Orlando Bloom em momento coisa gostosa da mulherada!

3) Orlando Bloom – O Senhor dos Anéis

O Orlando Bloom pode até não ser um ator lá muito expressivo, mas concordemos… ele de elfo arrasou metade do planeta, sem contar que ganhou TANTO sucesso que, em cada filme da trilogia, Legolas ganhou uma cena SÓ dele. Era aquele momento em que 99% do público feminino prendia a respiração, via o moço fazer diversos malabarismos com o corpo e suspirava em alto e bom som. Mas convenhamos… como não se apaixonar por essa carinha de anjo que guarda um guerreiro macho dentro dele? A união das duas melhores fantasias femininas, falei!

Virggo: sujo, mas com classe!

4) Virggo Mortesen – O Senhor dos Anéis

AGORA, se você é daquele tipo de mulher que gosta de um homem mais grosseiro, mais sujo, e ainda assim charmoso, Virgo Mortesen é a sua escolha PERFEITA. Encenando o personagem tudo de bom Aragorn (que também entrou na lista de personagens *.*), Virgo conquistou a atenção do público ao encarnar o típico homem medieval, sempre lutando (e, com isso, sempre em ótima forma), mas combinada a uma expressão muito fofa e serena. Na verdade, até para as odiadoras de homens barbados, Virgo se mostrou uma excelente visão, com aquela expressão séria de líder e de amigo fiel. É mulherada… um desses não se encontra fácil no mercado.

Olha o sabre de luz!

5) Hayden Christensen – Star Wars

Um momento geek, por favor. Ok mulheres que já se depararam com Star Wars II ou III: levante a mão quem nunca pensou em Anakin Skywalker sem camisa e com um sabre não necessariamente de luz na sua frente, ainda mais depois de ter lido essa frase. Hayden Christensen recebeu a missão de encarnar o lado humano e perturbado do jovem Anakin antes de Darth Vader, e não ficou para trás. Oscilou do cara bonzinho, porém convencido pra um homem revoltado, amargurado e mais convencido ainda. E arrasou em tudo… o nariz empinado, a carinha de mal, o ódio consumindo, a face vermelhinha perto da Padmé… ai, ele é muito fofo e sexy em tudo. Quando Patinho aprender a fazer todas as expressões (que não sejam a de cara de bêbado ou de bunda), a gente conversa.

Tooom... morde meu pescocinho?

6) Tom Cruise – Entrevista com Vampiro

É, Tom Cruise teve vários momentos de galã (eu, particularmente, gosto muito dele em “Missão Impossível”), mas ele como Lestat… ai, por todos os deuses, como ele ficou sacana e sedutor. Tom Cruise é um ator talentoso, que já interpretou vários papéis, mas em Lestat ele está tão perigosamente cafajeste que não tem mulher que não resista. Bem, ele encarnou bem o espírito Lestat da coisa. E ainda é bonito. E atua melhor do que ninguém como vampiro. Oi, Toooom!

Yooooooou are a champiooon, my frieeeeeeend!

7) Heath Ledger – Coração de Cavaleiro

Ok, eu tinha uma infinidade de trabalhos do Heath para escolher. Desde o teen “10 coisas que eu odeio em você” até ao derradeiro “Batman”. Porém, tendo em vista que nem todos conhecem Patrick Verona e que Coringa não é o homem mais sexy do mundo, eu resolvi pegar ele no belo filme “Coração de Cavaleiro”, onde ele faz o papel de William Tatcher, o escudeiro aspirante a cavaleiro que, para seguir seu sonho, forja sua identidade e passa a ser conhecido como sir Ülrich von Lichentestein. Sentimentos à parte, temos Heath, seu talento, uma armadura de príncipe num corpo de camponês sujo, grosso e macho! HUahuaha, sério, Heath consegue ser MUITO bonito com aquela carinha de inocente dele, bancando o cavaleiro grosseiro que tenta ser delicado, e só consegue quando é… ele mesmo. LINDO!

Ah, se eu tivesse nesse armário!

8) Ben Barnes – As Crônicas de Nárnia

Ai Deus, preparem o coração da tia Lily que ela vai surtar. OK, Lily, controle-se e fale do oitavo de nossa lista. Senhoras e senhoritas (e alguns senhores), apresento-lhes o moreníssimo, simpático e divertido Ben Barnes OU Príncipe Caspian/Dorian Gray dos cinemas. Eu resolvi pegar ele como Príncipe Caspian porque… bem, foi quando eu o conheci, huahuaha. Ben é um menino meigo, divertido e com um toque de amante latino. Meigo MESMO. Todos comentam que Ben Barnes é um excelente profissional, que entra de cabeça em todos os seus personagens e ainda os faz com muito amor ao contrário de um certo ator que conhecemos. E Ben está sempre sorrindo e brincando, sempre muito feliz para todos. Não é a toa que está atuando em tantos filmes, e ainda é o que arranca mais suspiros da mulherada em “Nárnia”. Ben… meu trintão favorito… bem vindo à lista. Me leva pro guarda-roupas? -s

Will... magnífico Will... *suspira*

9) William Moseley – As Crônicas de Nárnia

Muito bem, agora com todo o respeito de todos os leitores, permitam-me um momento de fraqueza e fangirlice. (respira) AAAAAAAAAAAAAAAAAH, WILLIAM MOSELEY, MEU LOIRINHO FALSIFICADO COISA GOSTOSA DA TIA LILY, EU TE AMO! (respira de novo). Ok, agora sem ataques de fangirlice, vamos à real razão de eu ter colocado o senhor William Moseley na lista. Alguns já devem ter reconhecido o garoto como o interpréte de Peter Pevensie, também das Crônicas de Nárnia, e devem se perguntar o que um menino como ele está fazendo entre os 15 homens mais bonitos que Robert Pattinson. Bem, para começar ele está porque, de fato, é mais bonito que Pattinson. Basta olhar para essa carinha fofa, esses olhos azuis incríveis e essa boquinha bem feita que Jesus Cristo! para perceber que, ao contrário de Patinho, William realmente carrega o charme inglês, em toda educação e sedução. A segunda razão é que William representa uma classe de homens que algumas mulheres – como eu – gostam: a classe dos homens com cara de menino. Eu não sei quanto a vocês, mas eu simplesmente sou tarada por esses homens com cara de inocente, que dá vontade de abraçar e descobrir do que é capaz. Sem contar que William é, de fato, talentoso. Em “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, o cidadão já ganhou diversos prêmios como melhor ator juvenil pelo papel de Peter, garantindo, inclusive, o direito de apresentar um dos prêmios do BAFTA, ao lado de Rupert Grint. A terceira razão – como vocês já puderam notar, não só pelo ataque acima, mas por ser o maior texto dedicado aos atores aqui presentes – é que William é, atualmente, meu ator favorito, e como sou eu fazendo essa lista, ele tinha que entrar. eu não disse em nenhum momento que seria imparcial, falei?

Ah, só pra constar, William Moseley tem 22 anos, e completa 23 agora em abril. É, ele é mais velho do que você pensou.

Elijah, fofo e bad boy!

10) Elijah Wood – Sin City

Ocupando a posição de honra da lista (mas oi?), vemos Elijah Wood. Elijah é conhecido desde pequeno, atuando em filmes como “Day-o: meu amigo imaginário” clássico Cinema em Casa e “Impacto Profundo”. Mas foi com o fofo e obstinado hobbit Frodo que Elijah estourou no meio feminino, com seus olhinhos azuis e sua cara de “me adota?”. Mas o mais legal é que, depois disso, Elijah assumiu diversos papéis, desde o menino bonzinho até o mais perfeito bad boy. E TODOS com muita maestria e sucesso. E, claro, sem perder os lindos olhos azuis e a carinha de “me adota?”. Quem se dispõe, meninas?

Gaaaeeeeel... pegael?

11) Gael Garcia Bernal – Ensaio sobre a Cegueira

Porque deixar de fora alguém que tem “pegael” no nome é até heresia. Apresento-lhes, meninas, Gael Garcia Bernal. Um ator esplêndido, queridinho do grande Almodóvar, e que conquista qualquer mulher que cruza seu caminho. Esse lindo espécime latino-americano é famoso pelos elogios em todos os papéis que fez, desde o cego filho da puta em “Ensaio sobre a Cegueira” até ao papel de travesti nos filmes de Almodóvar (eu não sei qual foi o filme, sorry! O.O). Sem contar que Gael exala um ar de… gostosura sem limites que te leva às alegrias eternas da paixão desmedida (LOLE!). Ok, poesia à parte, Gael aparece bem sexy como o cego mau-caráter de “Ensaio”, tanto que você até sente pena por ele ser tão bonito e tão odioso. Ai Gael… pegael, vai! Algo que eu jamais diria a Patinho, COM CERTEZA

Matthew, você me dá orgulho!

12) Matthew MacFadyen – Orgulho e Preconceito

Matthew não é lá muito famoso, mas uma coisa nós devemos assumir: ele, na pele do introvertido Mr. Darcy, ARREGAÇOU! A começar que ele tem essa expressão séria e misteriosa que sempre atrai olhares femininos, e esse olhar maduro sempre muito intrigante. Depois, ele é um homem de voz suave, gentil, daqueles que a gente quer ouvir sussurrando no nosso ouvido à noite na cama. E, por fim, é um homem que exala experiência. Esse charme dos mais velhos que SEMPRE arrasa com qualquer uma. Enquanto Patinho se esforça pra ser ídolo teen, o Matthew… bem, é um homem já. Vem pra cá, Matthew!

Geeeeeeraaard Butler is heeeeereeeee...

13) Gerard Butler – Fantasma da Ópera

Peguemos agora um homem experiente… talentoso… e que, mesmo de máscara, faz qualquer mulher cair pra trás. Gerard Butler oscila entre o ogro monstro ao homem gentil, e sempre muito educado e firme. Mas foi no papel de Eric, o Fantasma da Ópera, que todos viram Butler com outros olhos. Gerard encarnou, com maestria, o gênio musical perturbado, e ganhou glórias em cada um de seus papéis. Além disso, é um homem de fibra: assumiu seus vícios, luta contra eles e não pensou duas vezes em largar a faculdade pra seguir seu sonho de atuar, mesmo sendo “velho” (o que ele não é, porque rapaz, tá mais enxuto que muito menino cofPattinsoncof) E humilde. Butler sempre tenta dar o seu máximo, fazendo de tudo para encarnar seus personagens. E aí vemos essa coisa talentosa e bela. Ai Patinho, tá longe, hein?

Pra mim, nunca será perto demais...

14) Jude Law – Closer: Perto Demais

Olha, não temos muito a falar de Jude Law. Mas uma coisa é lei: o homem é BONITO. Bonito, sexy, sedutor, misterioso e [insira mais qualidades aqui]. Jude é aquele tipo de homem que ninguém dá muita bola, mas quando você conhece, quando ele vai se mostrando… Jesus, me abana, ele dá de pau em qualquer um. Ele tem… como chama mesmo? CHARME? E um par de olhos maravilhosos que derretem qualquer uma apenas no encarar. Aliás, imagine ISSO te encarando? Não é a toa que ele anda tão suspirável em Closer. Só de PENSAR em ficar próximo desse ser, e minha pele arrepia. Nada do tipo “ai, Pattinson sem camisa”. Não, é algo mais sério, como “ui, o que será que ele vai fazer?”. Algo MUITO mais prazeroso.

Ponha suas garras de fora, Hugh!

15) Hugh Jackman – X-Men

Pra finalizar, apresento-lhes o muito eficiente, talentoso, competente e gostoso Hugh Jackman. O intérprete de Wolverine ganha os suspiros das mulheres ao mostrar o corpo e o condicionamento em forma (mesmo estando na fase dos 40), com seu sotaque australiano sedutor e sua pose de bad boy que, pra nossa sorte, fica apenas em Wolverine, porque, pessoalmente, Hugh é um amor de pessoa. Um homem simpático, que gosta de crianças e está sempre disposto a trabalhar. E grande… e forte… e de voz grossa… e com pose de macho… alma de gentil… cara de homem… índole de menino… ai, Patinho não acumula tudo isso, falei!

MULHERADA DOS CÉUS! OLHEM AS FOTOS ACIMA! Tem de tudo… tem homem com cara de menino, menino com cara de homem, homem velho, homem novo, homem sarado, homem normal, homem vampiro, homem de espada… TUDO UM MAIS PEGÁVEL QUE O OUTRO!

Agora… olhem isso aqui abaixo.

Mas oi?

VOCÊS QUEREM MESMO ISSO? COM TUDO QUE TÁ LÁ EM CIMA?

E isso que eu SÓ considerei atores de filmes, porque se eu partisse para seriados e afins, aí vocês iam ter ataques psicóticos (a começar por Jared Padalecki, Jensen Ackles, Tom Welling, Matt LeBlanc e etc). Se MESMO assim você quiser Robert Pattinson… bem, filha, boa sorte. Eu só tenho a dizer… quer suspirar por um personagem que não existe? QUE SEJA POR UM DECENTE. E quer ser tiete de algum ator por ele ser bonito/talentoso? QUE ELE SEJA BONITO E TALENTOSO!

E agora com licença, que a tia Lily vai abusar do pinico de gelo pra se acalmar. Depois dessa sessão, EU MEREÇO!

E meninos… se eu fosse vocês, começava a listar as mulheres também. Ou vão deixar Bella se tornar exemplo pra todas essas meninas aí?

BEIJOS!

Lily


O que Meyer não sabe sobre Crepúsculo

“Egoísmo não é viver à nossa maneira, mas desejar que os outros vivam como nós queremos.”

Oscar Wilde

O que Meyer não sabe sobre Crepúsculo

O amor justifica, mas não absolve.

E por mais que pareça injusto, arrependimento não é o bastante para nos absorver de nossos erros, às vezes temos que sofrer as conseqüências.

Gostamos de bancar os heróis. Existem momentos em nossas vidas em que pensamos em nós mesmos como altruístas, e esses costumam ser nossos momentos mais egoístas. Afinal, estamos morrendo por amor ou ansiamos um pouco de sua imortalidade? Estamos deixando o outro ser feliz ou querendo que se culpe por nossa infelicidade?

Amar não é como criar um cachorro.

Ser amado é.

Mas os cachorros em geral, não são depósitos de pulgas: são nossos amigos fiéis. Sim, eles são. E mesmo que isso nos irrite e os façamos calar, quando eles latem com nossas visitas é para nos proteger.

E quando latem conosco é porque estamos sendo estúpidos.

Muitas vezes não notamos, porque as vítimas nesse momento são eles.

É tão lindo como correm e se agitam quando estão felizes!  E é tão penoso que voltem rastejando para a gente quando os maltratamos.

Porque cães são assim: você bate muito neles e eles acabam achando que deve merecer aquilo. Os cães pensam assim porque sabem tudo sobre o amor: eles nos amam.

Nós é que não fazemos isso direito. Nós é que achamos que podemos controlar a vida de quem amamos. Escolher suas amizades, monopolizar seu tempo, apagar seu passado, consertar vidas que não estavam quebradas, modificar sonhos que não eram nossos. E, se pudéssemos, leríamos seus pensamentos mandando a privacidade ao inferno só para satisfazer nossa curiosidade e nossa insegurança infantil de saber se somos amados.

E nossa prova de amor inquestionável é morrermos por isso.

Morrer de amor é poético.

E assim, antes de nos darmos conta, a declaração vira ameaça, a beleza vira medo e tudo não passa de nada, além de chantagem emocional. Se você me deixar, eu morro. Não há beleza, não há poesia, não há amor. Como dizia Shakespeare, “poucas pessoas sabem a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma”. A bem da verdade, poucas pessoas morrem por amor e na maior parte dos casos, o ser amado talvez nunca chegue a saber. Não é, então, curioso que tantas pessoas ameacem se matar por isso?

Terminamos aqui, tentando adestrar nossos cães para que parem de latir com nossas visitas, batendo neles para isso. Até que um dia nos olham tristes e se calam, conformados de que o dono deve ter razão, e mesmo sabendo que as visitas estão invadindo seu território e que agora será trancado no quintal até saírem, ele se conforma que foi seu dono que o colocou ali, e uiva a noite inteira tentando entender o que fez de errado para merecer aquilo.

E ficamos felizes porque o ensinamos quem manda.

Nós é que não aprendemos nada.

Venenosa


QUEM é melhor que Edward Cullen/Bella Swan

Depois de tempos sem aparecer por aqui, decidi fazer uma postagem leve a respeito não do que é melhor que Twilight, mas a respeito de QUEM é melhor que Edinho e Bella – tanto o casal quanto cada protagonista em si.

Não entendeu? Achou confuso? Vou explicar.

Observando a personalidade de Edward – e a falta de personalidade em Bella – e, relembrando todos os meus personagens favoritos, decidi estabelecer uma amostra sobre o que eu considero bons personagens – e com boas histórias de romance, que não necessariamente são a trama de todo o livro como a falta de enredo que o livro do vampiro-lamparina mostrou e.

Aqui falarei sobre quatro dos meus “casais 20” e o desenvolvimento individual e em conjunto dos mesmos.

1.     Alec Buchanan/ Regan Madison

(A Próxima Vítima – Julie Garwood)

 

Um dos melhores romances da Julie, em minha opinião – achei que a história começou a ficar bem repetitiva em suas histórias contemporâneas após Vítima. Mas, em termos de história e romance, acho que Alec e Regan ficam na terceira ou quarta posição entre os melhores casais criados pela Julie – e, diferentemente da Meyer, queridos, ela tem uma COLEÇÃO de casais para se analisar, obrigada por perguntar.

Regan Madison é membro de uma proeminente família de Chicago, uma das donas da rede dos hotéis Hamilton, dirigida por ela e seus dois irmãos, Spencer e Aiden. O prólogo do livro começa mostrando uma garotinha que oscila entre a sensibilidade – que às vezes beira ao tom mimado de uma criança criada a “leite ninho”, como diria minha mãe – e coragem. Coragem no sentido de que Regan defende as pessoas que gosta ainda que esteja numa situação completamente desfavorável a ela. É interessante observar que isso não muda mesmo depois que ela se torna adulta e tudo o mais – quando criança, defendeu sua amiga Cordie de uma “malvada” do jardim de infância; quando adulta, praticamente salvou a vida de Alec quando o alvo era ela própria.

Ao longo da história, vamos descobrindo mais coisas a respeito da herdeira: além de rica (algo que, sinceramente, ela sequer dá importância) e com um rosto de modelo de revista (uma bela morena de cabelos cacheados e olhos azuis, a partir da descrição do livro), ela é uma mulher que gosta do trabalho filantrópico (área que atua na rede de hotéis onde é herdeira), que tem alguns traumas (como detestar casais “desprezíveis”- homens velhos com garotas novas loucas pelo golpe do baú – porque seu padrasto foi um desses caras), chorona (do tipo que chora até em comercial para cachorro, praticamente – e não, não estou exagerando. Ela chora, e MUITO), entre outras coisas.

Além disso, a partir de atitudes (e observações de Alec), nota-se que a personagem é bastante insegura, e seus medos são superados conforme a trama vai se desenvolvendo, com a ajuda de Alec e das situações que passa – e isso se chama desenvolvimento da personagem, fangirls. Isso costuma acontecer em narrativas normais, sabe. Ela tem medo de machucar as pessoas com as suas palavras, e também tem medo que as pessoas que gosta (como seus irmãos, por exemplo) se afastem dela por causa de atitudes que talvez eles recriminem. Graças a isso, ela se mostra uma pessoa retraída… Quero dizer, ela é retraída no sentido de não dizer o que pensa num primeiro momento – mas isso não significa que ela seja muito boa em esconder suas emoções e sentimentos. Na verdade, ela é aquele tipo de pessoa que vai guardando todas as raivas.

Vamos a um exemplo: quando Aiden rebocou a lata velha o carro de Regan sem seu consentimento, achando que tudo iria se resolver se ele simplesmente lhe desse uma BMW:

 

Mais uma vez, Henry estava excitadíssimo:

– Ele comprou um carro para você.

Alec percebeu que a pálpebra esquerda de Regan tremeu um pouco. Era evidente que ela estava fazendo um esforço descomunal para manter o controle.

– Seu irmão comprou um carro novo para você – comentou Alec, animado – Você não acha que foi extremamente gentil da parte dele? – acrescentou a pergunta,  só para ver a reação dela.

– É uma Beemer. – anunciou Henry. Ele olhava para o emblema do chaveiro.

Como Regan não demonstrou nenhuma reação imediata, Henry pensou que ela não tivesse entendido – Você sabe do que eu estou falando, não é? Beemer é uma BMW.

Como ela não sentia a confiança necessária para falar, simplesmente concordou com a cabeça. Não conseguia encontrar as palavras e estava tão furiosa com o irmão que sentia vontade de gritar. A audácia dele ultrapassava os limites. Por que diabo ele se dava ao trabalho de cuidar da vida dela?

– Regan, está tudo bem? Você está comum brilho estranho no olhar. – disse Henry.

– Acho que ela está se recuperando da surpresa. – disse Alec, tentando ser diplomático. Na verdade, parecia que ela estava com vontade de matar alguém.”

(A Próxima Vítima, pág. 185 – Julie Garwood)

 

Alec Buchanan é o contrário de Regan. Um dos oito filhos (sim, OITO) do Juiz Buchanan (eles não tinham tevê, haha – piada inútil do dia, eu sei), o terceiro filho do clã é, assim como grande parte de sua família (e que família *suspira* – e eles nem precisam ser ANÊMICOS para serem bons!), um dos servidores à manutenção da lei. Detetive na área de Narcóticos da Polícia de Chicago, ele é confiante, controlado, arrogante, desleixado (“o homem parecia que tinha feito uma limpeza na garagem”), sarcástico e possui um determinado humor negro que faz qualquer um gargalhar – a menos que você viva numa bolha cor-de-rosa e não goste de rir da desgraça alheia… Hum:

                                                                                

– Você é muito mais competitivo do que eu; pensa que é liberal, mas na verdade é extremamente conservador. Tem valores sólidos e inegociáveis (…)” ( A Próxima Vítima, pág. 216)

 

Alec também é competitivo (vide trecho acima) – mas não tanto quanto Michael, um de seus irmãos mais novos – e, de fato, ele é conservador. Mas não no sentido de “mimimi, sexo só depois do casamento” ou qualquer determinação conservadora de Edward Cullen, beirando a século dezesseis. Em alguns momentos ele é machista – aquela historia do macho salvar a fêmea  – mas em outros ele possui total respeito pelas capacidades de Regan. É legal ver isso. – Tanto que, ao final, ELE é quem é salvo por Regan, e reconhece isso.

 

A respeito do casal, Julie conseguiu desenvolvê-los de uma maneira bonita e, ao mesmo tempo, realista. Ainda que Regan fosse extremamente bonita (e cheia da grana), Alec se apaixonou por ela pela pessoa que era – e o mesmo acontece com Regan, porque, sério, choviam rapazinhos interessados na horta dela, se é que me entendem. O que ela viu no cara maloqueiro que trabalhava na Narcóticos para preferi-lo ao invés dos milionários que convivia?

Igualdade. Ele não era melhor que ela, e ela não era melhor que ele.

O legal é que nenhum dos dois esconde as falhas do outro. Enquanto Bella e Edward parecem apenas ver as qualidades ( as perfeitas qualidades) um do outro, Alec e Regan percebem os defeitos um do outro e, ao invés de afastá-los ou fazê-los perderem o interesse, se interessam pelas falhas – onde chegam até gostar de algumas.

Não só isso, mas o desenvolvimento de um romance entre os dois faz com que os personagens evoluam como pessoas, o que mostra uma relação sadia – ainda que eles estivessem em pleno caso de assassinatos, mas enfim.

Regan aprendeu a se impor mais graças a Alec – ainda que essa influência tenha sido indireta – e também Alec, que antes era um cara bem fechado.

 

“Naquela noite, eles foram para a suíte e pediram pizza, pipoca, refrigerante, cerveja e assistiram a um filme. A história de amor era um clássico, que fez com que ela chorasse enquanto Alec ria o tempo inteiro. Ela o acusou de não ter sentimentos, o que ele recebeu como um elogio.

Na noite seguinte, ele escolheu o filme e eles assistiram a outro clássico antigo. Entretanto, não era um filme romântico, mas sim um daqueles repletos de efeitos especiais, com muitos extraterrestres. Ele adorou.

Ambos apoiaram os pés numa banqueta. Ela estava descalça e ele, de meias, das quais uma tinha um enorme furo.

Os créditos eram exibidos na tela quando ele perguntou: – Quer assistir de novo?

Ela não achou que ele estivesse brincando. – Não, obrigada. Esse filme é muito violento para mim.

– Você achou violento? – ele parecia surpreso.

– Alec, eu contei 32 pessoas mortas.

– Isso não é tão mal assim. – ele disse na maior cara dura.

– Trinta e dois corpos na primeira meia hora. Depois disso, desisti de contar.”

(A Próxima Vítima, pág.214 e 215)

 

Chega um momento na história em que os dois se separam – Alec foi convidado para trabalhar no FBI, e isso implicava sair de Chicago e ir até Boston. Ao contrário de Edward e Bella, onde toda hora parece que eles queriam brincar de “Quem vai se suicidar primeiro”, Regan resolveu usar esse acontecimento como forma de amadurecimento – onde foi, aliás, o impulso que lhe fez se impuser mais em frente aos seus irmãos.

Um fim de namoro ou flerte não é o fim do mundo – ou da sua vida – mas uma oportunidade para se crescer.

 

“Ao amanhecer de um novo dia, Regan tinha uma nova atitude.

Enquanto tomava banho e se vestia, fez um discurso para si mesma: era uma garota crescida e poderia muito bem cuidar do próprio coração partido. Tinha certeza de que sim. Seria capaz de sobreviver quando Alec fosse embora e jurou para si mesma que ele jamais saberia dos sentimentos que ela nutria por ele.”

 

Regan sofreu? E como. Mas isso não foi motivo para que ela dissesse “Minha vida acabou, matar-me-ei porque eu apenas respiro e vivo por Edward Cullen Alec.

Agora vou achar muito engraçado se vier alguma fangirl dizendo:  Mas Bella tinha apenas DEZESSETE ANOS! POR ISSO QUE ELA QUIS SE MATAR!

A-hem. Não são vocês que afirmam tão veementemente sobre o amor deles ser REALMENTE verdadeiro? Algo maduro? É bem estranho que o “amor verdadeiro” seja tão egoísta ao ponto de não suportar uma despedida.

Aliás, essa intensidade toda é bem típica dos hormônios em fúria. Então se é tudo baseado em hormônios, julgando as ações de Bella, como se pode afirmar que o que Bella nutria por Edward era o amor verdadeiro?  Como eu li uma vez em uma análise sobre um casal (O Manifesto NaruSaku, em inglês: [colocar link aqui]), amor verdadeiro não é aquele em que você tem duas ou três noites fantásticas de sexo, porque não é isso que faz um casamento durar cinqüenta anos, mas sim um romance onde você aprende a viver com a pessoa no dia-a-dia, na ROTINA. Pode parecer simples, cansativo até aos olhos das mais românticas, mais eis aí um romance que dura. A rotina necessariamente não precisa ser entediante, mas tem que ser comum a você a personalidade de uma pessoa. É você saber viver cada dia ao lado de alguém, respeitando seu espaço e suas características que a fazem realmente amar alguém.

Nem tudo é simplesmente hormônios e mármore esculpido, Bella Swan.

 

 

“Além da compaixão que vira nos olhos dele, havia muitas coisas que amava nele. Ele era um homem de honra e integridade – Regan descobrira isso na primeira hora que passara com ele. Um homem totalmente dedicado ao seu trabalho; terrivelmente leal para com aqueles que amavam, além de ter um maravilhoso senso de humor.

Ele tinha defeitos, mas no momento, ela não era capaz de se lembrar de nenhum.”

(A Próxima Vítima, pág. 285)

 

Diferença entre o casal: Lendo Twilight, Bella mais parecia interessada em ressaltar todos os pontos físicos maravilhosamente esculpidos e brilhantes de Edward Cullen (er…NOT!). Não lembro de quantas vezes ela realmente parou no livro para falar sobre as qualidades não-físicas de Edward. Quero dizer, ele era um cara que ela amava ou era o frango de domingo para o almoço?

Sabe aquela expressão de televisão de cachorros? Era o que Edward me lembrava. ¬¬

De novo: romance não aquele em que você NUNCA vai brigar com a pessoa – por Deus, onde isso é um desenvolvimento? – e vai viver feliz todos os dias da sua vida. Isso seria, no mínimo, falta de personalidade. Bella sempre dava a maldita sensação de que, pelo fato de Edward ser tão “perfeito”, seu amor e casamento com ele também seria tão “perfeito” ao ponto de que os dois jamais teriam uma discussão, jamais discordariam e viveriam uma eternidade de felicidade e gozo – e eu nem quis ser irônica sobre “gozos” nessa parte.

Ah, pelo amor de Deus. Sou mais aprender a viver numa rotina com alguém, ter discussões gigantescas e aprender a amar cada defeito de um cara do que esse tédio todo de “perfect family”, beijos.

2.      Theodore  Buchanan/ Michelle Renard

(O Testamento – Julie Garwood)

 

Em minha opinião, o casal mais bem desenvolvido que a Julie já escreveu é esse. Entre todos os da série contemporânea, foi o casal mais bem estruturado – e, sinceramente, ocupa o primeiro lugar como meu casal favorito. Enquanto eu amo o Alec quanto personagem, eu acho a química Theo/Mike perfeita e eles nem precisam brilhar.

Michelle Renard, a Mike, é uma médica que acabou de finalizar toda a sua especialização. Enquanto é mostrada logo no livro por possuir um talento nato na arte de se segurar um bisturi, ela também é mostrada como uma mulher simples – preferiu voltar para sua minúscula cidade, Bowen, e ajudar os habitantes do local a trabalhar em Boston e ganhar rios e rios de dinheiro. Além disso, ela é uma mulher determinada e, ao mesmo tempo, possui aquela inocência que chega até ser charmosa na personagem – perceba que Julie não usou “burrice” para descrever “desastrada”, como algumas pessoas. Diferentemente de Regan, ela veio de uma família em humilde, e tem uma história bem realista. Sua mãe entrou em coma ao dar a luz à Mike, e seu pai, Big Daddy Jake continua com sua vida, cuidando da filha e de mais dois meninos (Remy e John Paul Renard).

Aliás, até a forma como ela conhece Theo dá uma sensação de familiaridade e realidade impressionante.

Enquanto Mike quer ser “médica de um buraco” (palavras de um dos cirurgiões que a ensinou), Theo Buchanan é um importante promotor do Ministério da Justiça americano. O filho mais velho do Juiz Buchanan é um homem bastante engraçado (é sério, ele consegue ser engraçado sem querer ser engraçado. A ironia dele e seus comentários inconformados são ÓTIMOS), além de ser considerado um homem extremamente atraente (diferentemente de Vítima, em que as únicas opiniões sobre a beleza de Alec partiram de Regan – e, às vezes, de uma de suas amigas), Theo é considerado garanhão por quase todo o centro cirúrgico ¬¬.

Mike e Theo se conhecem por acaso em um evento em comum – ele foi dar um discurso, ela ganhou um convite por um dos médicos. Por fim, Mike acabou salvando a vida de um Theo com apendicite, após ele ter vomitado em seu vestido e socado seu olho sem querer (e eu registro aqui minha frustração por ele ter vomitado e rasgado um ARMANI, obrigada).

Após a operação, é interessante perceber o crescente interesse de Theo por Michelle. Começa como quase todo o relacionamento – baseado na beleza do outro, seja ela exterior ou uma pequena mostra da interior. A questão é, logo após ser liberado do hospital e colocar algumas coisas em ordem, Theo “se dá” umas férias e parte até a cidade de Michelle, Bowen, sob a mentira (que disse a si mesmo, detalhe) de que iria “pescar” com o pai dela, que conheceu no hospital – e que foi convidado pelo mesmo para ir até Bowen pescar.  

A partir daí, começa o desenvolvimento do relacionamento entre os dois – e as divirtidas confusões, como um time de futebol americano confundir Theo com o novo treinador e com quase a cidade inteira tentando “ajuntar-los” daquela maneira gostosa interiorana. Ao mesmo tempo que ocorre o relacionamento, acontece a trama, em que um grupo pretende matar Michelle, mas meu ponto hoje é falar sobre os personagens e o casal.

 

“Visões de uma linha de pesca nas águas tranqüilas do bayou da Louisiana surgiram em sua mente. Antes de partir de Nova Orleans, havia prometido voltar para dar a palestra que havia perdido e achava que aquele seria o melhor momento. Depois da palestra, poderia ir conferir o local de pesca do qual tanto se gabara Jake Renard. Sim, um pouco de tempo para refrescar as idéias era só o que lhe faltava. Havia outro motivo pelo qual estava ansioso para voltar à Louisiana… e não tinha nada a ver com pesca”.

(…)

Lembrava-se como, deitado em sua cama hospitalar, não conseguia tirar os olhos dela. Qualquer homem normal teria reagido da mesma maneira que ele. Estava doente na época, mas não inconsciente.”

(O Testamento, pág. 84 – Julie Garwood)

 

O que estava fazendo ali, afinal? Por que viera tão longe só para pescar? Porque era ali que ela estava, admitiu e, de repente, começou a se achar bobo. Pensou em fazer uma manobra e voltar a Nova Orleans. Sim, era isso que deveria fazer. Se fosse depressa, ainda poderia pegar um avião e voltar a Boston pela meia-noite.

 (…)

Devia estar louco, sim era isso que era. Sabia exatamente o que deveria fazer, mas continuava indo em frente.”

(O Testamento, pág. 94)

 

Mas, não podemos dizer que Michelle também não havia se interessado por ele graças à aparência.

 

“Michelle fechou a pasta, recolocou a tampa na caneta e a colocou no bolso. Dedicou a ele toda sua atenção. As enfermeiras do centro cirúrgico tinham toda a razão. Theo Buchanan era lindo… E sensual como o diabo. (…) Seu cabelo estava desalinhado e precisava fazer a barba, mas ainda assim era sensual.

(O Testamento, pag. 44)

 

Bem, geralmente essa é a ordem natural das coisas – nossos rostos são os nossos “Cartões de visita”. Contudo, diferentemente de Twilight, o romance não se desenvolveu APENAS em apetite sexual e tensão sexual – e não venham me dizer que houve desenvolvimento, porque eu não vi nenhum ali. Só vi uma garota se dizendo apaixonada DO NADA e dizendo a todo o momento em palavras bonitinhas “Edward, eu te amo. Edward, me coma”. O relacionamento dos dois resumia-se simplesmente a “não fale, procrie”. Fala sério, cadê a cumplicidade do casal? A forma em que os dois viviam juntos era bastante tediosa, sério.

 Theo e Michelle começaram a conhecer um ao outro, verdadeiramente, suas atitudes, seus gestos e tudo o mais, e isso foi o que começou a uni-los. Theo acaba se hospedando na casa de Mike durante suas “férias” e, ali, um começa a conhecer melhor o outro. Na verdade, essa é meio que uma fórmula da Julie, pelo menos nos livros contemporâneos: os casais passam determinado período morando sobre o mesmo teto. Como diria minha mãe, você só passa a realmente conhecer uma pessoa quando convive as 24 horas com ela, e a autora faz bom aproveito disso.

E, bem, os secundários e terciários de Garwood conseguem ser muito mais bem trabalhados que os secundários de Meyer ¬¬   – obviamente. Em determinado momento, estão todos determinados em unir Theo e Michelle – menos John Paul, o irmão de Mike – mas você percebe cada personalidade dos personagens – eles não vivem pelo casal principal, quando se relacionam com o mesmo é apenas uma faceta de uma situação qualquer. De resto, eles são pessoas com seus próprios dramas e vida. Isso é ótimo.

 

“Quatro garotas esbeltas e louras adiantaram-se, falando em uníssono. Todas usavam as mesmas roupas, shorts brancos e camisetas vermelhas. Uma delas levava um grande pompom vermelho e branco e liderava as demais na torcida.

– Eu quero um B! – ela comandou.

Foi recompensada com um grito B! E assim foi com U, depois K, depois A, depois um N, mais um A e um N.

– E o que se escreve assim?

– Bukanan! – a garotada explodiu.

– Essa é boa! – Theo comentou.

Michelle quase rachou de tanto rir. Theo levantou as mãos, tentando controlar a massa.

– Eu não sou seu treinador! – ele gritou – Escutem aqui, é tudo um mal entendido. Esse garoto…

Não houve jeito. Ninguém prestava atenção aos seus protestos. Os adolescentes animados e felizes correram para ele, gritando todos ao mesmo tempo.

Como aquela massa havia se descontrolado? Sentiu que Jake pôs a mão em seu ombro e voltou-se para ele. O velho abriu um enorme sorriso de satisfação.

– Bem vindo a Bowen, filho.”

(O Testamento, pág. 104)

 

(…)

 

“- Eu quero um B!

– Sabe do que esses meninos estão precisando? – ele perguntou

– Hum, deixe ver se adivinho… Um treinador? – Michelle arriscou.

– Não, estão precisando urgentemente de alguém que os ensine a soletrar direito o meu nome.

(…)

– Foi um prazer ajudar. – ele respondeu secamente – Quero que me responda uma coisa: por que ninguém nessa cidade parece querer me ouvir?

– Estão ocupados demais tentando impressioná-lo. Vai deixar Andy Ferrand ser atacante este ano?

– Muito engraçadinha.”

(O Testamento, pág. 106)

 

 

– Mas é claro que Elvis pode estar por aí. É melhor levar a vassoura junto, para garantir.

– Elvis? – ele perguntou, parando de chofre.

– Nossa celebridade local. Da ultima vez que foi visto, juraram que ele tinha quase cinco metros de comprimento.

– E vocês batizaram um crocodilo de Elvis? Qual é o problema de vocês aqui?

– Não damos nomes a todos – ela se defendeu – Só aos maiores.

– Você está brincando com essa história de Elvis, certo?

– Mais ou menos.

– Pois saiba que MAIS OU MENOS é crueldade com um homem que tem verdadeira fobia por crocodilos, Michelle”.

(O Testamento, pág. 144)

 

Comentário pessoal: Theo teria que amar muito Michelle para suportar tudo o que suportou em Bowen AHHAHA.

Mas aos que procuram por aquela parte linda e romântica do romance, aqui está:

 

“- Michelle?

– Sim?

-Descobri seu ponto forte.

– E o que é? – ela perguntou com a voz pastosa de sono.

Ele baixou o lençol um pouco e colocou a mão sobre seu peito. Se não estivesse tão cansada, perguntaria a ele porque certos homens possuíam tanta obsessão por seios, mas então percebeu onde exatamente a mão dele fazia pressão, e seus olhos encheram-se de lágrimas.

Como não amar aquele homem?

Ele havia colocado a mão sobre seu coração.”

(O Testamento, pág. 252)

 

E há vários trechos e passagens assim, mas esse é simplesmente o meu favorito. :D

 

3.    John Paul Renard/ Avery Elizabeth Delaney

(Prazer de Matar – Julie Garwood)

Sim, mais um casal da Julie – e percebam que o cara se chama JP! YEAH! A historia dessa vez se passa com o irmão de Michelle, John Paul Renard, um agente aposentado da CIA que detesta agora essa e quaisquer outras formas de governos judiciais, e Avery Delaney, uma analista do FBI. A história se passa um ano após toda a confusão d’O Testamento, em que John Paul procura por Monk, o assassino de aluguel que quase matou sua irmã. Enquanto isso, Monk se envolve com Jilly, a mãe psicopata de Avery, que a abandonou logo na primeira semana de vida, e que agora quer matar a ela e a sua irmã – tia de Avery -, Carrie. Diferentemente dos outros romances contemporâneos de Julie, eles não passam a historia morando sob o mesmo teto – na verdade, eles mal possuem tempo para parar, salvo uns dois dias de acordo com a cronologia. É o tempo inteiro numa correria que só, até conseguirem se livrar dos joguinhos de Jilly e conseguir um desfecho surpreendente para a trama.

A opinião de cada um sobre o outro começa de uma maneira bastante peculiar: ambos acham que o outro é um desmiolado focado apenas em seu corpo, algo que tanto ela quanto ele detestam.

 

“Ele estava estirado sobre uma espreguiçadeira meio escondida por uns ramos de palmeira, dentro do bar do saguão, quando Avery Delaney entrou, pavoneando-se. Foi preciso apenas um olhar atento e ele soube tudo sobre ela. Ela era uma típica loura californiana. Não, talvez não fosse típica. Ela não era uma pessoa comum, ele tinha de dar a mão à palmatória. Mas era, definitivamente, obcecada pelo corpo. De outra maneira, por que passaria uma semana num SPA?”

(Prazer de Matar, pág. 121)

 

As suposições de John Paul só pioram conforme ele vê Avery perdida no saguão. Mal sabe ele que ela é completamente o oposto do que ele imagina…

 

“Seus cabelos loiros, longos e lisos, brilhavam na luz. Apesar de parecerem naturais, ele duvidou que fossem. Talvez fossem conseqüência de um pote de água oxigenada. Seus olhos estavam escondidos sob os óculos escuros e ele imaginou que talvez usasse lentes de contato coloridas. A camiseta fazia um bom trabalho para esconder seu umbigo, mas ele não duvidava que tivesse um piercing. Afinal, não era essa a moda hoje em dia?

(…)

A mulher deveria ter o cérebro de uma mosca, mas quando se trata de sexo, inteligência não é exatamente uma coisa a ser considerada.

A Senhorita Cabeça Oca parecia incapaz até mesmo de encontrar a recepção.”

 

As suposições de Avery a respeito de John Paul também não são as melhores. Assim que o viu:

 

Ela nunca tinha visto alguém assim, a não ser, talvez, no cinema. Ele se tornava maior à medida em que se aproximava. Alto e musculoso, cabelos escuros e pele bronzeada. Ela imaginou que ele passasse boa parte do tempo ao ar livre ou em alguma academia, trabalhando seus músculos. Ele tinha uma beleza tempestuosa, mas parecia totalmente centrado no aspecto físico.

Ela preferia os homens cerebrais.”

(Prazer de Matar, pág. 126)

 

Obviamente, eles vão se conhecendo conforme  começam a lutar pela sobrevivência  no jogo de “caça ao tesouro” criado por Jilly. Inicialmente, John Paul mais a ajuda por motivos próprios – afinal, o homem que ele queria matar estava acompanhado da psicopata. Mas, conforme o tempo passa, ambos começam a se preocupar realmente com a sobrevivência um do outro.

 

John Paul definitivamente não é um cara perfeito. De todos os homens criados pela Julie, ele é o mais estúpido, grosseiro, arrogante, convencido, malcriado, anti-social, mal humorado, pessimista, e a lista só aumenta. Mas, de novo, tem toda aquela historia de desenvolvimento do personagem – ele é uma pessoa bem mais controlada ao final do livro. De novo, tudo questão de desenvolvimento propiciado por um relacionamento.

Onde tem isso em Twilight? Bella até o fim foi descrita como desastrada – e, quando mudou, foi porque mudou de “espécie”, não por causa do relacionamento – sem contar que ser desastrada nem é um “problema” a ser tratado – e Edward era perfeito demais para possuir qualquer falha. Qual o proveito além da necrofilia praticada entre os dois, se é que isso pode ser chamado de proveito, que nojo que um tirou do outro?

 

Avery também tem uma personalidade bastante difícil. Traumatizada pelos eventos que passou durante a infância – um dos quais a tornou estéril para a vida toda – ela fica constantemente na defensiva, apesar de ser extremamente durona, inteligente, orgulhosa e não permitir que ninguém lhe diga o que não fazer.

E, acima de tudo, Avery não é, definitivamente, o estereotipo de mulherzinha que precisa de proteção. E John Paul obviamente gosta disso:

 

“Seus dedos estavam presos ao redor da cintura dela. Ela pegou um de seus dedos mindinhos e virou-o para trás, com força. No mesmo instante, abaixou o queixo e arremessou a parte de trás da cabeça na cara dele. Ela ouviu um estalo de cartilagem quando ele começou a gritar de dor e a soltou.

– Puxa! – balbuciou ela – Merda, isso doeu! – ela se afastou de Kenny e esfregou a mão na parte de trás da cabeça, enquanto ia ao encontro de John Paul – Não é tão simples quanto parece ser no cinema. Lição aprendida.

Ela notou a expressão incrédula no rosto de John Paul.

– O que foi? – perguntou

Ele desabrochou um sorriso largo e fácil.

– Nada mal.”

(Prazer de Matar, pág.192)

 

 

 

 

E, diferentemente de Edward Cullen, John Paul não tem jeito nenhum com palavras. Na verdade, ele é bem lacônico, e suas tentativas de elogiar Avery são hilárias. Mas, sejamos francas, acho muito mais interessante um homem todo macho que se porte como o mesmo do que um que é pintado como “_o_  MACHO MAIS PERGIOSO DE TODOS” que no fim fala toda uma gayzice simplesmente para soar “cavalheiro” ou “romântico”.

Nada de “leões e cordeiros” aqui, queridos, mas sim:

 

“Ele olhou para ela e perguntou:

– Então, a cor é verdadeira?

– Como assim?

– A cor do seu cabelo. É verdadeira?

Ela piscou.

– Por acaso você está me perguntando se eu uso peruca?

– Não, estou perguntando sobre a cor do seu cabelo. Você é loira de verdade ou loira tingida?

– Que interesse você pode ter na cor do meu cabelo?

– Na verdade, interesse nenhum – respondeu ele, ficando irritado – Mas, se a mulher se parecia com você, acho que preciso saber se -.

– Não, não tinjo o cabelo.

Ele não escondeu sua surpresa.

– É mesmo? E os seus olhos?

– O que tem meus olhos?

– Lentes de contato coloridas?

Ela balançou a cabeça.

– Não.

– De verdade?

– Você está, deliberadamente, tentando bancar o idiota?

– Escute, estou apenas tentando juntas as peças, está bem? Você deve saber…

– Saber o que? – pressionou ela, quando ele não continuou.

Ele franziu o cenho e olhou para ela.

– Diabos, mulher! Você é linda!”

(Prazer de Matar, pág 212)

 

 

Ou…

 

“Agora, ela estava quase em cima dele, tentando roubar algum calor gerado por aquele corpo.  O homem parecia um cobertor elétrico.

– Sai daí. – depois de dar a ordem, ela fez uma careta. Sua expressão parecia a de um sargento.

Ele fez força para não rir.

– Se eu puser meus braços em volta de você, doçura, é bastante provável que eu deixe de ser um cavalheiro. “

(Prazer de Matar, pág. 222)

 

 

Apesar do John Paul ser um ogro – falo sério – você acaba se apaixonando por ele, e acaba torcendo pelos dois. Fica evidente que ele primordialmente gosta da Avery não pela beleza, mas pela inteligência e força dela. A Avery se apaixona por ele porque, além da segurança que ele transmite, ela se sente confortável o suficiente para fazer o que quer, e não o que as pessoas esperam que ela faça – e ao longo da trama você aprende o quanto isso é importante para ela.

 

“Mas John Paul era diferente dos homens que conhecera. Ele não dava a mínima bola para status. Ele não era manipulador e não tinha interesses ocultos. Ele era o que mostrava ser. Talvez fosse essa a razão da atração que sentia por ele. E do conforto que sentia ao seu lado.”

(Prazer de Matar, pág. 324)

 

Será que gostava mesmo de Avery? Sim, teve de admitir que gostava. A mulher era super inteligente. Como poderia não gostar dela?

(…)

Maldição, ela estava o enlouquecendo. Ela pareci um carrapato, não parava de coçar e irritar.

(…)

Ela o fizera rir. Fizera com que quisesse coisas que pensara nunca poder ter.

(…)

– Se você quiser vir comigo, doçura, é melhor que saiba que quem dá as ordens aqui sou eu, e você vai fazer exatamente o que eu lhe disser que faça. Você pode dar conta disto?

Ela não hesitou em responder:

– Quando eu pulei da escada de incêndio, aterrissei no teto do seu carro, que ficou amassado. Você dá conta dessa parte?”

(Prazer de Matar, pág. 301)

 

 

4.      Gabriel Dean/ Jane Rizzoli

(O Dominador, O Pecador, Dublê de Corpo, Desaparecidas – Tess Gerritsen)

 

“Dean entrou na sala e seu olhar imediatamente fixou-se em Rizzoli. Estava de terno e gravata, a aparência impecável contrastando com a blusa amarrotada e o cabelo despenteado dela. Quando finalmente ergueu a cabeça para ele, foi quase em desafio.

Aqui estou. Aceite ou caia fora.”

(O Pecador, pág. 234)

 

Praticamente meu casal favorito. O romance entre os dois começa de modo bem peculiar: não começa. Inicialmente, Jane tem tanto desprezo por Gabriel que o próprio leitor acaba se frustrando com as aparições dele, imaginando, assim como ela, que ele quer roubar seu “brilho” na investigação – ou, pelo menos, qualquer workaholic (Tammie ergue as mãos) pensaria assim.

A primeira aparição de Gabriel Dean se dá em O Dominador, segundo na série “Isles-Rizzoli”. Jane estava no meio de um caso com um serial killer quando Dean aparece, pavoneando-se e brandindo seu distintivo do FBI, praticamente se colocando como o novo chefe da operação – gerando, obviamente, conflitos com a responsável pela operação, Jane.

 

“Ele olhou para Maura.

– Sabe como nos conhecemos, não sabe?

– Reversa Stony Brook, não foi?

– Aquela cena do crime. Demorou trinta segundos para termos a nossa primeira discussão. Uns cinco minutos antes ela me mandara sair de sua área”

(Desaparecidas, pág. 129)

 

Jane e Gabriel são os extremos opostos; ele é controlado, o suficiente para que muitas pessoas o considerem “sem coração” – ele parece não se comover com a situação da vítima, ele parece movimentar tudo ao seu redor como um jogo de xadrez. Jane, por sua vez, é tempestuosa, teimosa, o tipo de pessoa que, se você empurra, ela empurra de volta ainda perguntando “Qual é seu problema, seu babaca?”. Às vezes, a mulher é tão forte, mas tão forte, que você acaba se irritando, pois, ao mesmo tempo em que ela quer gritar para o mundo que “Jane Rizzoli não precisa de ninguém”, internamente ela está apenas aterrorizada e humilhada com a perspectiva que possam taxá-la de incapaz pelo simples fato de ser mulher – não que eu a culpe. Ela realmente está no meio dos garotos, afinal, sendo detetive do Departamento de Homicídios de Boston. Gabriel, aliás, nota isso mais de uma vez, esse desejo incontrolável dela de sempre querer sobressair-se e jamais demonstrar fraqueza – e também o fato dela sempre achar que está sendo analisada. Como, por exemplo:

 

 “Finalmente, Rizzoli se recompôs e deixou o reservado. Sua cabeça parecia menos entontecida, o estômago controlado. O fantasma da Rizzoli de sempre voltou ao corpo. Na pia, lavou a boca com água gelada para afastar o amargor e, depois, jogou água no rosto. Acorda, garota. Não seja fraca. Se deixar que vejam uma brecha em sua armadura, vão atirar justo ali. Sempre fazem isso.”

(O Pecador, pág. 48)

 

– Já requereu proteção?

A pergunta chocou Rizzoli.

– Proteção?

– Um carro patrulha, pelo menos. Para vigiar seu apartamento.

– Sou policial.

Dean inclinou a cabeça, como se esperando pelo resto da resposta.

– Se eu fosse homem você teria feito essa pergunta?

– Você não é homem.

– Isso significa automaticamente que eu preciso de proteção?

– Por que está tão ofendida?

-Por que o fato de eu ser mulher me incapacita de defender minha própria casa?

Dean suspirou.

– Sempre precisa superar os homens, detetive?

– Dei muito duro para ser tratada como todo mundo – endureceu-se ela – Não vou pedir favores especiais porque sou mulher.”

(O Dominador, pág. 243)

 

 

O interessante do casal é justamente isso, ao contrário dos anteriores, que tinham seus defeitos, mas não eram completamente expostos – mesmo que isso seja um avanço, se considerar Twilight e seus músculos de mármore, puf – nos livros de Tess, os defeitos misturam-se muitas vezes com as qualidades. Por ora, defeito ou qualidade sobressaem-se ao anterior, mas cada um tem seu momento de pico. É a série mais “humana” que eu leio, atualmente. Você se identifica tanto com um personagem, sente-se socado pela escrita crua de Tess – ela não enrola vinte linhas para falar de um sentimento. Retrata-o às vezes tão frio, tão “na cara” que isso acaba tocando mais que qualquer descrição de vinte páginas – e às vezes surpreende-se pelo rumo de seus pensamentos – uma hora você sente a ira tempestuosa de Jane Rizzoli, sente-se como ela. Outros momentos sente-se envergonhado que sua curiosidade por passado e cultura possa se assemelhar tanto a um serial killer, por mais que grande parte do momento você o julgue doente.

E, claro, o thriller da historia é capaz de fazer qualquer um enlouquecer. Especialmente Desaparecidas, que começa “rock ‘n roll” desde o segundo capitulo do livro.

Mas, deixemos a trama de lado e vamos falar de Gabriel e Jane. Vamos para o primeiro encontro romântico e dazzling (not) do casal.

 

“Quando voltou do bosque para o campo de golfe, Rizzoli estava suada, suja e exausta de bater em mosquitos. Ela parou para tirar folhas dos cabelos e carrapichos das calças. Empertigando-se, subitamente deu-se conta da presença de um homem de cabelos ruivos, vestido de terno e gravata, ao lado do furgão do instituto médico legal, com um celular pressionado contra a orelha.

Rizzoli dirigiu-se ao patrulheiro Doud, que ainda estava administrando o perímetro.

– Quem é o engravatado? – perguntou a detetive.

Doud olhou na direção do homem.

– Ele? Disse que é do FBI. “

(O Dominador, pág. 88)

 

Rizzoli, como a investigadora-chefe da operação, obviamente foi conversar com ele. E apesar de Gabriel Dean ser um homem capaz de virar a cabeça de qualquer mulher em um aposento (ao contrário de Jane e homens :B), tudo o que passava pela cabeça da mulher era: “esse #$%##%^ quer roubar minha investigação!”

 

Como investigadora-chefe, não queria ver anuviadas as linhas da autoridade, e este homem, com sua pose militar e terno de executivo, já se comportava como se fosse o comandante da cena criminal.

(…)

– Imagino que vocês recebam muitos comunicados rotineiros – começou ela.

– Sim, recebemos.

– Cada homicídio, correto?

– Somos notificados.

– Há alguma coisa neste que o torna especial?

Ele simplesmente fitou-a com sua expressão impenetrável.

– Com certeza as vítimas achariam isso. “

 

Jane detestou-o inicialmente, como dito no primeiro trecho, o de Desaparecidas. Contudo, Gabriel Dean pareceu se encantar de imediato com ela, e justamente pela força tempestuosa que Jane Rizzoli era – porque, se fosse pela aparência… Jane não é descrita como uma mulher bonita, pelo contrário. O maior elogio que li, em todos os livros da série, sobre aparência, foi que ela possuía olhos muito vivos e bonitos. De resto, ela é o tipo de garota que cresceu caçoada pelos irmãos, com o apelido de “Cara de Sapo”.

Nota-se isso [o encanto de Gabriel por Jane] por pequenos trechos, não mais que uma linha, como a continuação dessa briga por território:

 

A raiva de Rizzoli estava subindo como um submarino retornando subitamente à tona.

– Este corpo foi encontrado há apenas algumas horas. – continuou Rizzoli – Esses comunicados agora são instantâneos?

Houve um leve tremor de sorriso nos lábios do agente quando ele disse:

– Não estamos completamente fora de sincronia, detetive.”

(O Dominador, pág. 89)

 

Apesar de completo desgosto que Jane sente por Gabriel – especialmente quando recebe uma pseudo-bronca de seu superior, graças ao fato de Gabriel ter conversado com o mesmo dizendo que Jane não estava apta para seguir a investigação por causa de problemas passados -, conforme a investigação vai avançando, o relacionamento entre os dois começa a desenvolver e, ao mesmo tempo, Jane começa a analisá-lo de uma maneira diferente. Mais de uma vez.

 

Dean caminhou lentamente até ela, até estar perto o suficiente para ser intimidador. Talvez fosse sua intenção. Eles agora estavam cara a cara, e embora Rizzoli jamais fosse recuar, não teve como evitar que seu rosto enrubescesse. Não foi apenas a superioridade física de Dean que a fez sentir-se ameaçada; foi sua compreensão repentina de que ele era um homem desejável – uma reação profundamente perversa, à luz de sua raiva. Rizzoli tentou sufocar a atração, mas ela já havia fincado suas garras e não estava disposta a largá-la”.

(O Dominador, pág. 140)

 

Dean falou muito pouco durante o percurso, mas o silêncio entre os dois parecia apenas intensificar a percepção que Rizzoli tinha de seu cheiro, de sua confiança. Ela mal olhava para ele por medo de que Dean visse, em seus olhos, a agitação que ele inspirava.”

(O Dominador, pág. 251)

 

O romance começa a se desenvolver, até que, em uma viagem para Washington, onde grande parte das duvidas de Jane sobre a investigação é esclarecida, Gabriel e ela finalmente se rendem e acabam dormindo juntos. Horas mais tarde, após prazeroso esquecimento de todos os problemas que enfrentavam, eles já estavam brigando mais uma vez, por falta de interpretação um sobre o outro.

O Dominador termina com um Gabriel e uma Jane decididos a passar algumas horas juntos – Deus sabe como, hehe. Em O Cirurgião, a conseqüência daqueles encontros é mostrada: Jane está grávida de Gabriel Dean, o cara que mora em Washington, tão viciado em trabalho quanto ela.

Mais uma vez, em meio a uma investigação – o estranho assassinato de uma freira de 19 anos, que vivia em um convento – tem-se passagens do dilema de Jane: ter ou não o bebê, contar a Gabriel ou não. Nisso, por mais que ela demore praticamente O LIVRO INTEIRO para admitir, percebe que esse não é o único medo dela: ela tem medo de contar sobre o bebê, porque se apaixonou por Gabriel e tem medo que ele a rejeite.

A ela, e ao bebê.

 

“- E ainda assim não vou dizer. Tenho que escolher o que é melhor para mim, não para os outros.

– O que tem medo que ele diga?

– Que ele diga para eu estragar minha vida. Que me diga para ter o bebê.

– É disso mesmo que tem medo? Ou será que tem medo que ele rejeite o bebê? Que ele rejeite você primeiro?

Rizzoli olhou para Maura.

– Sabe de uma coisa, doutora?

– O quê?

– Às vezes, você não faz a menor idéia do que está falando.

E às vezes, pensou Maura ao observar Rizzoli saindo do escritório, eu acerto na mosca”.

(O Pecador, pág. 170)

 

Mas não é o que acontece. Gabriel, ao descobrir sobre o bebê, aparece à entrada do apartamento dela, usando todo seu jeito Gabriel Dean de ser para dizer que ele está ali para assumir a responsabilidade, e é o que ele quer. Não apenas isso, mas pede Jane em casamento.

Não pelo bebê, mas porque ele a quer.

 

“Ele estava perfeitamente ereto, ainda fazendo pose de homem de cinza. Mas, ao ouvi-lo falar, Rizzoli sentiu um toque de irritação que a surpreendeu:

– E onde eu entro nisso? – perguntou ele – Fez todos esses planos e não me mencionou uma vez. Não que eu esteja surpreso.

Ela balançou a cabeça.

– Por que está tão furioso?

– É a mesma coisa sempre, Jane. Você não consegue evitar. Rizzoli toma conta da própria vida. É toda segurança por trás de sua armadura. Quem precisa de um homem? Droga, não você.

– E o que eu devo dizer? Por favor, ó, por favor me salve? Não consigo carregar este bebê sem um homem?

– Não, você provavelmente é capaz de se virar sozinha. Arranjaria um jeito, mesmo que isso a matasse.

– Então o que quer que eu diga?

– Você tem uma escolha.

– E eu já escolhi. Eu disse para você, vou ficar com o bebê. – começou a caminhar em direção à escada, lutando contra a neve.

Ele a agarrou pelo braço.

– Não estou falando do bebê, estou falando de nós. – e acrescentou, baixinho – Escolha-me, Jane.”

(O Pecador, pág. 360)

 

Eu sei que, falando assim, até que parece que o romance dos dois foi algo corrido. Não foi, mas seria simplesmente impossível dar todos os detalhes sobre os dois sem ultrapassar a marca das 60 páginas, e eu seria obrigada a fazer um “Manifesto Dean-Rizzoli”, iguais aos Manifestos de quem shipa casais. Mas, só para dar uma noção, há um desenvolvimento de quatro livros sobre o relacionamento deles – isso até onde eu li, e até onde foi traduzido. Ainda há mais dois livros já escritos da série, que ainda não foram publicados aqui no Brasil.

Em Desaparecidas, ultimo livro da série que eu tenho – por enquanto – vemos um Dean-Rizzoli casado. E um Gabriel praticamente surtando em emoções, perdendo toda sua compostura de homem frio e “Homem do Terno Cinza”, controlado e com suas respostas comedidas.

Motivo? Jane, pronta para dar a luz, foi feita de refém.

E Gabriel Dean desmoronou. Perdeu a calma, socou um cameraman, chamou a repórter de poota após a mesma ter divulgado o nome de sua esposa aos jornais – e isso poderia acarretar a morte de Jane -, gritou com colegas policiais, praticamente arrancou os cabelos, além de tentar negociar com os que mantinham Jane refém, completamente desarmado e sem plano.

 

Você ainda está viva. Tem de estar viva. Eu saberia, eu sentiria caso não estivesse.

Não sentiria?

Gabriel refestelou-se no sofá do escritório de Maura, a cabeça apoiada nas mãos, tentando pensar no que mais poderia fazer, mas o medo continuava obscurecendo sua lógica. Como fuzileiro naval, ele nunca perdera a frieza em ação. Agora não conseguia nem se concentrar, não conseguia afastar a imagem que o assombrava desde a necropsia, a de um corpo diferente deitado sobre a mesa.

Alguma vez eu lhe disse o quanto a amo?”

(Desaparecidas, pág. 127)

 

A coisa que eu acho mais legal do livro é a rotina dos dois. O mundo não virou uma bolha feliz e PERFEITA, em que os dois jamais brigam, em que subitamente a “Cara de Sapo” se transformou numa princesa e que o COSMO agora parece conspirar para toda a beleza existente no mundo, permanecesse em um único casal. Pelo contrário, Gabriel e Jane continuam suas discussões, agora muito mais profundas, porque eles realmente conhecem um ao outro – são um homem e uma mulher, ambos compartilhando uma rotina, conhecendo os defeitos e qualidades, traquejos, do outro.

E isso diminui o amor? Pelo contrário, apenas o aumenta. Você se apaixona pela dedicação de Gabriel pela pequena família que agora possui, ou pela confiança cega que Jane possui por ele. Apesar dos defeitos, eles SÃO uma família e realmente se amam, e sabem que não existe essa de “isso ninguém pode tirar de mim”, porque combatem monstros que tiram isso das pessoas todos os dias, o que faz com que eles queiram se dedicar ainda mais a ter seus pequenos momentos de felicidade e amor.

 

 

“Súbito, a mão se fechou ao redor da mão de Jane, um aperto quente e familiar. Não pode ser, pensou, quando a dor da contração diminuiu e sua visão clareou lentamente. Ela se concentrou no rosto que olhava para ela e ficou pasma.

-Não – murmurou. – Não, você não devia estar aqui.

Ele segurou-lhe o rosto e beijou-lhe a testa e os cabelos.

– Tudo vai ficar bem, querida. Tudo ficará bem.

– É a coisa mais idiota que você já fez.

Ele sorriu.

– Você sabia que eu não era muito inteligente ao se casar comigo.

– No que estava pensando?

– Em você. Apenas em você.”

(Desaparecidas, pág. 209/210)

 

Enfim, eu poderia listar “n” casais melhores que Edward/Bella – algo não muito difícil – mas o post chegaria a marca de quase trinta páginas, e sinto que nem um terço leria tudo. X) Aliás, estava tentada ainda a falar sobre casais de seriados, filmes e até mangá (como, por exemplo, Alex e Izzie [Grey’s Anatomy], Noah e Allie [The Notebook], Naruto e Sakura [Naruto, apesar de não ser confirmado :B], Harry e Gina [Harry Potter], e até mesmo Jacob Black e Bella [Twilight, pasmem ¬¬]), mas, de novo, o negócio ia ficar tão grande, mas TÃO grande, que provavelmente o mundo iria acabar e eu não teria terminado x) – provavelmente eu faça uma parte dois disso, aí quem sabe….

Então, deixo estes quatro casais da literatura contemporânea americana em suas mãos, dizendo: não são autores consagrados (Julie possui romances simples e Tess, apesar de ser “leitura obrigatória” na casa de STEPHEN KING, não é muito conhecida, pelo menos aqui no Brasil) e, ainda sim, escrevem way better than Meyer, com um romance muito melhor construído, com sentido muito melhor. E muito mais saudável. Não consegui explicar tudo bem explicadinho do jeito que queria, mas espero já ter dado um insight  breve sobre construções agradáveis de romances e personagens.

 

E, para as fangirls obcecadas: Meyer como fenômeno literário, com melhor romance escrito? Com um homem “perfeito”? Com tudo “perfeito”?

 

 

DEFINITIVAMENTE, NÃO!

Tamara

(PS da Lily: E, continuando a lista, teremos QUEM é melhor que Edward Cullen/Robert Pattinson. Mulherada hater, prepare-se)


Queimando os sutiãs – parte II

Pois sim, minha gente.

Atendendo a alguns pedidos de comentários – ou de um comentário, mas que seja – do post “Queimando os sutiãs”, eis aqui um post mostrando o machismo em Twilight. Talvez seja um texto redundante pra alguns haters, que já estão cansados desse negócio de falar do como a Meyer ofende as mulheres explicitamente na série dela e tudo mais, mas peço licença pra tocar no assunto de novo, agora aqui no blog.

Bah, antes de começar… eu talvez possa dizer que sou feminista. Definitivamente apóio causas como a legalização do aborto, acho absurdo o “padrão de beleza” (aquele que transforma a mulher em enfeite do homem –q), não acho que lugar de mulher seja no fogão, não acho que toda mulher nasce com instinto materno, acho que “cavalheirismo” é machismo com outro nome, etc. Em síntese, sou muito a favor de igualdade. Mas não sou nenhuma militante – embora não faça nada do que contradiz meus “ideais”, se posso chamar assim, no meu dia-a-dia. Talvez seja mais simpatizante, sei lá. Só sei que me interesso muito por tudo relacionado ao feminino, à libertação feminina (oi, minha monografia de conclusão de curso é sobre o feminino no folclore brasileiro), e principalmente as figuras femininas na literatura. Consequentemente, em Twilight também (não disse que é só literatura de qualidade).

Também acho importante ressaltar que esse post pode ser deveras subjetivo, apesar de ser totalmente baseado no livro. Só quero deixar claro que, não, o que eu escrevo não é a verdade absoluta. Stephenie Meyer tem todo o direito de conservar valores do século XV por causa de sua religião, assim como tem o direito de deixar transparecer absurdamente no livro dela, e qualquer fangirl bitolada tem o direito de compactuar com esses valores, por mais absurdo que isso seja (IMHO). Mas é claro que o mundo seria um lugar melhor para nós, mulheres, se todos compartilhassem da opinião de que a Meyer precisa acompanhar a evolução do mundo, né. Só que, bom, eu (e aposto que as meninas – e meninos –, haters ou não, que acompanham o blog também) também tenho o direito de achar tudo ofensivo e me expressar – afinal, como as fangirls gostam de dizer às vezes, FALO PORQUE ME INCOMODA, oras.

E, por fim, eu sei que deveria buscar citações diretas nos livros sobre a constituição do feminino e do masculino na obra, só que eu nãããão os tenho impresso em casa, nãããão os tenho no PC e nãããão vou baixar só pra escrever esse post. Vai tudo de memória, mesmo.

Sem mais delongas, vamos ao post.

Afinal, por que a obra de Meyer é tão machista?

É, a Meyer colocou tudo muito sutilmente nas entrelinhas. Leitores menos atentos (ou os que se recusam a enxergar os defeitos da série), é claro, não percebem. Mas já começa a ofender na descrição da personagem. Ou das personagens – Bella, Edward, Jacob.

Sobre Bella, pra começar, já que ela é a heroína-mor (literalmente, segundo Edward) da série. Podia falar sobre a imbecilidade de ela largar tudo pelo macho-alfa, mas primeiro quero começar com as descrições. Bella Swan nos é apresentada como uma garota desajeitada que tem tendência a atrair problemas. Ela cai sozinha, se corta com papel de presente (oh, estupidez) e atrai todos os vampiros perigosíssimos. Quase uma mistura de Patrick Estrela com Harry Potter. O que nos leva a uma pessoa que, é óbvio, precisa de mais proteção do que os seres humanos normais. Sutilmente, Meyer nos traz uma protagonista-heroína que é dependente de alguém mais forte pra estar bem. Quer dizer, não é necessariamente dependente, já que, tirando a parte dos vampiros, muita menina é meio como Bella Swan e sobrevive sozinha (OI! \o) – por “meio como Bella Swan”, eu falo de estar sempre com hematomas desconhecidos, e não ser idiota e esquecer de respirar, fique claro. Pois é. Em contrapartida, pra proteger Bella, temos DOIS machos-alfa digníssimos. Um deles, é claro, é Edward Cullen (duh). Dispensa apresentações. Lindo, forte, voz macia, bom em tudo, etc. A imagem do homem protetor e dominante perfeita, exatamente o complemento que a frágil e indefesa mulher precisava. E vai falar que isso não é explicitamente machista? Ai, socorro, né. Fangirl, principalmente, você não enxergar sozinha, vá lá, mas aqui, eu to de-se-nhan-do pra ajudar. Edward não é O HOMEM perfeito. Ele só é perfeito nos moldes de uma sociedade patriarcal, conservadora, na qual o homem tem a função de proteger (err) o pobre sexo frágil. É explícito, mas eu repito pra não deixar dúvidas: Bella, personagem do sexo feminino = desajeitada, atrai problemas = frágil, precisada de proteção; Edward, personagem do sexo masculino = forte, imortal = pode proteger. :O

E Jacob, onde entra? Bom, é óbvio. Jacob, além de ser a fantasia sexual da Meyer (e de muitas leitoras mundo afora, lovers ou não), faz o outro lado do papel do homem na sociedade patriarcal, a princípio. Qual papel? Hum, recapitulando… quem é que conserta as motos pra Bella brincar, mesmo? Nas entrelinhas, podemos entender Jacob como o macho que faz o serviço braçal. Ainda assim, é um macho. Por mais que Alice também possa saber desmontar um carro (não me lembro se isso é mencionado no livro, mas que seja), o destaque é pra Jacob. Ele é que trocaria o pneu do carro da Bella se ela precisasse (Edward daria um carro novo e –qq). Depois ele vira lobo, fica fortão e superprotetor, também, cai naquela coisa de “homem protege, mulher precisa ser protegida”. Não vou ser redundante e falar tudo de novo. A diferença entre Edward e Jacob é que o primeiro, além de tudo, sufoca. O segundo, pelo menos, não. Dá pra dizer, também, que o primeiro é o homem idealizado, o segundo é a fantasia sexual. Ok. Pode ser.

Pronto, só as características dos três personagens principais já fazem o livro escorrer machismo. Mas vai aléém disso, pense que não. Entramos, ta-nam, na adorada parte das relações do livro. Novamente, temos as relações entre Bella e Edward e Bella e Jacob. Não vou resumir os três primeiros livros aqui, porque mesmo quem não os leu já deve conhecer a história (wa, eu li, que fique claro). Mas o que dá pra gente sintetizar, dessas relações, é que a Bella é _extremamente_ dependente de um homem. Não importa qual deles, precisa ser um homem. Como se uma mulher só fosse feliz assim. É claro que entra, aí, esse negócio de ela precisar ser protegida e amparada por alguém mais forte o tempo todo – na cabeça da Meyer, isso significa um ser do sexo masculino, óbvio. Além disso, temos a relação explicitamente doentia do casal maravilha da série. Um só vive enquanto o outro viver (ops, o oposto de Harry Potter). Temos três livros de Bella Swan implorando por uma vida eterna ao lado do “amor de sua vida”. Uma ideia, bom, absurdamente retrógrada. Apesar de vermos Edward também apaixonado, ele até tenta (muito mal, mas tenta) se afastar da Bella por ela – o que implica em pensar que ele, como homem, é capaz de viver sozinho, embora não totalmente feliz; porém ela, a partir do momento que ele a deixa, vive só em função de ter alucinações… com ele. Bah. Bella dedica toda a sua vida a seguir Edward. Abriria mão da família, dos amigos, de uma vida normal por ele. E só por ele. Não por escolha dela, porque ela percebe que seria mais feliz assim. É tudo só pelo amor eterno e infinito que ela devota a ele. “Ah, mas qual é o problema disso, é um amor tão puro?”

Ai, vem cá… que tipo de mulher, hoje, abre mão DE TUDO pra ficar com um homem? Certo que no fim das contas, no “elas por elas” do livro, a Bella acaba não perdendo muita coisa, mas perderia se precisasse. E abriria mão de toda a sua autonomia como mulher e sua independência, também, uma vez que, dedicando sua vida a Edward, automaticamente precisaria segui-lo pra onde ele fosse e acatar tudo o que ele decidisse pra não correr o risco de ficar desamparada – ou não, porque ele é tão altruísta que não se importaria em continuar custeando a vida dela, mesmo que ela decidisse tomar um rumo totalmente oposto do dele, HAHA. A Bella pode até ter sido “muito mulher” e muito decidida, desde o começo, a abandonar a vida de humana. Isso não significa, no entanto, que não é uma atitude machista e conservadora. Junto com a vida humana, repito, ela escolheu abandonar sua autonomia como mulher. As românticas de plantão que me perdoem, mas não tem “amor verdadeiro” nenhum que justifique uma coisa dessas. E me deprime pensar que tem que ache que qualquer pessoa que discorda dessa atitude burra é mal amada e nunca vai ser feliz com parceiro nenhum, juro.

Por fim, e além de tudo, a Meyer aborda a porcaria do tema do aborto. Porcaria porque é um negócio polêmico demais pra ela enfiar levianamente no meio dos livros. E porcaria porque tudo o que as mulheres não precisam, hoje, é de alguém mostrando como o aborto é cruel e os bebês são mais felizes quando nascem. Não que Meyer faça dessa forma – de fato, eu não sei como foi que ela jogou o tema no meio do livro, só meio por cima, já que eu não tive estômago pra ler “Amanhecer” até o fim –, mas aposto que ela definitivamente é contra o aborto. Oras, a Renesmee nasce, afinal. As mulheres da série de Meyer são dotadas, todas, de instinto maternal, aparentemente (q Rosalie). A gravidez de Renesmee representa um risco, mas, ainda assim, elas querem levá-la adiante, porque, OH MEU DEUS, abortar, de jeito nenhum. E temos aí, mais uma vez, mais um ponto que retrata o jeito como o livro ofende a mulher, já que Meyer se posiciona contra a autonomia da mulher sobre seu próprio corpo. Mas não vou me estender muito aqui, porque não terminei esse livro e não me sinto confortável pra falar dele por isso.

Sei que o post foi curto e poderia ser mais explorado, mas esse assunto já foi explorado TANTAS vezes nas comunidades haters, aqui no blog e tal que estendê-lo muito mais seria ser repetitiva demais e demais. Tentei só ilustrar com passagens do livro (embora sem citações diretas) o porquê de o post “Queimando os sutiãs” ser tão relacionado a Twilight, já que li comentários falando de não ter entendido a relação, isso e aquilo.

Finalizando, também, é legal lembrar do comentário da Rita:

“Você tem toda a razão… Ao ler Twilight (sim, eu sou uma hater que leu o livro! – se não tiver lido, não tem motivo pra ser hater….), senti que Bella era sufocada por Edward e até Charlie. A rapariga não mexe um dedo sem pedir para o fazer… E quando finalmente Edward desaparece, em New Moon (tmb o li!), aparece logo outra personagem masculina para a sufocar! (Jacob…)

E depois a Leah (Amanhecer – tmb li…), que é a mulher mais feminista da série, que está em pé de igualdade com os rapazes da tribo, é considerada uma aberração….

Acho triste!”

só dei uma reformuladinha na grafia e pontuação

É, eu também acho triste.

E insisto: Meyer, volte pro século XV!

 

(por Ana)


DUELO: Stephenie Meyer x J.K Rowling

ANTES DE MAIS NADA!Notícias!! (Afinal de contas não somos seres alienados que não sabemos o que rola com o mundo e blá,blá,blá…)

O Blog Twilight Haters Brasil lamenta a morte do Rei do Pop Michael Jackson. Sua música fez a cabeça de muitos dos usuários deste blog, que com certeza cresceram ouvindo pelo menos uma música dele.

Não passamos a notícia antes, enfim, o mundo todo já sabe. Uma perda lamentável, que mesmo com tantas polêmicas girando ao seu redor, fará muita falta para todos nós.

Vai com Deus, MJ!

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Na verdade eu nem ia fazer um post desses. Pois sou MUITO contra essa comparação Deusa Rowling e ….A Meyer .___.!

Mas, enfim, a ignorância tá TANTA que achei melhor fazer! Ando lendo crises de fã PIORES que as anteriores!POR-FA-VOR!

Bem, então, vou fazer o “tão esperado” duelo entre a Meyer e a J.K! Seguindo o estilo do Duelo da Mundo Estranho, pra não exagerar nas comparações.

AVISO: Apesar de ser Pottermaníaca desde os primórdios da minha existência, estarei respeitando OS-DOIS-LA-DOS! Por tanto usarei tópicos SENSATOS! Opinarei como fã apenas no final! Então TERMINEM DE LER antes de abrirem a boca =P!

*toca o gongo* Eeeeeeeeeeeeee MEDABOTS, CYYYBERLUTAAA \O/ –nnnnnnnn

Okaaay!

De um lado, com 47 anos e uma saga sobre o bruxo mais famoso do mundo, a inglesa J.K Rowling!! E, do outro, com apenas 35 e adentrando no mundo literário com sua saga do romance entre Bella e Edward, a americana Stephenie Meyer!

X

Vendas, fãs, traduções e muito mais… Tudo bem que conteúdo não é tudo, mas, qual delas manda bem no assunto?

J.K Rowling Stephenie Meyer
Vendas Criado em 1997, a saga Harry Potter começou com uma baixa tiragem de 1.000 exemplares. Atualmente até antes do lançamento do último livro, Harry Potter e as Relíquias da Morte, em 2007, 325 milhões de cópias foram vendidas no mundo de todos os seis primeiros livros da série, 2 milhões apenas no Brasil. O último livro vendeu 8,3 milhões de cópias apenas nas primeiras 24hrs de venda. Mais jovem que a saga do bruxo, a série Crepúsculo começou em 2005. Até a venda de Amanhecer, último livro da saga, 55 milhões de exemplares foram vendidos no mundo, 1,3 milhões apenas no Brasil.

Prestes a lançar no Brasil, Amanhecer terá uma triagem inicial de 400 mil exemplares, segundo a revista Época.

Traduções A saga de Rowling foi distribuída em aproximadamente mais de 200 países. Tendo traduções até mesmo para o latim! Possui também edições especias em audiobook e em braile. Até então a saga de Meyer foi distribuída em 37 países, e continua subindo, graças ao sucesso da saga e do lançamento dos filmes. Audiobooks da série também são vendidos.
Produtos Arrecadando mais de um bilhão em produtos, pode-se encontrar atualmente tudo de Harry Potter. E não só roupas, chaveiros e adesivos, mas bonecos, varinhas, e até mesmo vassouras! Entre muitos outros. Visitas diárias são feitas em locais onde supostamente o bruxinho teria passado antes de entrar no mundo mágico, como a estação King’s Cross, local onde pega-se o trem para ir à Hogwarts. O sucesso da saga foi tanto nesse quesito que um parque temático está sendo construído na Universal Studios em Orlando, Flórida, com data prevista para este ano (2009). Ainda há poucos produtos voltados exclusivamente para a saga. Camisetas, chaveiros, almofadas e bonecos são muito vendidos na internet. Não há um número exato do total de vendas dos produtos (N/A: Se alguém souber, por favor, avise, pesquisei mas não encontrei).A cdade de Forks, em Washington, palco principal da saga, atualmente virou ponto turístico para os fãs da saga, que visitam todos os lugares por onde os personagens passaram, como a escola e o hospital. Atualmente uma linha de maquiagem chamada Twilight Beauty começou a ser vendida pela internet.
Prêmios Desde a criação da saga, J.K Rowling ganhou mais de 30 prêmios e honrarias, entre prêmios convencionais como o British Book Awards Children’s Book of the Year, ela ainda possuí o título de Lady J.K Rowling dado pela Rainha Elizabeth II, o título de Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra, entregada em 2009 pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. Além disso, ela tem um asteróide com o seu nome, o 43844 Rowling, e há também um fóssil de dinossauro com o nome de Dracorex hogwartsia (“Dragão Rei de Hogwarts”) Stephenie Meyer já ganhou um total de cinco prêmios e honrarias. Entre eles o “Best Book of the Decade…So far”, do site Amazon.com
Controvérsias As comunidades religiosas criticam muito a saga de J.K, por causa da apologia a bruxaria às crianças. Além de boatos de que a autora teria feito um pacto com o diabo!

Houve também processos contra a autora por causa de histórias semelhantes, como um personagem criado por Neil Gaiman. Rowling ganhou a maioria dos processos, outros foram cancelados, e o próprio Gaiman negou que Rowling o tivesse plagiado.

O romance de Edward e Bella, casal protagonista da saga de Stephenie, causou diversas críticas rigorosas sobre o romance entre adolescentes de hoje. Alguns acreditam que Meyer colocou obsessão e machismo exagerados em sua obra, o que podem influenciar negativamente os leitores. Meyer nega isso, e muitas discussões continuam a ocorrer.
Críticas A saga Harry Potter recebeu muitas críticas, a maioria positiva, o que ajudou a decolar nas vendas e no sucesso do livro. Também recebeu críticas negativas sobre utilizar clichês, ou que o livro foi um artifício para os incultos encontrarem algo para sair da televisão. Mas recebeu críticas de renomados autores como Stephen King, que disse que a saga de Rowling é “Um feito do qual somente uma imaginação superior é capaz”, e também disse que, apesar de se cansar de ver Harry na casa dos tios no começo de todos os livros, mas que “Passará pelo teste de tempo e irá para uma prateleira onde somente os melhores são mantidos […]. Essa é uma série não só para uma década, mas para eras.” A série do Crepúsculo também recebeu críticas tanto positivas quanto negativas, de grandes revistas, o que também ajudou na venda e no sucesso da saga.

Entretanto, escritores contemporâneos do terror criticaram negativamente a série. Stephen King disse que Meyer “Não escreve nada que preste”, e Anne Rice disse que “… o que mais me incomodou foi que o grupo de imortais que Bella conhece, estão aparentemente amaldiçoados para repetirem a escola secundária vezes sem conta: que pesadelo! Especialmente quando um imortal podia estar a divertindo-se em Paris.”

Tramas *Parte criada por Lily* Além da batalha de Harry contra seu arquiinimigo Lord Voldemort, cada um dos sete livros da saga apresenta histórias paralelas  com importância para a saga. Como a história de Hogwarts em A Câmara Secreta, as origens do Mapa do Maroto em O Prisioneiro de Azkaban, como funciona o Ministério da Magia em A Ordem da Fênix e muito mais.

Rowling explica também as origens de vários personagens, os Weasleys, Snape, os Marotos, e até mesmo alguns detalhes sobre os Dursleys, os detestáveis tios de Harry.

A trama gira totalmente em torno do romance entre Bella e Edward, excluindo-se outras tramas.

Em paralelo existe a trama de Rosalie e suas frustrações por não poder ser mãe, a história de Jasper, contada em Eclipse, a tribo Quileute, centralizada em Jacob, a história entre Alice e James em Crepúsculo. Há menor destaque ao romance de Carlisle e Esme e o começo do “romance” entre Jacob e a recém-nascida Renesmee em Amanhecer. Menos do que a saga “rival”.

Hmmm…Acho que já foi o bastante…Certo?

Bem…VITÓRIA DA J.K!!!

[hater] Óbviamente, né?Fala SÉRIO!

Pra quem dizia que “Quantidade = qualidade” TOMA, pois a J.K vendeu MUITO MAIS e o livro dela ARRAAAAASAAAA!

Engoliram essa, lovers?Então vão caçar mais argumentos, okay?

“Blá,blá,blá tentem fazer um livro que vendeu 5 milhões de cópias no mundo”, blá,blá,blá Meyer VENDE TREZENTÃO AÍ QUE A GENTE CONVERSA DEPOIS! Traduz pra duzentas línguas aí.

Perdeu, preibói![/hater]

*respira fuuuuuuuuuuuuuuuundo* Sério, isso tava me deixando LOUCA.

Bem, espero que tenham gostado!

Fonte: Wikipédia (Portanto, por favor me corrijam alguns dados se possível)

G1

Google (Esqueci o nome de alguns sites… Perdãããão!!!!!)

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Até a próxima gente!

Beijos!

Giovanna.


Como escrever um livro

Eu não sou lá muito partidária da ideia de que há uma receita para um livro ideal. Gosto de ver o estilo pessoal de cada autor, e ADORO quando quebram as regras (se o trabalho for bem feito, QUE FIQUE CLARO). Porém, também sou obrigada a dizer que há alguns métodos que podem ser seguidos. Coisas básicas que ajudam a fazer uma história, no mínimo, bem construída. Claro que o livro genial será aquele que vai além das regrinhas básicas que postarei aqui. Mas segui-las pode ser um bom trunfo também.

E o que tchongas isso tem a ver com Twilight? O motivo, para alguns, é bem óbvio. Mas para aqueles que não se tocaram ainda… vejamos quantos desses aspectos a Meyer seguiu.

Vamos lá?

Dicas de como escrever um livro decente!

Passo 1: tenha definido o enredo do seu livro antes de começá-lo. Não precisa saber todos os detalhes, o que vai acontecer desde a primeira até a última página. Mas tenha claro, pelo menos, o começo, o meio e o fim. Se você tiver bem claro esses três pontos de seu livro, terá um rumo de como escrevê-lo. Algumas coisas podem mudar no meio do caminho? Podem, e é bem provável que isso aconteça. Mas de duas, uma: ou essas mudanças se encaixam no que você já tinha planejado, ou você sentará e pensará novamente na história. Caso a segunda opção ocorra, é realmente bom que você PARE, REFLITA E SIGA. Pare para ver os rumos de sua história, reflita sobre o que pode acontecer, e só depois de ter definido um novo fim, siga escrevendo.
Por que tudo isso? Muito simples: evita CONTRADIÇÕES. Tendo em mente como sua história irá funcionar, você evita que, lá na frente, ocorra algo que contradiz o que disse atrás. Planejamento é sempre bom para evitar esse tipo de erro.
Meyer fez isso? NÃO! Ela apenas foi escrevendo o que vinha a mente, como ela própria disse. Nessa, ela deixou pontos pendentes e erros grotescos de contradição. Como já foi mostrado em “Verossimilhança e Twilight” e “O que é melhor que Twilight”.
E por falar nisso…

Passo 2: Ao terminar de escrever o livro, LEIA-O. REVISE-O. Não peça para outra pessoa revisar, antes de tudo, revise-o você mesmo. Apenas você sabe o que espera de seu próprio livro. Então, ao terminá-lo, leia para ver se falou tudo, se não esqueceu de algo, ou se não ficou sem nexo, perto do que você queria. Apenas você pode fazer isso.
Nesse ponto, acho justo citar Nuno Crato, famoso cronista português. Quando indagado sobre o tempo que levava para escrever UMA crônica, ele disse isso:
“Quem não conhece o processo de escrita admira-se. Para quê rever e rever? É verdade. Rever, rever e rever é a base da escrita séria de quem pretenda ser entendido. Excluo aqui os grandes escritores, que não entram no grupo dos escrevinhadores normais em que me incluo e que terão o direito de fazer o que quiserem. Mas apenas esses. Não conheço pessoalmente nenhum grande escritor — e o estudante a quem me dirigia muito provavelmente não o será. Imagino que a regra de revisão seja praticamente universal. Embora muita gente se espante por se perder uma parte substancial do tempo de escrita com a revisão, o tempo que se gasta nessa tarefa raramente é demasiado. E é um tempo que não se pode gastar exactamente quando se quer. É necessário deixar o texto de molho umas horas, de preferência três ou quatro dias, ou mesmo mais, para o poder ler quase com os olhos de um leitor normal que desconhecia o texto. Lê-lo logo a seguir a escrevê-lo é má prática, pois não se guarda a distância suficiente e não se consegue detectar os vícios de português e os pontos menos claros. Habitualmente, os jornalistas não têm tempo para estes luxos. Mas quem escreve livros ou crónicas e não tem uma grande pressa, deve sempre reservar uns dias para colocar a sua escrita de molho, a repousar, para depois a ler com olhos mais críticos e poder melhorá-la”
Se com uma crônica, é importante revisar, imagine com um livro.
Meyer fez isso? NÃO! Ela terminou de escrever Crepúsculo em três meses e depois entregou à revisora. Ao longo não só do primeiro livro, mas da série toda, vemos que ela se esqueceu de detalhes, se contradisse e até mesmo se repetiu. Grande!

Passo 3: Planeje seus personagens. Não só como eles serão fisicamente ou a personalidade deles, mas a sua história de vida, o que aconteceu com eles ANTES do livro começar. Uma histórico do personagem é sempre bom. Pode ser que esse histórico, em alguma parte do livro, possa, inclusive, ser usado.
Depois de criado o histórico, fique atento para que ele não seja algo completamente inútil. Use-o, siga-o. Faça dele uma justificativa para as atitudes de seu personagem. Pense o seu personagem como uma pessoa que você conheceu ontem. O livro falará da vida dessa pessoa a partir do dia em que você a conheceu. Mas antes disso, ela viveu muito tempo, com muitas histórias, dores e alegrias que a fizeram ser o que você conheceu. Abuse disso. E mais uma vez, cuidado para não contradizer aquilo que você disse da personagem.
Meyer fez isso? NÃO! Peguemos a Bella, por exemplo. Começo de Crepúsculo, ela diz: “Odeio Forks e odeio meu pai, mas vim viver com ele para que minha mãe seja feliz”. Ok… depois Bella nos conta que sua mãe sempre foi meio irresponsável e era ela, a filha dedicada, que cuidava dela. Aí Renee casa e fica triste porque seu marido viaja muito, e ela não pode ir, porque não quer abandonar a filhinha (grande, por sinal). Mas pera… Renee não era a irresponsável, que agia sem pensar, e que era cuidada pela filha? Então, por que, de repente, resolveu cuidar de Bella, quando essa já estava grande? Aposto com vocês que Bella não se incomodaria de ficar sozinha, e nem de deixar mamãe viajar com o novo marido. Todos felizes. Mas tudo bem, relevemos isso. Bella quis ser legal, e deixou a mãe ir, mesmo que isso doesse, já que ela ia para um lugar que odiava, morar com alguém que ela não gostava muito. Altruísta, até esse ponto.
Porém, depois vemos que Bella pensa nela mesma o tempo todo (nela e no seu vampirão-mor). Abandona o pai, namora escondido (sendo que o pai deixa), ignora amigos, abandona tudo para seguir o seu coração. Oi, cadê a personagem altruísta que Meyer nos disse que Bella era? O histórico de Bella não condiz EM NADA com o que a personagem apresenta nos outros livros. Terrível.

Passo 4: definidos o enredo e os personagens principais, vamos ambientar a história. Onde se passa? Em que época? Como se comportam as pessoas que vivem nesse lugar e nesse tempo? Qual o comportamento das pessoas que têm a idade do personagem? É muito importante analisar todos esses aspectos. Não podemos colocar, por exemplo, uma garota vivendo no século XVIII e que use mini-saias ou transe antes do casamento. Porque, naquela época, as garotas usavam vestidos compridos (mesmo porque a mini-saia não existia), e sexo só depois do casamento. Ok, você até pode fazer uma garota assim, mas ela terá que sofrer as consequências de seus atos, as mesmas que qualquer garota sofreria no século XVIII. Também não podemos fazer um japonês, por exemplo, feliz porque está fazendo cursinho. Para os japoneses, cursinho é O FIM. Eles têm como meta passar no vestibular assim que acabam o colégio. É algo imposto pela sociedade japonesa, e há diversos casos de esudantes que se mataram porque não conseguiram passar de primeira. E bem, você também pode fazer um japa feliz com o cursinho, mas EXPLIQUE.
Meyer fez isso? NÃO! Edward é o exemplo-mor de tudo. Ok que ele foi mordido há uns cem anos, e que naquela época os costumes eram diferentes do nossos. Mas oi, ele NÃO VIVE MAIS NO INÍCIO DO SÉCULO XX. Aliás, ele viveu o século mais conturbado de toda a História. Se espera que ele tenha mudado junto. Ou, se não tiver mudado, que tivesse uma razão para isso. Nós mesmos, pessoas de carne e osso, mudamos, e a maior parte de nós não viveu nem trinta anos. Ou vai dizer que você continua achando Pernalonga o melhor desenho do mundo, que o seu cachorro vai falar como a Priscila da TV Colosso, ou usa aquelas calças centro-peitos que só faltam cobrir a barriga toda? Aposto como você não é mais aquela criança birrenta e chorona, e muito menos aquele adolescente sonhador e revoltado. Pois então, se nós mudamos, por que Edward Cullen não mudaria?
Além do que, Edward tem cento e oito anos. Espera-se que uma pessoa com uma idade dessas, tenha a cabeça de alguém vivido. Mas não, ele se comporta como uma pessoa de dezessete anos. A aparência física pouco importa nesse caso. Se for assim, eu mesma estou ferrada. Aparento ter dezesseis anos, mas tenho vinte. Te garanto que a minha vivência nada tem a ver com a minha cara. E se quiserem, até trago meu ex para provar isso. Ele sabe MUITO BEM como eu não tenho nada de dezesseis anos, além da cara.

Passo 5: Definida a ambientação, pense um pouco no conflito. É um conflito de verdade? Ou algo que, na vida real, seria resolvido facilmente? Um bom conflito é aquele que apresenta problemas para ser resolvido. Mas também não complique demais, a ponto de você não achar uma solução. Por isso, pense muito em como ele se desenvolverá. E quando colocá-lo no papel, LEIA. De maneira crítica. Veja se você não o estendeu demais, se enrolou demais, ou então o contrário, se ele ficou mal resolvido. É o conflito que prenderá o seu leitor.
Meyer fez isso? NÃO! Peguemos o romance Bella/Edward, dito impossível. O maior conflito da história? Oras, o que há de impossível ali? Vampiro/humana? Vejamos… Edward é vegetariano. Não suga sangue humano. Se controla muito bem perto de humanos, até mesmo perto de Bella, humana que ele resiste bravamente para não morder. Até na hora do parto de Renesmee, Edward foi o único que não se descontrolou. Leiam a ripagem abaixo. Rosalie perde o total controle, mas Edward não só fica calmo, como consegue finalizar o “parto”. Então, isso não é motivo pra romance impossível.
James? Ele impede alguma coisa, oras? James foi uma tentativa meio falha de se colocar ação no primeiro livro da saga. Facilmente derrotado, facilmente eliminado. Então, nada de romance impossível.
Volturi? Pelo final de Breaking Dawn, bem vemos que Volturis foi um empecilho à toa. Afinal, tomar chá com o pior inimigo, depois de ter preparado A GUERRA, não me parece um grande problema. Três livros lutando para acabar desse jeito? De que serviu a luta? Para separar o casal que não foi.
Jacob? AH, ESSE SIM! Esse é o único que pode, de alguma forma, ameaçar o romance dos dois. Se fosse bem desenvolvido, talvez fosse, sim, a maior prova imposta ao casal feliz, que faria o romance dos dois díficil. Veja bem, difícil. Não impossível. Um, porque Jake NÃO FOI bem desenvolvido. Dois, mesmo que fosse, Jake seria o tipo de problema que apenas incomoda, chateia, dá raiva. Mas, se Bella e Edward se amam, como dizem (*eu não acredito muito nisso, mas), Jacob não conseguiria separar os dois. Portanto, o romance não seria impossível, apenas difícil. Como nada disso acontece na saga… acho que nem nosso amado Jake seria considerado um empecilho tão forte assim. Pelo menos não nesse aspecto.
E para aqueles que disseram no inicio do passo 5 “Ah, mas é um romance de fantasia, não podemos imaginar o conflito na vida real”, tenho uma resposta. Podemos, SIM. Se Edward existisse (como vampiro, não como pessoa. Como ele, têm muitos por aí, infelizmente), e se ele se apaixonasse por Bella, seria TÃO complicado como Meyer coloca? Provavelmente não. Mas todos sabemos como a autora enrola quatro livros, sendo que toda a história podia ser contada em um só. E ainda assim seria demais.

Passo 6: Temos todo o principal da história. Agora, faltam os detalhes. Aqui podemos citar, por exemplo, os personagens secundários. Bem, como o nome diz, eles são secundários, portanto de menor importância. Porém, não os diminua a ponto de não fazerem diferença nenhuma na história. Personagens secundários existem para que a história tenha mais de um foco, e não para se enfiarem completamente na história principal. Por isso, pense com carinho neles. Dê a eles uma história própria, personalidade própria, conflitos próprios. Menores do que os principais, é claro. Talvez interligados com a história principal. Mas não os anule completamente. Personagem secundário precisa ser personagem, ainda. Se, sem ele, a história andar da mesma forma, então ele não será personagem. (*Oscar não premia ator/atriz coadjuvante à toa, sabiam?*)
Meyer fez isso? NÃO! Família Cullen. Como eu disse no meu post “O que é melhor que Twilight”, para quê a família existe? PRA NADA! Existem para ajudar o casal principal, somente. O papel deles poderia, facilmente, ser desempenhados por outros personagens. Pior: NEM PRECISAVAM SER DESEMPENHADOS. Por isso, eles não possuem profundidade, tramas paralelas, e muito menos personalidade. Repito, por exemplo, a Alice, que muda de personalidade conforma se necessita que mude. A única, na minha opinião, que chega perto de uma personalidade, é a Rosalie. Ela tem raiva da Bella, e é frustrada porque não pode gerar filhos. É o mais perto que Meyer conseguiu de uma trama paralela. Que ruim, hein?

Passo 7: Feito tudo isso, dê o seu livro para uma pessoa ler e revisar. ACEITE AS CRÍTICAS. As construtivas, é claro. A pessoa que está lendo e revisando faz o papel do seu leitor. Aceitar o que ela diz, pensar e utilizar isso a seu favor apenas enriquecerá sua história. Só depois disso, pense em publicar. Aí sim você terá um livro, no mínimo, razoável.
Meyer fez isso? NÃO! Aliás, ela não faz até hoje. A editora dela pouco muda a história, talvez por ver que tudo que Meyer escreve seja tão ridículo que venderá milhões. NÃO CAIAM NA HISTÓRIA DA VENDA. Vender muito não significa que tem qualidade. Preocupe-se com a qualidade do que escreve, é o seu nome que está indo pro público. E, se um dia, o seu livro fizer sucesso e vender milhões, como Twilight fez, e mesmo assim existir haters, como nós existimos, VEJA O QUE ELES TÊM A DIZER. Não podemos agradar todos, é bem verdade. Mas podemos tentar chegar perto. E para isso, o que é melhor do que ouvir as razões das pessoas que não gostaram? Mas Meyer não pensa assim. Ela deve acreditar na opinião dos fãs de que é a melhor escritora do mundo, e por isso não admite críticas, de forma alguma. Ou seja: a história dela continuará UMA INCRÍVEL MERDA.

Como dito no começo, ninguém é obrigado a seguir a risca esses passos. Ir além disso, aliás, é muito bom (e nem é para todos, tem que ser muito talentoso para quebrar/inovar em um livro). Porém, como disse também no início do post, são passos BÁSICOS. Qualquer um que escreve livros sabe disso melhor do que ninguém. Até mesmo uma amadora, como eu, por exemplo. Porém, Meyer não sabia. Não seguiu os passos básicos, não foi além, não fez nada. Portanto, a qualidade pode ser posta em xeque. Pena que nem todo mundo é capaz de ver isso com clareza.

Escrevam seus livros! Provem que vocês podem fazer tudo que eu disse acima, e muito mais. Eu já comecei o meu. E você? Tentará ser melhor que dona Stephenie, ou continuará achando que ela é um gênio da literatura?

Lily


Meyer não é a dona da Verdade

Ninguém é, mas, com certeza, ela está BEM abaixo…

 

Além do famoso “Vocês tem inveja!” e “Faz livro melhor” há um outro argumento lover bem usado também, que é “Vampiros não existem e a Meyer pode fazer o que quiser com eles!” (Eu pelo menos já li isso várias vezes).

A resposta é óbvia, certo, caros haters?

 

 

 

 

Não, ela não pode.

 

 

 

“Mas, por quê? Se vampiros não existem?”

 

Vou explicar…

Bem, pra começar…É, eu também acho que vampiros não existem (O que é uma pena, certo?), segundo: Não tem vampiro nenhum no livro e eu vou repetir isso até o fim!Nem que eu tenha que reescrever o “Vampiros: Onde a Meyer Errou” porque tem muito lover preguiçoso que se recusa a ler =P!Ou lê 3,5 só pra dizer a frasezinha que eu vou justificar aqui.

Terceiro: Quando escrevemos um livro, há diversos fatores que devem ser seguidos. Além do básico de ver se não há história parecida, título parecido e etc.

Acontece que, desde quando se escreviam épicos, há alguma “regras” que devem ser seguidas para uma boa história ser formada, não importando se você for usar algo existente no plano escrito ou não.

Como assim? Bem, vamos por partes, como diz Tio Jack!

 

Vampiros, apesar de terem nascido através de lendas do folclore europeu há muito tempo, acabaram sendo imortalizados na obra de Bram Stoker. Imortalizados no sentido de que: A partir daquele livro, de toda a pesquisa feita por Stoker, criou-se um padrão para as histórias vampirescas. Assim como todos os “monstros” que conhecemos (Lobisomens, as múmias do cinema, Frankenstein…).

Tecnicamente, isso agora é minha opinião mas gostaria que ela fosse lida, os seres que eu citei acima estão em um patamar maior que os Contos de Fadas, que por sua vez está abaixo até da Mitologia. Porque a mitologia e os “monstros” (Vou chamá-los assim por enquanto, apesar de não gostar do termo) são parte do folclore do mundo.

Ora, TODO MUNDO conhece pelo menos UM de cada gênero que listei acima, não é mesmo?

Mas por que então os contos de fada não estão citados no folclore do mundo, se são mundialmente conhecidos? Por que são CONTOS. Não se basearam em lendas cheias de teorias, relatos e etc. Os contos foram formados apenas para explicarem certos fatos às crianças, e que, com o passar do tempo, foram se alterando até entrarem nos livros de Grimm, Perrault e Andersen.

Ao contrário do plano folclórico e mitológico, nós podemos fazer transformações nos contos de fada. Pois os próprios que lemos atualmente foram quase que 100% alterados. E, por trás deles, há um enredo fraco que, se mantermos pelo menos um fato, pode-se alterar o resto que todos ainda saberão do que se trata.

Por exemplo: Chapeuzinho Vermelho.

Se pedirem para você, agora mesmo, explicar APENAS quem é a Chapeuzinho Vermelho, a personagem, o que você diria?

“Uma garota que usa uma capa vermelha com capuz”. Ponto. Pois em qualquer conto não há mais nenhuma descrição da menina. Em alguma ou outra falam que ela tinha o cabelo de tal cor, mas só.

Ou seja. Pela fraca descrição, EU posso colocar que ela tem o cabelo azul e piercings. Deixando a capa vermelha e o motivo pelo qual ela vaga pela floresta: Levar comida à avó doente.

Para as crianças o conteúdo da cesta é sempre doces, geléia e coisas fofas. Na história ORIGINAL é pão-de-ló e vinho… Bem, tendo a cesta, eu posso transformar minha vovó em canibal e levar pedaços de crianças mortas na cesta.

“Opa, mas você não tá mudando o rumo da história?”.

Não.

Pois ela ainda é a menina de capa vermelha que vai pela floresta levando uma cesta de mantimentos para a avó doente. E aí? Ainda é a Chapeuzinho Vermelho, não é?

Pois os contos são tão fracamente descritos que eles abrem uma gama de possibilidades de escrita sem se alterar o enredo.

Na realidade… Chapeuzinho Vermelho era um conto para alertar crianças sobre os senhores sequestradores pedófilos que vagavam nas florestas. Transformaram-nos em “lobo mau” só pra ficar mais “claro” que não se deve falar com estranhos.

No conto original, a avó é assassinada pelo lobo, mas não comida (Literalmente). Pois o ser a pica, cozinha a carne dela, coloca o sangue numa garrafa de vinho e depois, já disfarçado de vovó, serve para Chapeuzinho Vermelho, que a come =D! Outra forma muito “fofa” das mamães dizerem “Não aceitem comida de estranhos”Isso é com certeza um exemplo que a minha mãe daria >D!

Ah, e antes do “Que olhos graaandes você tem”, o lobo fala pra menina deitar-se na cama com ele. MAS a roupa dela está suja e ela precisa tirá-la. Entre vários “Já tirei minha <insira peça de roupa aqui> vovó” e “Mas suas <insira peça de roupa aqui> também estão sujas” a menina deita na cama quando já está quase que totalmente despida (Em outras versões… Totalmente…). Aí vem o “Blá,blá,blá que olhos grandes você tem” e ela morre no final! Êêêê…

 

“Pela estrada afora eu vou bem sozinha…” (By:DaakSM)

 

Cá pra nós… Muito mais legal assim!

 

Você me pergunta então: “E o caçador?”

 

Não tem =D!

Depois colocaram pra coisa não ficar TÃO trágica…=P

Tá vendo? Eis o original! E atualmente esse conto foi TÃO alterado que, além do enredo já fraco e vazio, se tornou uma história bobinha. Oras, o enredo AINDA é o mesmo. Então…

E então por que diabos não podemos alterar o folclórico? Porque ele tem toda uma definição, uma descrição… (Lily: e um enredo MUITO BEM DEFINIDO!)

Você colocaria os pés do Curupira pra frente? Colocaria mais uma perna no Saci? TIRARIA A CAUDA DE PEIXE DA SEREIA (Sereia = Mermaid aqui, oks?)? Nãããão… Ceeeerto?

ENTÃO PORQUE DIABOS VOCÊ QUER FAZER O VAMPIRO BRILHAR?

 

E o melhor de tudo: Sem qualquer explicação decente.

 

Os filmes/livros/animes colocam seus vampiros no sol através de protetores solares especiais e guarda-chuvas, uma proteção básica e que dá certo.

E vampiros brilham no sol porque…………………..?

“Ai, a pele deles se assemelha ao diamante”…Oe…E do diamante fez-se o homem \o/…-n.

“Ai, porque eles são feitos de uma substância que…” -n². (Lily: NENHUMA SUBSTÂNCIA BRILHA AO SOL, até onde vai minhas aulas de Química.)

 

Oi, vampiros AINDA são “humanos” apesar de estarem pseudo-mortos. Eles não são alienígenas, bjs.

SE a Meyer quisesse que fossem, poderia dar uma boa explicação, AÍ SIM seria plausível o fato da pele deles brilharem e etc.

CONTUDO: Eles não seriam mais vampiros, e sim alienígenas que AGEM quase que como um vampiro.

“Mas eles são uma raça nova!”, foda-se, eu quero uma BOA teoria que prove isso. Como Stoker fez, como Rice fez, como o caralho a quatro fez. Não tem explicação? Não é vampiro, não é raça nova, não é nada. É apenas um erro. Um ÓTIMO exemplo de como a Meyer não sabe escrever MESMO.

Apresento-vos Horácio! Poeta épico e satírico, filósofo. Um dos maiores poetas da Roma Antiga.

Ele criou uma coisinha chamada Arte Poética. Nela há algumas dicas de como se formar um bom poeta, e que com certeza deveria servir para os escritores de hoje.

Umas das dicas, a minha preferida aliás, diz que não se deve alterar o que já se foi criado.

Claro que suas regras aplicavam-se aos poemas, MAS eu, na faculdade (Oi, Unifesp) aprendi que estas regras DEVEM ser seguidas até mesmo atualmente!Peeena que nem todos fazem isso…

 

Horácio

“Você tá dizendo tudo isso, mas a JK Rowling também mudou e…” …Onde?

Nas Horcruxes?…Ela explicou.

Nos Animagos?…Ela explicou.

Em como os bruxos conseguem viver entre os trouxas?…Ela explicou.

Nos Animais Fantásticos?…Ela explicou.

No Quadribol?…Ela explicou.

Elfos Domésticos?…Ela explicou.

(Lily: Nos vampiros?… Ela explicou. E MELHOR, NÃO MUDOU O PRINCIPAL!)

Preciso continuar?

 

“Ah, mas os Sereianos…”

Eu já disse isso naquele meu post das Sereias (“Sereias? Ah Meyer…”). Mas vou repetir: Sim, a JK alterou a forma das sereias padrão que conhecemos (Digo das Mermaids. Sirens são DIFERENTES em alguns aspectos! Se você for reclamar disso, vá ler meu outro post antes) MAS ela manteve MUITO BEM as características de ambas as espécies: Inteligência, persuasão, boa voz e habilidade. Essas características sempre definiram as sereias tanto as Mermaids quando às Sirens, ela misturou muito bem as raças.

“Mas a Meyer também fez isso!”

Ah, NOSSA, os caras tem forma humana!…OH!¬¬…

Nosferatu também tinha!E, vejamos:

Nosferatu: Apesar da aparência, tinha medo do sol, criatura noturna, sugava sangue humano, medo dos objetos religosos, tem caninos enormes, vira morcego, totalmente baseado (Era pra ser uma versão de personagem alterado) em Bram Stoker…Hmmm…Vampiro!

nosferatu2

Nosferatu gatineo pegael…-n

Cullens: Forma humana… Brilham no sol, não são nem noturnos nem diurnos porque não dormem, só tomam sangue de animais, não tem medo de nada religioso, não tem caninos, não tem nenhuma habilidade metamórfica, Meyer SEQUER leu Stoker…Hmmm…Bo-o-o-ring.

Glitter Cullen’s… Em breve numa papelaria perto de você.(Cansada de pegar fotos dos brilhosos)

Prefiro o Nosferatu. SE prefiro.

 

“Prefiro os Cullen” Você não sabe nada sobre os vampiros de verdade =D!

 

Tenho a leve sensação que esse post vai ter uma parte 2 .____.


Fãs de toda forma. Ou será que não?

Ok, aqui vai Lily com mais um post. E acho que, dessa vez, eu vou ser mesmo perseguida com machadinhas por aí. Se com Digimon eu já fui quase sacrificada para Odin (ou seria para Edward? Que seja). O tema do post de hoje é simples. Fãs. Fãs de Twilight maníaco-obssessivos que com certeza me matarão depois desse post.


Um dia desses, na comunidade hater de Twilight (não me lembro qual exatamente, mas foi em uma comu dessas), uma fã entrou pedindo para não a apedrejarmos, porque ela era uma fã sensata, que sabia aceitar críticas. Bom, como sempre fazemos, recebemos bem os fãs legais. Yolanda, novamente, é exemplo. Até postar aqui, ela já postou. Mas isso não vem ao caso. No meio das boas vindas, essa mesma fã soltou uma frase que me fez pensar. “Os únicos fãs que ficam surtando por aí são os POSERS”. Ok… podem me chamar de velha, antiquada, mas eu realmente não entendo muito a expressão “poser”. Porque, a cada hora, usam um siginificado diferente. Pra mim, poser é, basicamente, “aquele que quer aparecer”. Mas a cada dia, vejo a palavra se afastar bastante desse significado. Atualmente, “poser” anda tomando mais um sentido de “chato”. No contexto de Twilight, então, eu fico ainda mais em dúvida. Então, eu perguntei a essa fã o que seria o fã poser.


Eis a resposta.


“Eu me refiro a eles como os falsos fãs. Aqueles que se você perguntar qual o nome do vampiro que quase matou a Bella eles não iam saber responder. simplesmente decoraram o ‘ah, o Edward é perfeito e por isso gosto de Twilight’, entende?”


 Olhei… olhei de novo, e achei até plausível. Mas, para confirmar, lá vou eu perguntar pra outra pessoa. Eis a nova resposta.


“Poser??? ahhh sei lah.. eu definiria como alguem com pouko conhecimento sobre um assunto q acha q é fodona nele. Uma pessoa q só viu os filmes e pensa q sabe tudo sobre os livros”.


Ok… relativamente parecidos… (e me fizeram entender porque me chamam de poser, sendo que nem sou fã do livro, mas também não vem ao caso). Então, estou partindo do pressuposto que o poser é esse fã. Que somente viu filmes, gostam por achar Edward lindo (-n) ou alguma outra futilidade. Mas aí, quando cheguei a essa conclusão induzida, me veio outra coisa à cabeça: tá… eu já tenho alguma experiência como hater. Desde meados de outubro eu odeio a saga. Façamos as contas… quase sete meses (opa, dá pra nascer já, hein?). O filme lançou em dezembro… quase cinco meses. Logo, eu odeio Twilight antes mesmo dos ditos fãs posers aparecerem, certo? Quer dizer, segundo a descrição desses dois fãs. Mas desde que comecei a participar das comunidades, eu vejo os surtos psicóticos dignos de Jack, o Estripador (nada contra o Jack), contra nós. Ao me questionar isso, novamente a outra pessoa se manifesta, aliás. “Mas se você for ver, esses fãs também são posers”.


E foi aí que não entendi mais nada. E chegamos, enfim, ao ponto do meu post.


Afinal… existe o fã poser? Porque, até agora, estou tentando entender porque os fãs que conversam conosco dizem TANTO sobre os benditos. Quer dizer, há um certo orgulho entre os lovers que leram o livro antes do filme estreiar. Isso é fato. E, pelo que vejo, muitos dos que conheceram a história pelo filme, para esses mesmos lovers, não são dignos de atenção. Com exceção de alguns, a maioria, para eles, é poser. Bom, eu sinceramente acho que gostar do livro por causa do filme não chega a ser um grande defeito. Eu confesso que só viciei em HP depois do primeiro filme, porque antes eu apenas lia os livros por cima. Também comecei a gostar de Senhor dos Anéis após a versão do cinema. Idem até para O Diário da Princesa. E isso não me fez conhecer os livros menos do que aqueles que leram antes. E posso dizer o mesmo de fãs de Twilight. Muitos com os quais eu me dou bem, aliás, leram o livro apenas depois do filme. E nem por isso são babuínos bobos balbuciantes em bando. Aliás, a maioria me respeita MUITO como hater.


Mas, e enquanto aos que leram antes? Bom, desses eu não conheço muito. Sinceramente. Mas 90% daqueles que me amaldiçoariam com a AIDS, se pudessem, colocam em seus argumentos “sou fã do livro antes do filme lançar. Li o livro mais de duas vezes, sei do que estou falando. Conheço bastante, beijos”. Teve até quem dissesse “sou professor de Português, Literatura, então sei do que estou falando”. Segundo a descrição de poser acima, esses fãs estariam fora, certo? Então, por que boa parte deles só faltam imitar Maria, a Louca, e nos mandar enforcar e esquartejar como ela fez ao Tiradentes? Basicamente, esses fãs nos dizem “não somos posers, então podemos xingá-los”. Pelo menos, é o meu ver. É como se eles próprios tivessem vergonha de certas atitudes daqueles que ainda não conhecem tudo da série, e fazem questão de se diferenciar.


Na verdade, para mim, eles aplaudem a atitude de nos xingar, mas por não aceitarem a idéia de que um fã pode surtar sem conhecer muito a história (porque, para eles, fã que é fã tem que conhecer até a cor da cueca que Carlisle usava durante o parto da Bella), então os categorizam como “poser”. Claro que isso não é regra. Tem muito fã que, de fato, leu o livro antes, conhece bem, e não age assim (bem como não nos xinga). Mas concordam que, no fim, tanto o dito fã poser quanto o dito fã correto são farinha do mesmo saco? Continuam surtando, não acreditando que podemos odiar a série, nos dando mil doenças sexualmente transmissíveis, desejando nossa morte dolorosa e solitária. Independente de ser fã antes, durante ou depois do filme. Segundo a segunda pessoa, isso é ser poser também. Mas, pra mim, não é ser poser. Porque ninguém consegue me explicar o que diabos é isso. Isso, pra mim, significa que não tem fã poser. Tem é fã alienado, independente do grau de conhecimento sobre a série. Fã que não aceita críticas, por mais que os erros dos livros estejam gritando aos seus olhos. Fãs que não gostam de ver que nem todos possuem os mesmos gostos que eles, e por isso xingam até a tetratetravó dos haters. Isso, desculpa, não é ser poser. É ser sem-noção mesmo. Por isso, pensem muito bem antes de vir nos criticar e dizer que não são posers. Isso não vai aliviar EM NADA pro lado de vocês. Aliás, pra mim, Lily, só vai me dizer uma coisa. Vocês são hipócritas e não viram isso ainda.


Lily


Extra! Extra! Mais uma fã sensata, EXTRA!

Bem… antes de começar, aviso. O POST NÃO É NOSSO! Na verdade, o post não é de ninguém dos Leões, ou então de algum hater aleatório. O post é de uma menina chamada Yolanda, postado originalmente no blog dela (endereço abaixo).  Uma fã de Crepúsculo que convive conosco nas comunidades haters do Orkut. Isso mesmo que você leu. FÃ QUE CONVIVE COM A GENTE NAS COMUNIDADES HATERS DE ORKUT! (A utopia é possível… só que aí não é utopia, comofas?). Yolanda, na verdade, veio MAIS DO QUE BEM A CALHAR no dia de hoje. A equipe já estava querendo que um fã viesse postar em nosso blog (não uma fangirl ou fanboy que nos xingaria até a décima geração, mas alguém educado que SABE argumentar e ponderar as coisas), para mostrarmos que não, não somos “mentes limitadas”, como, por coincidência, fomos chamados hoje.  Temos relações amigáveis com fãs, nos damos bem, e queremos discutir a série num nível considerável. Yolanda me mandou um scrapp hoje (porque sim, meus amados leitores, Yolanda é minha amiga) me contando sobre seu post. Quando terminei de ler, fiz uma reunião extraordinária no chat e decidimos que estava mais do que na hora desse post vir, e que Yolanda seria perfeita para isso. Por isso, todos os créditos a essa fã incrível. Yolanda, bem vinda a equipe!

Divirtam-se

Equipe Twilight Haters Brasil

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E então o leão se apaixonou pelo cordeiro… (post postado originalmente em http://justanothersillyplace.blogspot.com, blog da Yolanda)

Como já foi dito no post de High School Musical e afins, essa é a minha opinião e eu tenho total direito de expressá-la. Ela pode ser diferente da sua, mas não está errada. Não gostou? Comenta aí. Apenas trate de usar os princípios básicos da educação e será muito bem vindo.

 

Então, vamos falar de Stephenie Meyer e sua obra. Para quem não sabe, ela é a escritora da série de quatro livros Crepúsculo. Mostrarei aqui os defeitos e qualidades de sua história a meu ver. Antes, porém, faremos uma breve introdução a essa autora.

Seu nome de solteira é Stephenie Morgan. Nasceu na véspera de Natal de 1973 em uma rígida família mórmon ao lado de três irmãos e duas irmãs. Passou sua vida em Phoenix, assim como a personagem Bella Swan de seu best seller Crepúsculo. A história do livro se originou de um sonho de Meyer, atualmente com 35 anos. Esse sonho retratava um casal que discutia seus problemas amorosos, sendo o principal o fato de o rapaz ser um vampiro sedento pelo sangue de sua amada. Desde então, a fama de Meyer deixou os cactos do Arizona e se alastrou pelo mundo inteiro, até chegar aos dedos queimados de chapinha da escritora desse blog. He.

 

Se a história dela é boa? Não diria que é ótima, mas até o final de Eclipse, é legal. Legal por causa do amor impossível, legal por causa dos personagens, legal por causa das lendas. É claro que existem grandes epic fails durante esses três volumes – o fato de Edward brilhar como lantejoula é um desses. Mas que se dane, eu disse a mim mesma ao ler a passagem bizarra do capítulo treze. Comparada com esse pequeno defeito, a série é ótima.

 

Errado. Felizmente, conheci um grupo de pessoas chamado Twilight Haters. No blog deles (aka nosso)há várias matérias que explicam por que a série não é tão boa quanto pensam que é. Se você é um fã de Twilight, vale à pena visitar e enxergar as coisas de outro ângulo. Se não gostou, use o bom cérebro que Deus lhe deu e deixe o site sem barraco.

Enfim… Um dos principais erros apontados por eles é Stephenie Meyer. Depois de ler muitos artigos, reler trechos do livro e usar a velha peneira do senso crítico, decidi fazer esse post apontando os prós/contras que eu vi em Meyer. Vamos lá.

 

O primeiro deles é a própria a escrita. Stephenie Meyer não é a melhor autora do mundo – falta de descrição e repetição são suas marcas registradas. Por exemplo: eu nunca consegui imaginar Edward Cullen direito! “Perfeito” é a característica favorita que Meyer atribui a esse personagem. Dizer que alguém tem um rosto perfeito não é a mesma coisa que dizer “ele tem um rosto de rato” ou “um rosto de bulldog”. Exemplos bizarros, eu sei, mas eles mexeram na sua cabeça sim. Perceba que você consegue facilmente imaginar alguém com cara de rato ou bulldog – afinal, esses são animais conhecidos por qualquer ser humano. Mas será que você consegue imaginar um rosto perfeito? Talvez você consiga – Orlando Bloom, Brad Pitt, o diabo a quatro. Contudo, se você comparar o rosto que você imaginou com o rosto que seu colega imaginou, verá que não são os mesmos personagens. Isso porque a perfeição é algo subjetivo ou até mesmo inexistente, ao contrário de um rato ou bulldog. Se Meyer tinha uma idéia de perfeição formulada em sua cabeça, que pelo menos a detalhasse! Sobrancelhas grossas, nariz aquilino, pinta no queixo, espinafre grudado no dente, whatever.

 

A repetição é outro defeito. Durante a série, você pode ler várias passagens de Bella descrevendo o sorriso torto de Edward, o jeito como Bella se sente “dazzled” na presença de Edward e as paradas respiratórias de Bella ao ver Edward. Todos esses trechos são descritos com as mesmas velhas palavras e expressões. Inúmeras maneiras de se descrever um sorriso, um olhar, um sentimento. Inúmeras figuras de linguagem para tal feito. Todas escoando pelo ralo.

 

Outro ponto que observei na escrita da Meyer é que tudo é muito… Meloso. Isso não chega a ser um defeito – é apenas o estilo dela – mas é bom apontá-lo. Leão e o cordeiro? A vida antes de você era como um céu sem estrelas? Cuide do meu coração, eu o deixei com você? Parecem aquelas frases que vem na embalagem de Serenata de Amor. Elas podem fazer o tipo de muitas, mas eu, sinceramente, me mijaria de tanto rir e daria um double roundhouse kick na cabeça dele. Não sei como conseguiria fazer essas duas coisas ao mesmo tempo, mas eu faria.

 

Também tem o quesito verossimilhança. Por exemplo: Bella Swan, após todo aquele sofrimento em New Moon, aceita Edward de volta. Isso NUNCA aconteceria na vida real – a garota estaria ferida demais para recebê-lo de volta, ainda mais depois de conhecer um cara que a fazia muito mais feliz (leia-se: Jacob). Não digo que isso contraria a natureza da personagem – para mim, isso contraria a natureza da própria mulher.

Outro exemplo é no final de Eclipse, quando Bella trai Edward com Jacob. As circunstâncias do beijo foram apresentadas e eu até mesmo cheguei a compreendê-las. Mas me responda uma coisa: será que o seu namorado compreenderia? Independente de ser calmo e tranqüilo, ele com certeza não entenderia. Isso faz parte da própria natureza do homem e Edward, ao acolher Bella de volta, foi extremamente bizarro. E olha que ele já tinha sido chifrado no começo do livro!

 

Todos esses defeitos – descrição falha, repetição, romance meloso e falta de verossimilhança – são pequenos em comparação ao principal defeito de Meyer – defeito que prova que ela não é a próxima JK Rowling, como diziam os jornais. Meyer, apesar das tentativas, não conseguiu aproveitar toda a sua trama. A saga acabou com pontas soltas e elementos não aproveitados. Ela poderia ter escrito muito mais de quatro livros se quisesse, como fez JK Rowling. JK Rowling iniciou Harry Potter com um enredo quase bobinho – um garoto órfão que vai para uma escola de magia – e foi evoluindo até tomar proporções fantásticas. E a Saga de Crepúsculo, evoluiu? A única coisa que evoluiu foi o romance dos personagens, que se tornou mais denso e forte, alheio aos outros elementos da história. Peço desculpas pela comparação com Rowling – comparar um escritor a JK Rowling é uma tremenda maldade, como fez Stephen King. Mas para exemplificar essa falta de aproveitamento, vou apontar os defeitos e qualidades que eu vi em cada volume da série Twilight.

 

Twilight, o primeiro volume, começou com o romance perigoso de Edward e Bella. Eu adorei as cenas de romance que, apesar de melosas, eram bem “adolescentes”. Contudo, comecei a perceber que o antagonista não aparecia na história e isso me deixou um pouco frustrada. Se James tivesse aparecido antes, intercalando as cenas de romance com ação, Twilight talvez atingisse o público com testículos. Conheço alguns garotos que gostam de Twilight, mas em comparação com as garotas, eles estão em um número baixíssimo.

 

New Moon foi um fail a meu ver, com a exceção dos lobisomens e Volturis. Eu odeio personagens que se deixam levar por namoros. Acho totalmente certo ficar mal por um período de tempo de acordo com o grau do relacionamento, mas eu não acho certo pôr sua própria vida em risco para ouvir a voz do seu companheiro na sua cabeça. Entrar num bar de beco, dirigir uma motocicleta a toda velocidade, pular de um penhasco. Que merda é essa? Onde estava Bella Swan, a garota madura de Twilight? Como amar ao próximo se não consegue amar a si mesma?

 

Quando New Moon acabou, porém, eu estava ansiosa para Eclipse por conta dos lobisomens e Volturis. Tinha um pé atrás por causa daquele negócio do casamento que – apesar de nunca ter entendido realmente essa proposta – me deixava um tanto desconfortável. Felizmente, fiquei muito satisfeita com Eclipse. Stephenie nos revelou mais sobre o passado dos Cullen, lendas da tribo Quileute, toda a tensão entre Bella/Edward e cenas de ação bem melhores do que as dos outros livros. O que me deixou chateada foi o fato de que os Volturi, mais uma vez, não apareceram muito.

 

Ah, eles vão aparecer muito em Breaking Dawn, tenho certeza, pensei com os meus botões. Passei dias assistindo as festas de lançamento dos Estados Unidos, aquelas com a participação de Stephenie Meyer e Blue October; passei dias assistindo os lançamentos em livrarias, onde centenas de fãs circulavam pela loja enquanto faziam a contagem regressiva. Um, dois, três, fudeu! Mal elas sabiam o grande epic fail que Breaking Dawn viria a ser.

 

Não vou mentir: na época que li Breaking Dawn, eu gostei. Não gostei tanto, mas gostei o suficiente. Graças a Deus eu tenho uma visão mais crítica hoje em dia e, lembrando da minha leitura de BD, escreverei a minha opinião sobre o último volume da saga Twilight. Antes tarde do que nunca.

Os primeiros capítulos pareciam extraídos de uma fanfic. Depois de saber da gravidez da Bella, a narração muda para o ponto de vista do Jacob. Se eu gostei? Não. Apesar de adorar dos lobisomens, aquela narração do Jacob foi infernal – todo aquele melodrama já estava me enchendo o saco. Ao final do livro de Jacob temos a descrição do parto, algo bizarro e nojento que, por algum motivo, eu até que gostei. A narração parte para a Bella e sua nova visão de recém nascida. Não entendo até hoje por que ela era imune a todas as limitações de bebês vampiros. Anyway… Os Cullen descobriram que os Volturi estavam vindo para ver o bebê – nomeada de Reneesme – e eles organizaram um exército com uma pá de vampiros X-Men. Essa foi a melhor parte do livro – todos aqueles poderes, todo aquele suspense. Aí os Volturi chegaram, tomaram um chá, foram embora e o livro acabou com uma pré cena de furunfa entre Bella e Edward.

 

MEEEEEEEEEEEEEEUS OLHOOOOOS! Não consigo achar uma razão de existência para Breaking Dawn. WTF, como Meyer teve a coragem de terminar a série desse jeito? Para não falar o pequeno tamanho do livro, um volume de 700 páginas, cada uma guardando bizarrices saídas de fanfics podres.

 

E depois de tudo isso você deve pensar que eu odeio Twilight. Não, não odeio. Foi bom enquanto durou – você sabe, o período Twilight – Eclipse. Aprendi muito com os defeitos e qualidades da Meyer e guardo um enorme respeito por ela. Afinal, escrever “o maior fenômeno literário desde Harry Potter” não é para qualquer um.

 

Talvez essa seja a maior qualidade de Meyer: ela soube escrever para as massas. Soube captar todos os desejos e medos desse público e passou para o papel. Aplaudo essa autora de pé, se um dia chegar a vê-la.

 

E se você, fã de Twilight, se sentiu injustiçado em algum ponto desse post, fique a vontade para comentar. Apenas trate de argumentar com educação e será muito bem vindo. Argumentos como faça um livro, faça melhor não serão levados em consideração. Só para deixar claro, escrevo desde os meus doze anos e tenho duas histórias completas, Times New Roman, 12, cada um com mais de cem páginas, uma delas registrada na Biblioteca Nacional. Se as histórias são boas? O tanto quanto uma pré-adolescente sem diploma da Brigham Young University poderia ter. Então, antes de vir me falar baboseiras como essa, tenha isso em mente.

 

Bom, pessoal, é isso por hoje. Beijos! E não deixem de comentar! ;*

Yolanda

————————————————————————————————————————————————-Fotos do post não foram colocadas para que a autora do post possa se sentir livre para editar esse post como quiser. Manti apenas o original do texto, não mudei uma palavra.


Verossimilhança e Twilight

Verossimilhança: a razão de Twilight ser ridículo

“A nível de análise de narrativas, a verossimilhança é verificável na relação causal do enredo, isto é, cada fato tem uma causa e desencadeia uma conseqüência.”

(VILARES GANCHO, Cândida; Como Analisar Narrativas, Editora Ática)

Verossimilhança é um dos tantos termos literários difíceis de se definir, embora indispensável a qualquer obra comum, além de ser a fonte de existência das obras de ficção/fantasia. Já foi mencionado neste mesmo blog a verossimilhança no seu sentido de coerência nas ações de determinados personagens no delicioso post sobre os Digimons, agora será analisada sua veracidade ou a total falta dela no enredo da obra.

A princípio, vamos buscar uma definição: toda obra segue uma lógica em suas ações, tanto de causa quanto de conseqüência. Se você cria um mundo de fantasia ou ficção em qualquer sentido, você define regras a ele assim como parâmetros a serem seguidos por seus personagens. Só porque você criou um mundo de fantasia, não quer dizer que absolutamente tudo seja possível nele, cabe ao escritor explanar o possível e o impossível de forma satisfatória.

 

Existem diversos mundos de ficção e fantasia na literatura, mas todos eles seguem regras pré-estabelecidas pela própria obra em si. Se o autor cria um mundo em que pessoas podem voltar da morte, tem a obrigação de dar uma explicação para isso, criar uma condição que possibilite que alguém volte da morte somente segundo esses meios. Isso é criar regras para seu próprio universo imaginativo que, uma vez quebradas pelo autor, prejudicam toda unidade da obra.

“Tanto na representação dos caracteres como no entrecho das ações, importa procurar sempre a verossimilhança e a necessidade; por isso, as palavras e os atos de uma personagem de certo caráter devem justificar-se por sua verossimilhança e necessidade.”

(ARISTÓTELES; Arte Poética; Martins Fontes)

 

Vejamos agora a verossimilhança na série Crepúsculo. S. Meyer como autora tem todo direito de distorcer o histórico dos vampiros e transformá-los em bichas cintilantes criaturas que em vez de morrer ao serem expostos ao sol, brilham. Imaginação, criatividade e uma mente doentia são capazes de tudo. Mas qual a explicação que ela nos dá para esse feito impressionante e absurdo? Existe no livro alguma razão para que eles sejam tão diferentes de todos os vampiros já mostrados na literatura mundial, clássica ou não? É aceitável sim que esse ‘detalhe’ não tenha sido explanado em um primeiro livro, preocupado demais em narrar seu enredo (?) focado apenas no amor de Bella e Edward, mas 4 livros e meio depois, quem pode aceitar o fato disso não ter sido pelo menos citado, como se ela pudesse mudar tudo que se sabe a respeito de vampiros e sequer dar uma explicação plausível para isso mas Meyer está acima de todas as regras da teoria literária não é mesmo, teoria é para os fracos.

 

Para aumentar a revolta, temos o caso dos lobisomens. Seres conhecedores de suas lendas e histórias de geração a geração por décadas, séculos talvez, lobisomens por 4 livros até que no final de Amanhecer, Edward Cullen decide que tudo que havia sido dito sobre os lobos desde o livro um está errado, que na verdade eles não são lobisomens: são transmorfos, e que nem os lobisomens que não são lobisomens sabiam disso. WTF MEYER? Ela realmente espera que achemos normal que o Edward tenha ‘esquecido’ de mencionar isso durante 4 livros e mais de 2 anos na cronologia da história? Verossimilhança existe Meyer, por um bom motivo.

Muitos outros parâmetros foram definidos ao longo dos livros, como o fato de que a sede dos recém nascido está além de qualquer outro sentimento que possam ter: é seu instinto. Jasper ilustra bem essa luta interna contra a sede, mesmo aos 150 anos de idade ainda possui alguns problemas para lidar com isso. Outra prova de tal fato é a personagem Bree, que surgiu no fim de Eclipse com o único intuito claro de mostrar a Bella como era a existência, a sede e o descontrole de um recém-nascido. Não foi o histórico de vampiros da literatura mundial que definiu isso, foi Stephenie Meyer. Em Amanhecer quando Bella finalmente se torna uma vampira, o que vemos, no entanto, é uma recém-nascida que tem mais controle sobre a sede do que Jasper em seus 50 anos tentando ser ‘vegetariano’. Vemos uma Bella que não só consegue controlar a sede, mas que pode abraçar seu pai HUMANO quando nem mesmo alguns dos Cullen com décadas sendo vegetarianos conseguem. O que vemos é Meyer quebrando suas próprias regras, mandando a verossimilhança para o inferno e escrevendo um livro sem causas nem conseqüências, sem planejamento e sem estrutura. Medíocre sim.

 

“De preferir às coisas possíveis, mas incríveis, são as impossíveis, mas críveis; contudo, não deveriam os argumentos poéticos ser constituídos de partes irracionais; preferível seria que nada houvesse de irracional”

(ARISTÓTELES, Arte Poética, Editora Martins Fontes)

Ou seja, se for criar um mundo de fantasia, não pense que ‘pode fazer o que quer porque o livro é seu e a história é sua’. Tudo que fizer tem que fazer um sentido na história, ou então é melhor que nem se aventure a escrever uma obra de ficção/fantasia senão vai ser uma merda igual a da Meyer.

Voltando a Crepúsculo, ‘conseqüência’ é uma palavra que não faz parte do vocabulário da Meyer. Toda amargura da personagem Rosalie é explicada (segundo o livro) pelo fato de que virar vampira a privou de todas as realizações humanas que apenas humanos podem ter (isso segundo o próprio livro). Um casamento digno, ter filhos, ficar próximo a família e pessoas que ama. Todos esses itens são mostrados a Bella como sacrifícios que ela teria que fazer ao escolher a imortalidade. Um preço a ser pago pela vida eterna. Mas Bella que aceita o sacrifício é de alguma forma punida por essa escolha? Casamento de princesa: confere. Ter uma filha com um vampiro: confere. Ficar perto de todos que ama, inclusive Charlie e a tribo Quileut: confere.

Outro fator que atesta a total falta de verossimilhança na obra: Bella engravida. Dispensa comentários.

“Mesmo sendo inventados, o leitor deve acreditar no que lê. Esta credibilidade advém da organização lógica dos fatos dentro do enredo. Cada fato da história tem uma motivação (causa), nunca é gratuito e sua ocorrência desencadeia inevitavelmente novos fatos (conseqüência).”

(VILARES GANCHO, Cândida; Como Analisar Narrativas, Editora Ática)

Outros exemplos do quão Twilight consegue ser inverossímil:

=> Os Cullen fazem o possível para não atrair a atenção, tanto que os 4 Cullen ‘filhos’ vão para escola no mesmo carro, um Volvo, carro relativamente popular e não muito caro. Em Amanhecer Edward dá a Bella um Mercedes Guardiã que “nem havia sido lançado na Europa ainda”, um mês depois dá a ela uma Ferrari que ela sequer dá importância.

=> Edward compra um Porsche amarelo para Alice. Não só deixa de lado a regra que ele mesmo criou de não chamar atenção, como também nos deixa a pergunta: porque diabos Edward tem mais dinheiro que Alice se nenhum trabalha e ambos são queridinhos de Carlisle?

=> Bella é mostrada como madura e racional no inicio do livro, a adolescente que cuidou da mãe crazy e que quer cuidar do pai solitário. Qual a maturidade das ações irresponsáveis de Bella? Ir em direção aos homens desconhecidos numa rua escura, andar de moto pelo perigo, namorar escondido (sendo que o pai sequer é contra o namoro) e tantos outros atos estúpidos.

=> Charlie morou sozinho durante anos, mas depois da chegada de Bella ela é mostrado como alguém totalmente dependente dela até para cozinhar e cuidar da própria roupa.

 

=> Bella se mostra incapaz de ficar de pé com sucesso em 3 livros explanando o quanto ela é desastrada, daí vira vampira e descobrem que o dom de Bella é nada mais nada menos do que ser uma protetora. WTF?

=> Alec e Jane Volturi são mostrados como o auge do poder entre os vampiros, na hora da batalha final Bella não só consegue ‘segurar’ os dois ao mesmo tempo, como ainda dá risinhos desaforados para a Jane. Ainda não acredito que li isso.

=> Para se tornar um vampiro são três dias de sofrimento insuportável. Bella sofre por dois dias e é tão suportável que ela se mantém quieta só para não preocupar o Edward. Isso era para ser romântico?

=> Edward durante toda série consegue ler a mente de todos os personagens, sendo que o que torna Bella diferente dos outros é exatamente o fato de que a mente dela o vampiro não consegue ler. Isso é o que é dito em todos os livros, mas em Sol da Meia Noite, Edward dá a entender que nunca leu a mente de Charlie, ele apenas tinha impressões sobre o pensamento do sogro.

Outras falhas na narrativa se mostram mais grotescas como quando Jacob se liberta do bando de Sam, nesse momento é mostrado que dois bandos diferentes não podem se comunicar através de pensamentos, portanto nenhum lobo ouvirá as mentes de Jake e seu bando. Tanto isso se mostra verdade como Leah adere a causa por causa desse privilégio. Muitas páginas depois quando a falta dessa comunicação dificulta a vida de Meyer ao narrar os preparativos para a ‘guerra’ (?) ela simplesmente resolve que um alpha pode ouvir a mente do outro sim, é que os alphas não sabiam disso antes.

E agora uma das únicas regras que Meyer apresentou claramente como ‘regra’. Em Amanhecer, Jacob pergunta a Carlisle se o veneno de vampiro poderá salvar Bella, o doutor responde que “já viu o veneno de vampiro fazer milagres”. Para ilustrar chegam a citar Esme, que tinha o corpo parcialmente mutilado depois de cair de um precipício e ainda assim consegue ser salva. A única regra existente, a única exigência/condição para que a pessoas seja salva pelo veneno de vampiro é que o coração esteja batendo quando a vítima for mordida. Mas quando finalmente Edward mordeu Bella, seu coração já havia parado de bater.

“- Você acha que existe alguma chance dela fazer isso? Digo, como um vampiro e tudo mais. Ela contou sobre… sobre Esme.”

– Eu diria que ainda tem uma chance neste ponto,” ele respondeu calmamente. “Eu tenho visto veneno de vampiros fazer milagres, mas tem situações que nem o veneno pode superar. Seu coração está trabalhando demais agora; se ele falhar… não haverá nada que eu possa fazer.”

(MEYER, Stephenie, Breaking Dawn

“Eu não olhei pra ele nem para a coisa. Eu só olhei Bella enquanto seus olhos rolavam pra trás.

Com uma última batida fraquinha, seu coração falhou e ficou em silêncio.”

(MEYER, Stephenie, Breaking Dawn)

Todos esses exemplos (assim como tantos outros não citados), são falta de verossimilhança na obra da Meyer. O livro é dela, os vampiros são dela, mas não, ela NÃO pode fazer o que quiser com eles. Ela precisa de explicação lógica, causa/conseqüência para deixar a obra verossímil ou a série nunca sairá da mediocridade que é. Lembrando as fangirls que não são minhas regras ou da lenda vampiresca que rege todas as outras histórias sobre esses seres das trevas, são as regras criadas pela própria Meyer que ela tem que seguir. Parâmetros esses que ela está ignorando completamente.

“Os fatos de uma história não precisam ser verdadeiros, no sentido de corresponderem exatamente a fatos ocorridos no universo exterior ao texto, mas devem ser verossímeis.”

(VILARES GANCHO, Cândida; Como Analisar Narrativas, Editora Ática)

Essa não é a opinião dos haters, Meyer. É a opinião de Aristóteles e da Teoria Literária. Você também está acima disso?

 

 

By: Venenosa

 

 

 

 

 


Se alguém duvida…

ATÉ O GOOGLE É HATER! E ama Harry Potter pelo visto

Vejam isso e comprovem vocês mesmos…

Sobre Harry Potter...

Sobre Harry Potter...

Agora, vejam o que ele diz sobre Twilight…

... e sobre Twilight!

... e sobre Twilight!

Depois disso, preciso dizer mais alguma coisa?

Lily & Venenosa


Por que Paramore?

Vamos começar tudo do começo.

Twilight é, predominantemente, um livro. Este péssimo livro  foi lançado no ano de 2005, pela escritora Stephenie Meyer (como todos nós sabemos). Apesar de ter sido lançado há um longo tempo, a febre de ser um Cullen começou apenas quando a adaptação cinematográfica estava por vir. Por quê?

Antigamente, os adolescentes costumavam adquirir revolta e exclusão social, isso por conta da fase de crescimento que os convém à esta altura. Porém, recebiam um preconceito incontrolável só porque gostavam de RPG, animes e afins. Hoje, só porque uma medíocre escritora escreveu um livro que retrata um vampiro perfeito, as adolescentes querem um namorado do tipo e os adolescentes querem ter personalidade e aparência iguais às de Edward Cullen. A lavagem cerebral começou. 

Oi, estou na moda, beijos

Oi, estou na moda, beijos

Paramore – Decode é a música que escolhida para a trilha sonora do filme Twilight, como todos nós sabemos. Isso porque o livro gerou muito sucesso mundialmente; sendo assim, muito dinheiro circulou. Nos Estados Unidos, $35.7 milhões foram arrecadados durante a estréia.

Por que tamanha empolgação entre os fãs? Seja uma das opções: a banda, Paramore, está com destaque cada vez mais abundante. Está claro demais que para um filme de censura 12 anos deve existir uma trilha sonora que acompanhe isto. Muito embora “Sangue&Chocolate” fora lançado em 2007 com Stand My Ground – Within Temptation como trilha sonora, sendo os dois de quase a mesma fonte. O filme não fez sucesso, isso porque a banda não tem tanto destaque como Paramore.

A mídia tem poder soberano em qualquer um, muito embora seu público-alvo seja o adolescente. Rótulos são inventados a cada instante, e eles são quase obrigados a segui-los de tal maneira que o conhecimento prévio do tal seja completamente ignorado, e ele abre sua mente para conhecer novas merdas coisas (em outras palavras, a mídia).

“Paramore estava na lista de top 10, então vamos colocar isso mesmo! ”

 Todavia, ainda existem adolescentes conscientes o suficiente para ter o conhecimento básico  nós, ou mesmo os lovers conscientes de que rótulos não servem para seguir, e sim pisados ou deixados de lado. Alguns sabem que top 10 da caprixo ou da revista Veja é top merda, outros apenas aceitam isso como lista de melhores livros ou músicas.

Porém cada um tem sua opinião a maioria de merda e não podemos fazer ninguém mudar de idéia, mas conscientizar é possível. Paramore não foi escolhido por ser uma banda boa, e sim para dar mais audiência ao filme. Isso porque os cinematográficos estavam com insegurança antes de fazê-lo. Se eles estão com insegurança, será que o filme é realmente bom? E mais, será que o livro é realmente bom? Pense nisso.

Júlia Caroline


Queimando os sutiãs…

Só para começar: não, eu não sou feminista. Na verdade, não sou muito fã de ideologias extremistas. Elas costumam ser perigosas, se aplicadas ao pé da letra. Mas, como mulher do século XXI, não posso deixar de me incomodar com algumas atitudes bem machistas que ando vendo por aí. Digamos que eu luto por igualdade, apenas, entre homens e mulheres. E por isso o artigo.

Então comecemos.

Há certas coisas na série de Meyer que me chamaram a atenção quando eu li (sim, meus amores, eu li). Uma delas é a maneira como as mulheres são retratadas nos livros. Afinal, é um livro com uma protagonista feminina, escrito por uma mulher, certo? É, até esse ponto sim. Quando eu peguei o livro para ler, eu esperava ver uma visão feminina sobre a vida e sobre a história dos vampiros. Confesso que até fiquei empolgada com a idéia.

Até terminar de ler Crepúsculo.

Quando li a última página do livro, confesso que estava me sentindo um tanto… incomodada. Nem tanto pela história ruim, ou pelo tédio, ou pelos personagens chatos. Mas pela forma como as mulheres daquele livro se comportavam. Pela forma como BELLA, a protagonista, se comportava. Eu fiquei MUITO incomodada (cof-ofendida-cof). Sentia como se estivesse lendo uma história do século XVIII. E nada contra os livros daquela época (nada MESMO), mas bem… estamos em 2009. A história se passa no nosso século. E foi aí que comecei a raciocinar comigo mesma. Ok, Stephenie Meyer já declarou que se inspirou nela mesma para fazer a Bella. Logo, significa que ela se comporta como a Bella. Concluindo: ela se comporta como uma mulher do século XVIII. Ok, eu sei que boa parte disso se deve ao fato de Meyer ser mórmon. Nada contra os valores e a religião dela. Mas quando se escreve um livro, creio que os valores e crenças do autor não devem interferir na história (pelo menos não TANTO), tendo em vista que irá influenciar muitos leitores que ainda estão formando caráter. Mas no caso de Twilight, nem precisamos dizer que os valores estão mais do que claros.

Bem, sobre Twilight ser machista, racista e outras coisas, nem vale a pena discutir no momento. Há imensos e bons artigos logo abaixo, falando sobre o assunto. Hoje, acho que seria melhor mostrarmos como as mulheres mudaram em todo esse tempo, e como se tornou decididas, livres, donas de seus próprios prazeres e vontades, e pouco a pouco estão alcançando sua independência e igualdade com os homens. Acho válido mostrar a luta de tantas mulheres que morreram por essa causa, para que hoje pudéssemos ser mais do que dona de casas reprodutoras. E claro, também mostrar como Meyer é retrógada e influencia as garotas a também serem.

Uma discussão digna em pleno 8 de Março, não é mesmo?

Muito bem, acho melhor começarmos do início.

Por incrível que pareça, mulherada, o primeiro a defender nossa igualdade perante o sexo masculino foi um homem. Isso aconteceu em 1529, quando Cornélio Agripa lançou o seu livro, De Nobilitate et Praecellentia Feminae Sexus (Da Nobreza e Excelência do Sexo Feminino). Mas por que, em plena decadência da Idade Média, Agripa, HOMEM, resolveu lançar essa obra? Bem, a razão foi simples. Durante a Idade Média propriamente dita, havia o conceito, defendido principalmente pela Igreja Católica, de que a mulher era “naturalmente inferior” ao homem. Notem o “naturalmente”. Trata-se de uma questão física, de nascimento. A mulher, segundo a Igreja, havia sido criada para ser inferior ao homem, e por isso, por exemplo, não poderia exercer cargos de sacerdócios, que eram os mais altos da sociedade da época. A maior prova desse conceito foi dado por São Tomás de Aquino, quando questionado porque o escravo podia ser sacerdote, e a mulher não. A resposta foi essa: “o escravo é ‘socialmente inferior’, enquanto a mulher é ‘naturalmente inferior'”. Ou seja: não importava a condição social que a mulher teria naqueles tempos. Ela nascera para ser inferior aos homens, e por isso jamais poderia exercer cargos como o dele.

Até em uma atitude de reação aos ideais da Igreja, que punham Deus como o principal responsável pela condição feminina (criando-as como inferiores do homem, desde a época de Adão e Eva), os humanistas começaram a contrariar esse dogma, começando por Agripa. Aí vocês me perguntam “Por que foi um homem que iniciou os movimentos, e não uma mulher?”. Bem, a resposta é um tanto óbvia. Devemos lembrar que, se havia o dogma de natureza inferior da mulher, elas eram educadas sob esse ponto de vista, acreditando que, de fato, eram inferiores aos seus maridos, irmãos, pais e filhos. Em uma sociedade praticamente estagnada como a medieval, era necessário que um representante do dogma vigente fosse o primeiro a quebrá-lo, para que, assim, despertassem nos outros afetados a vontade de lutar contra. Talvez Agripa não tivesse pensado no que o seu livro influenciaria, mas a partir de então, diversos movimentos isolados em relação às mulheres começaram a aparecer.

Aquele que iniciou tudo...

Aquele que iniciou tudo...

As grandes precursoras

As primeiras mulheres que defenderam o feminismo, consideradas, por isso, as precursoras do movimento, viveram no século XVII, todas na Itália. O fato de serem italianas não surpreende. Como bem sabemos, o movimento começou por Agripa, um humanista. E que país foi o berço do Humanismo? A Itália, terra dos grandes mecenas e, logo em seguida, do Renascimento.
 De destaque, podemos falar de três mulheres, grandes intelectuais de Veneza. É até estranho pensar que, naquela época, já existisse intelectuais femininas, mas foram como despontaram, mostrando, desde já, uma aversão à ordem estabelecida da época. Seus nomes foram Lucrécia Marinelli, Moderata Fonte e Arcângela Tarabotti.

Lucrécia Marinelli foi responsável pela obra La Nobilità e l’Eccelenza delle Donne (A Nobreza e a Excelência da Mulher), publicada em 1601. Nesta obra, Lucrécia defendia a igualdade dos dois sexos, usando como argumento a importância da mulher durante toda a história da civilização. Imagino que tenha sido um desafio e tanto para Lucrécia. Bem sabemos que, durante toda a história da civilização, o modelo mais comum foi o patriarcal, onde o homem era quem controlava as principais funções em relação à família e à vida, enquanto a mulher era renegada a funções dita inferiores. E mesmo assim, a autora conseguiu mostrar que, mesmo com funções inferiores na maior parte das sociedades, a mulher é importante na vida humana e na história.

Já Moderata Fonte foi a responsável pela obra Merito delle Donne (Valor da Mulher). Ao contrário de Lucrécia, Moderata fez um estudo a partir da mulher com a qual convivia, e que ela, de certa forma, era. O Valor da Mulher retratava a vida das donas de casa do século XVII. Através de uma personagem, Moderata mostrava como as mulheres eram tratadas como “animais encurralados entre paredes”. A razão para se sentirem assim se dava, sobretudo, ao casamento. Foi uma grande ousadia de Moderata na época, ao desafiar a ordem matrimonial, que na época, parecia ser o único destino da mulher. Segundo Moderata, o casamento trazia à mulher uma desilusão tamanha, pois, em vez de atingir a liberdade pretendida com a saída da casa dos pais, a mulher se prendia em outra fortaleza, muito mais opressora, pois essa ganhava “um guardião” (o próprio marido), que lhe dizia o que fazer e cobrava dela posições e atitudes de acordo com suas vontades. Como não possuía saídas, nem recursos ou até mesmo instrução (tendo em vista que as mulheres eram educadas para serem apenas esposas e boas mães), elas se sujeitavam ao poder masculino. Essa visão já mostra a quebra do paradigma que a mulher era naturalmente inferior ao homem. Segundo Moderata, era apenas uma questão de educação da sociedade feminina da época, e criticava isso duramente em seu livro.

Para terminar, Arcângela Tarabotti. Essa foi quem mais produziu, embora tenha vivido a maior parte da sua vida trancafiada em um mosteiro. Escreveu Antisatira (Anti-sátira), Difesa delle Donne contro Horatio Plata (Defesa da Mulher contra Horácio Plata) e La Tirannia Paterna (A Tirania Paterna), todos durante os 32 anos em que viveu no mosteiro de Santa Ana, onde fora colocada pelo pai aos 16 anos. Nessas obras, Arcângela denunciou os falsos moralismos masculinos, a falta de liberdade feminina e a violência que a mulher sofria quando se desviava daquilo que se era esperado dela. Usou o seu próprio exemplo para escrever todos esses livros. Arcângela, ao ser colocada no mosteiro, foi privada de todas as escolhas que poderia ter em sua vida, vivendo em um cárcere, cercada de outras mulheres. No mosteiro, Arcângela aprendia sobre como uma mulher deveria se comportar, sobre os moralismos masculinos com os quais tinha de conviver (e obedecer, mesmo que eles não se aplicassem a ela), e a violência que sofreu por querer ser escritora. Arcângela foi obrigada a abandonar a pena de escritora e trabalhar como bordadeira. Morreu no mosteiro, em 1652.

Feminismo Iluminista

Não, o nome do tópico não é à toa. O Iluminismo foi considerado o berço do feminismo moderno, mais espcificamente, durante a Revolução Francesa. É, a Revolução não serviu só para acabar com o Luís XVI, ou então para trazer Napoleão ao poder. Assim como surgiu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, naquela época, surgiu uma para as mulheres. SIM, UMA PARA AS MULHERES! Foi em 1791, graças à Olímpia de Gouges, que escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, onde proclamou que a mulher possui direitos naturais como o homem, e deve participar do poder legislativo. Por causa disso, de Gouges foi guilhotinada em 1793, sendo que no mesmo ano o parlamente negou a igualdade política da mulher (francesas só puderam votar no século XX). Mesmo assim, se de Gouges conseguiu chegar ao ponto de criar uma Declaração de Direitos, dando a mulher mais do que espaço social, como também político, alguma coisa mudou desde a época em que Arcângela Tarabotti escrevia seus livros enquanto era obrigada a bordar.
 Isso se deve, principalmente, à entrada da mulher na escola. Sim, se deu graças ao Iluminismo. Essa frente pregava o melhoramento do ser humano (veja, do SER HUMANO, e não do homem, como muitos pensam) através da cultura. Foi então que começaram as discussões se as mulheres tinham direito à educação. Pouco a pouco, elas foram introduzidas no meio escolar, e lá adquiriram conhecimentos acerca de cultura, economia e política, dando a elas maiores esclarecimentos sobre a vida da sociedade da época. Tendo esse conhecimento, as mulheres passaram a ter maior consciência sobre seus direitos e passaram a lutar por eles, até chegar ao ponto de Olímpia de Gouges conseguir criar a Declaração durante uma turbulenta Revolução Francesa.
 Outro fator que ajudou na evolução da mulher durante a Revolução foi o fato de a maior parte dos camponeses serem mulheres. Mas como pode ter ajudado? Bem, todos sabem que a Revolução só pode acontecer porque a Burguesia conseguiu mover o povo a lutar. E como eles conseguiram essa proeza? Pedindo ajuda às mulheres camponesas. Essas eram as que mais sentiam e viam os efeitos da fome que se alastrava pela França, sofrendo para conseguir alimentos para elas e para seus filhos. Conhecendo melhor a pobreza, as mulheres foram quem pegaram em armas e saíram para os combates. Não é a toa que o símbolo da luta, durante a Revolução Francesa, pertenceu à mulher.

A Luta e a Mulher

A Luta e a Mulher

No Século XIX
 

Não preciso nem citar o quanto esse século fascina aos leitores, não é mesmo? É o século das grandes mudanças, dos grandes investimentos, dos grandes autores. Porém, em relação a mulher, o século foi um desastre. As grandes reformas políticas lutavam por direitos liberalistas, e em alguns países por igualdades nunca dantes conseguidas. Mas a maior parte dessas igualdades não incluiam as mulheres. Na Itália, por exemplo, os analfabetos ganharam direito a voto em 1912 (direito que no Brasil, para termos um parâmetro, só foi concedido com a Constituição de 1988), mas as mulheres só foram ter o mesmo direito em 1945, depois de duas guerras mundiais.
 Mas esses fatos serviram apenas para aumentar o movimento feminista. Na Inglaterra, surgiu um movimento de emancipação, reivindicando igualdade jurídica, como direito ao voto e acesso à instrução e às profissões liberais. A sociedade se vangloriava de ser liberal, mas sujeitava a mulher, privando-a dos direitos de cidadania.
 E eis que um novo membro do sexo masculino veio nos ajudar de novo.

John Stuart Mill escreveu em 1869, na obra Sobre a Sujeição da Mulher, que considerá-la um ser incapaz é marcá-la desde o nascimento com a autoridade da lei, decretando que jamais ela poderá aspirar a alcançar determinadas posições. Mill concordava com Fourier que o melhor modo de avaliar o grau de civilização de um povo é analisando a situação da mulher. Defendia, ainda, o fim da desigualdade de direitos na família; a admissão de mulheres em todas as funções; participação nas eleições; e melhor instrução. (Frei Beto)

O nariz grande não é a única coisa em comum...

O nariz grande não é a única coisa em comum...

O movimento estava crescendo, e só não cresceu mais porque, no século XX, o mundo foi palco de duas grandes guerras mundiais. O que, no caso do feminismo, não foi necessariamente ruim. Com as desolações vistas nos finais das duas guerras, as mulheres, novamente, se tornaram as principais vítimas das desigualdades. Isso apenas serviu de fogo para que um novo movimento começasse. E aí sim vemos o movimento tomar forma e se alastrar com força.

O Movimento propriamente dito

Organizadamente, o movimento só surgiu nos anos 60, nos EUA, se expadindo para o Ocidente nos anos seguintes (incluindo no Brasil). A novidade do movimento, em relação a todas as lutas anteriores, é que agoras as mulheres não pediam mais a emancipação, e sim a LIBERTAÇÃO da mulher. Qual a diferença? Vejamos o que Frei Beto, principal teórico do assunto, tem a dizer:

“Emancipar-se é equiparar-se ao homem em direitos jurídicos, políticos e econômicos. Corresponde à busca de igualdade. Libertar-se é querer ir mais adiante,  marcar a diferença, realçar as condições que regem a alteridade nas relações de gênero, de modo a afirmar a mulher como indivíduo autônomo, independente, dotado de plenitude humana e tão sujeito frente ao homem quanto o homem frente à mulher”.

Essa é a busca do feminismo atual, que todos conhecem muito bem. A mulher passa a querer ser mais do que igual ao homem em direitos. Em uma frente mais radical, busca-se a superação da mulher em frente ao homem, julgando que ela é melhor que ele em todos os aspectos. Mas essa é uma frente completamente radical, e que não será estudada aqui.

O movimento só pode se organizar graças aos acontecimentos das duas guerras e também graças a duas mulheres que souberam dar bases teóricas e filosóficas ao movimento. Já ouviram falar de Simone de Beauvoir, esposa de Paul Sartre, famoso filósofo do século XX? Pois muito bem, ela também lançou trabalhos de cunho filosófico, a maior parte de cunho feminista. O Segundo Sexo, seu mais famoso livro, retrata a pesquisa da autora em descobrir a origemda opressão feminina, analisando o desenvolvimento psicológico da mulher e as condições sociais que a tornam alienada e submissa ao homem.

Feminismo em teoria

Feminismo em teoria

Também tivemos o papel de Betty Friedman, lançando o Mística Feminina. Retomoando as idéias de Beauvoir, Friedman denunciou a opressão da mulher, que, na sociedade industrial, sofre do “mal que não tem nome” — a angústia do eterno feminino, da mulher sedutora e submissa.

Mas se vocês pensam que o movimento feminista dos anos 60 ficou na teoria, estão muito enganados. Vejamos o que as teorias de Beauvoir e Friedman causaram pelo mundo.

 A Queimada dos Sutiãs (Bra-Burning, 1968)

FOGO!

FOGO!

 

Ah, o porquê do post ter esse nome. Sim, o episódio aconteceu, embora, para a decepção de alguns (e minha, inclusive, confesso), nenhum sutiã tenha sido queimado. Mas o movimento ganhou tantas proporções que as lendas dos sutiãs na fogueira se alastrou pelo mundo, fazendo mulheres começarem a lutar por seus direitos, incentivadas pelas americanas que queimaram seus próprios sutiãs.
 A história começa com a edição de 1968 do Miss America, que ocorreria no dia 7 de setembro de 1968. Incendiados pelo clima de protesto que envolvia 1968, cerca de 400 ativistas do WLM (Women´s Liberation Movement – Movimento da Liberação Feminina) resolveram protestar, pois viam a escolha da americana mais bonita como uma arbitrária da beleza e opressiva às mulheres, por causa de sua exploração comercial. Dessa forma, sutiãs, espartilhos, sandálias, saltos altos, laquês, cílios postiços, maquiagens, revistas e quaisquer outras coisas que falassem ou retratassem a beleza exigida naquele tempo foram jogadas ao chão pelos membros. Foi quando alguém sugeriu o tão famoso fogo. Porém, esse não aconteceu, porque o local, que não era público, não permitiu. Mas a mídia cobriu o caso tão intensamente que o movimento foi associado a outros, como o da liberação sexual e dos jovens que queimaram seus cartões de segurança social em oposição à Guerra do Vietnã. Graças a essas relações que o movimento se chamou “Bra-Burning”, sendo mundialmente conhecido (e fazendo outras mulheres queimarem seus sutiãs mundo afora, com certeza).

O Oito de Março

Vocês sabem por que hoje, dia oito de março, é considerado o Dia Internacional da Mulher? A maioria deve saber, com certeza alguma professora do primário ou do ginásio mandou pesquisar sobre a origem do dia. Porém, vamos contar como tudo aconteceu.
 No dia oito de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos nos Estados Unidos resolveram fazer uma greve. Segundo elas, o salário e as condições de trabalho eram precários, e queriam, através da greve, conseguir uma negociação com os patrões. Invadiram a fábrica, paralisaram a produção e reivindicaram melhores condições de trabalho, bem como menor jornada de trabalho e equiparação nos salários entre homens e mulheres (segundo fontes, as mulheres chegavam a receber um terço do salário dos homens, sendo que faziam uma jornada maior).
 A reação dos donos da fábrica não poderia ter sido pior. Os donos esperaram a completa ocupação da fábrica, para que, em seguida, pudessem trancar todas as manifestantes lá dentro. Atingido esse objetivo, tacaram fogo no local, não dando chance das mulheres se salvarem. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas nesse dia, e serviram de exemplo para outras mulheres que pensassem em fazer alguma greve.
 Em 1910, foi decidido, na Dinamarca, que o dia oito de março seria dedicado às mulheres, em memória daquelas que morreram lutando por melhores condições de trabalho. Mas apenas em 1975 que a data foi oficializada pela ONU. Segundo os instituidores do dia, a data servirá não só como homenagem, mas também para fazerem todos refletirem sobre o assunto. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher.

Bonito, não?

No Brasil
 
A mulher brasileira também passou pela onda do movimento feminista. As causas principais, porém, eram a luta contra a ditadura militar. Embora tivessem tido grande participação no apoio militares durante o golpe de 1964, as mulheres parecem terem tomado nova posição na década de 1970. Em 1972, o primeiro grupo de feministas formado pós-Simone de Beauvoir surgiu em São Paulo, contando com presenças como Célia Sampaio, Walnice Nogueira Galvão, Betty Mindlin, Maria Malta Campos, Maria Odila Silva Dias e, mais tarde, Marta Suplicy.
 

"Relaxa e goza"

"Relaxa e goza"

Aos poucos, o tema do feminino e do feminismo passou a ocupar fóruns nacionais de debate, como ocorreu na reunião anual da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), em Belo Horizonte, em 1975. No mesmo ano, um encontro na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, deu origem ao Centro da Mulher Brasileira. Também no mesmo ano, em São Paulo, realizou-se o Encontro para o Diagnóstico da Mulher Paulista; surgiu o Movimento Feminino pela Anistia, liderado por Terezinha Zerbine; e foi lançado o jornal Brasil Mulher, que circulou de 1975 a março de 1980.
 A imprensa feminista ganhou fôlego.  Nós Mulheres  circulou entre 1976 e 1978, e o jornal Mulherio, lançado em março de 1981, tornou-se leitura obrigatória das feministas por mais de cinco anos.
 Entre 1970 e 1980, o movimento de mulheres centrou-se na luta pela redemocratização do país. Nas classes populares surgiram, incentivados pela Igreja Católica, clubes de mães e  associações das donas de casa. Outros movimentos, sem vínculos confessionais ou partidários, brotaram pelo país afora, como a Rede Mulher, em defesa  dos direitos da mulher e da ampliação da cidadania feminina.  Aos poucos, delinearam-se agendas específicas, como negras, prostitutas, lésbicas, trabalhadoras rurais e urbanas, empresárias etc.
Mais de 3.000 mulheres reuniram-se nos Congressos da Mulher Paulista, entre 1979 e 1981. No Rio, o 8 de março foi comemorado por encontros estaduais, de 1977 a meados da década de 1980. Em Fortaleza, em 1979, houve o I Encontro Nacional Feminista, que teve a sua 13ª versão em 2000, em João Pessoa. (Frei Beto – Marcas de Batom)

Hoje, a principal luta do movimento feminista brasileiro é a luta contra a agressão feminina. Essa luta já ganhou um grande avanço, com a Lei Maria da Penha. Aliás, vamos contar um pouco sobre essa mulher que teve a honra de receber uma lei com seu nome.

Maria da Penha

 

 

 

Símbolo de luta

Símbolo de luta

Maria da Penha, hoje com 63 anos, era uma biofarmacêutica quando se casou com o professor colombiano Marco Antônio Heredia, em 1977. Durante seis anos de casamento, os dois tiveram três filhas e um relacionamento altamente conturbado. Em 1983, último ano do casamento, Heredia tentou matar Maria duas vezes. Na primeira, deu um tiro nas costas da mulher enquanto ela dormia, e alegou que tinha sido um assaltante durante a invasão da casa. Nessa ocasião, Maria da Penha ficou paraplégica, mas não denunciou o marido, acatando a versão dele.
 No mesmo ano, Heredia se aproveitou da condição da esposa para tentar matá-la de novo. Empurrou-a com cadeiras de roda e tudo, e tentou eletrocutá-la debaixo do chuveiro. Então com 38 anos e três filhas para criar, Maria da Penha resolveu denunciar seu marido, e iniciou uma luta contra a agressão feminina. Seu caso ganhou repercussão internacional, até que, em agosto de 2006, Luís Inácio Lula da Silva resolveu aprovar a lei federal 11.340/2006, e batizou-a de Lei Maria da Penha. Essa lei endurece as penas para aqueles que agridem mulheres, sendo um marco na luta contra a agressão feminina.

Eu acho que muita coisa ainda precisa ser mudada. Mas o meu objetivo foi atingido e eu estou lutando para a implementação dele. Estou lutando para que as outras mulheres não passem pelo que eu passei. Cada um tem condição de trabalhar por uma causa nobre (Maria da Penha).

A mulher de hoje

Nessa parte, prefiro usar as palavras de Frei Beto em seu artigo “Marcas de Batom”.

A partir de 1977, o movimento feminista fragmentou-se em diversas tendências, algumas mais voltadas para a discriminalização do aborto, outras centradas na isonomia profissional com os homens. Muitas mulheres, após conquistar postos de trabalho antes ocupados exclusivamente pelos homens, lograram também assumir funções políticas de mando.
 A crise da família faz com que muitas exerçam o papel de chefe da família, como ocorre, hoje, com 30 por cento das mulheres latino-americanas, sobretudo as mais pobres.
 Há, contudo, um terreno diante do qual o feminismo parece calar-se: o do uso da mulher na publicidade e, em especial, no mundo da moda. A mulher é flagrantemente utilizada como isca de consumo, realçando-se seus atributos físicos de modo a reificá-la, ou seja, estabelecer uma relação direta entre o produto e a mulher, alvos do desejo libidinoso. Na esfera da moda, ela é condenada à anorexia, favorecendo uma nova exclusão sociocultural: a das gordas e feias, idosas e maltratadas pela carência.
 Essa mulher-objeto, fruto da manipulação estética de academias de ginástica, produtos dietéticos e  medicina especializada, é desprovida de sentimentos, idéias, valores e projetos. Vale unicamente pelo aspecto físico. Saber requebrar na dança é mais importante do que saber pensar, e a ausência de gorduras e celulites importa mais que as qualidades morais e intelectuais.
 Nos programas de televisão, sobretudo humorísticos, o papel da mulher é quase sempre o de notória imbecil, reforçando o machismo e favorecendo a violência contra ela, seja a física, seja a moral, mais comum, do homem que se recusa ao diálogo, não admite críticas e sente-se no direito de ditar normas de comportamento.
 O que é espantoso é a cumplicidade de tantas mulheres com essa imagem que as deprecia e alarga a distância entre ética e estética, amor e  sexualidade, subjetividade e  glamourização dos atributos físicos. (Frei Beto)

E isso nos remete ao fim do meu post.

A Opinião da Autora

Remetendo novamente a Twilight, que foi o maior motivador para eu escrever esse post. Bom, como dito acima, fiquei incomodada com a forma como Meyer tratou suas mulheres em seus livros. Não estou dizendo que ela está errada ou certa. Eu acho que ela está errada em colocar suas próprias opiniões de maneira tão clara e firme nos livros, mas isso não significa que É certo ou É errado. Vai de cada um se comportar como quer e, se quiser, seguir a vida como Meyer mostrou (coisa que ando vendo no mundo). O Objetivo do post, como disse acima, não foi discutir se Meyer está errada ou certa em ter esse posicionamento ou não. Seria bem hipócrito da minha parte, afinal, no Oriente, há muitas culturas de mulheres subjugadas, e isso não significa que eles estejam errados. O que quis, apenas, foi mostrar a luta das mulheres durante esses anos para serem o que são hoje (Parte dessa luta me faz achar Meyer errada e retrógada, aliás, mas é opinião minha). E achei digno que hoje, Dia Internacional das Mulheres, relembrássemos tudo isso. Cabe agora a você, leitor do blog e eventual leitor dos livros, formar sua própria opinião. Relacione com o que vocês leem (sem acento) em Twilight, e digam depois o que acham. Muitas lutaram e até morreram. Vocês podem levar isso com exemplo a seguir ou como exemplo a não se fazer. Mulheres, avante, formando suas opiniões!

Lily

Fontes usadas:

http://carosamigos.terra.com.br/da_revista/edicoes/ed54/frei_betto.asp

http://congressoemfoco.ig.com.br/DetQuestaodefoco.aspx?id=70

http://anos60.wordpress.com/2008/04/07/a-queima-dos-sutias-a-fogueira-que-nao-aconteceu/

http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm

Ah, e aproveitando a chance

MULHERADA, FELIZ DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES!

FOGO!

FOGO!


AMOR OBSESSIVO = TWILIGHT?

"Você é minha vida agora"

Bem,muita gente já falou sobre isso em vários posts mas depois de um chat um tanto conturbado eu pensei que realmente deveríamos reforçar os nossos pensamentos sobre o por que de o amor representado em Crepúsculo NÃO ser saudável e talvez algumas fãs acabem se entendendo. Talvez não mudem de ideia sobre tudo mas ao menos ver que o que o Edward faz não é “fofo” e que a relação entre ele e Bella não é normal,em absoluto.

Muito bem, alguma dessas fãs tem NOÇÃO do que é viver um amor obsessivo? Sim? Eu duvido,do contrário nunca achariam “OMG,EDWARD É O HOMEM PERFEITO! BITE ME, O.M.E.C.” Comecemos então com a definição do amor obsessivo e sua repercussão na vida REAL e porque com o senhor Cullen e a senhorita Swan é apenas amor verdadeiro [NÃO].

O amor patológico é uma doença que causa dependência como se fosse uma droga, só que nesse caso, a droga não é um produto químico ou álcool, é o parceiro ou parceira. De acordo com a psicóloga Sílvia Rezende Azevedo, o amor patológico atinge com mais freqüência as mulheres, mas os homens também podem sofrer desse mal.

[“Você é como minha injeção de heroína,Bella”]

Para saber se alguém tem amor doentio é só analisar o relacionamento. “Chega a um ponto que o amor fica obcecado e a pessoa deixa a sua vida para viver a do outro ou não permite que o parceiro tenha vida própria”.

[Alguém mais lembra como a vida para Bella deixa de existir quando o Edward vai embora ou como ele a separa do mundo? Ou ainda: “Você é MINHA vida agora.” Lindo,não? Mas doentio também,podem ler ai em cima,amores. Fãs,releiam seus livros com isso em mente,por favor.]

Segundo Sílvia, quando a pessoa deixa os amigos, o parceiro passa a ocupar mais espaço do que a família, o trabalho e outros afazeres, ou o medo da relação acabar é incontrolável e se começa a seguir e vigiar o outro, é certo que o amor deixou de ser algo saudável e se transformou num vício.EDWARD CULLEN

“Pesquisas mostram que as áreas do cérebro que são ativadas quando se está interessado por alguém são as mesmas da obsessão. É uma sensação química e quando o amor passa a ser doentio a pessoa tem crises se está longe ou sem o parceiro, tem sentimentos de culpa. É como se fosse uma droga que não se pode ficar sem”, explica Sílvia.

A psicóloga afirma que é difícil perceber que o limite saudável de uma relação está sendo ultrapassado devido a uma questão cultural de que em um relacionamento amoroso, principalmente no início, é normal amar exageradamente, demonstrar que ama e fazer uma série de coisas pelo outro.

“É como o consumo de álcool que é uma droga aceitável e consumida socialmente. No começo você bebe e não percebe nada porque está dentro do normal, com o passar do tempo sua vida começa a girar em torno disso e você não percebe que está passando do limite”, compara.

A pessoa doente se torna impulsiva e compulsiva devido ao vício. O amor se transforma em um sentimento destrutivo para o casal e que em alguns casos pode ocasionar tragédias como crimes e suicídios.

O amor patológico pode atingir, principalmente as mulheres com mais de 30 anos e que não têm um relacionamento estável. “As mulheres estão mais seletivas e depois de determinada idade, quando encontram um parceiro, ficam doentes por ele e são capazes de fazer tudo para não perder essa relação”, diz Sílvia.

Esse amor doentio não fica restrito a relação homem-mulher. Pode atingir também pais, irmãos, filhos e amigos. “Algumas mães gostam tanto dos filhos que acabam com o relacionamento amoroso deles e alguns amigos têm ciúme doentio pelo outro”, exemplifica.

Características do amor patológico
A psicoterapeuta e pesquisadora do Ambulatório do Amor em Excesso (Amore) da USP, Eglacy Sophia, destaca alguns sintomas dos ‘doentes de amor’:

– Sintomas de abstinência (como angústia, taquicardia e suor) na ausência ou no distanciamento (mesmo afetivo) do amado

– O indivíduo se preocupa excessivamente com o outro

– Atitudes para reduzir ou controlar o comportamento de cuidar do parceiro são mal-sucedidas

– É despendido muito tempo para controlar as atividades do parceiro

– Abandono de interesses e atividades antes valorizadas

– O quadro é mantido, apesar dos problemas pessoais e familiares

Espero que eu tenha me feito entender e mostrar que o amor que é descrito em Twilight não é lindo e sim doentio que está fazendo que várias garotas por ai desejem que seu namorado seja controlador,obsessivo e nem ao menos se dá conta disso. Este livro está distorcendo a definição de amor verdadeiro e eu sinceramente acho que as fãs deveriam ser mais criticas quanto ao que estão lendo e pensar: ‘Se meu namorado fosse desse jeito que o Edward é com a Bella eu realmente acharia isso lindo ou ficaria com medo dele? ‘

É tudo uma questão de interpretação e de não se deixar enganar por belas aparências,boas famílias e um Volvo.ficadica

Nuriko


Profissão: Ator Piranha

"My name is Noel, but you can call me god" Noel Gallagher

"My name is Noel, but you can call me God" Noel Gallagher

O ator Robert Pattinson vive reclamando do papel de Edward Cullen, em toda entrevista ele alfineta a história, a Stephenie Meyer, a lente, as fãs e tudo que esteja ligado a saga. Então por que fez o filme?

Antes do filme começar a ser produzido, e os atores escalados, o livro já fazia um enorme sucesso, principalmente entre as fãs americanas. Desde essa época existia uma certa adoração ao vampiro que brilha, já o consideravam perfeito e estavam em busca de um ator bonito ideal para o papel. Acho que todos sabem que o público infantil adolescente é mais afoito e simplesmente confundem as coisas, qualquer um que pegasse o papel deveria ter ciência da consequência do personagem para a vida da pessoa.

Bem, como todos sabemos, o Robert Pattinson aceitou o papel para o filme. Quando um ator aceita um papel se espera que ele tenha gostado da história ou do personagem, pelo menos o mínimo, e o que vimos foi um Robert Pattinson preocupado só em ganhar dinheiro e estampar o rosto em revistas adolescentes. Edward Cullen é um papel ridículo, que foderia com a carreira de qualquer ator e não acrescenta em nada na mesma. Okay, tu fica mais conhecido, mas ser conhecido por um rostinho bonito e uma atuação medíocre não é nada digno e além disso o Robert se mostra nada profissional.

Aonde já se viu uma pessoa não gostar do prato que anda comendo, cuspir no prato enquanto come e criticar todos os efeitos que esse prato terá em sua saúde ? Você está fazendo o papel porque quer, não está sendo obrigado e você geralmente sabe BEM as consequências que um papel desse trará para a sua vida, ou seria o Robert um idiota ? O ator vive dizendo o quão ruim é o assédio dessas fãs teen, o quão ele tem medo delas e praticamente tem ataque de pânico ao ver que elas são sem cabeça, e as fãs vendo que ele as detesta, e nem vem me dizer que não, simplesmente idolatram o cara. Eu nunca idolatraria alguém que me acharia idiota por isso, que sabia as consequências que o papel teria e que resolveu fazer. Você não precisa ser simpático com as fãs e nem nada disso, mas dar entrevista dizendo o quanto é assustador o jeito que elas os abordam é uma atitude muito tosca, de uma pessoa que quis a fama e não tem capacidade de lidar com ela.Com esse papel ele só visava o lucro que teria, a fama que teria e depois que teve tudo o que quis, vive reclamando!

Um dos meus maiores ídolos é o Noel Gallagher, guitarrista do Oasis, e que tem uma frase muito bacana sobre esses famosos que odeiam a fama e que fala mais ou menos assim:  “Nada me chateia mais do que as pessoas (na original ele se refere a bandas como Pearl Jam e Nirvana) que vivem reclamando da vida e do fato de serem famosos…Se você odeia tanto assim o seu emprego, por que não vai lavar carro ou trabalhar na merda do McDonald’s ?” e eu acho que ele está super certo.

Eu sei que o Robert não odeia ser ator, porém ele detesta o fato de ter feito o Edward Cullen, detesta o personagem, então por que ele fez ? Dinheiro é melhor que a sua felicidade ? Status de galã é melhor do que a sua carreira toda ? Por que ele vai fazer as sequências ? Abandona se detesta o emprego tanto assim. “Ai, o que esse idiota tá falando ? Inveja!” Não, não estou com inveja, mas imagina se sua banda favorita, aquela não tão conhecida assim e que mora no fundo do seu coração, resolvesse gravar uma música junto com a Britney Spears, da maneira que ela faz, somente pela certeza de que ela faria sucesso e dai a banda conseguiria ir ao topo junto ? É muito fácil pegar um atalho para as coisas, É MUITO COVARDE PEGAR UM ATALHO TOTALMENTE SEGURO PARA O QUE SE QUER, não é uma atitude de homem de respeito, não é uma atitude de um ser humano de respeito.

Dou muito mais valor a quem vai buscando seu espaço no meio profissional pelo seu talento, apanhando, apanhando e apanhando, porém nunca desistindo e seguindo sendo o bom profissional que é, porque a chance BOA aparece se você tiver talento, um rosto bonito é MUITO FÁCIL de se esquecer, mas um bom profissional, um bom ator, sempre vai deixar sua marca por ter contribuído de alguma forma com o seu meio, mesmo que não estoure.

Sucesso não é tudo, Vincent Van Gogh só teve o seu sucesso depois da morte e se tornou eterno, porque ele foi Vicent Van Gogh durante sua vida, porque ele foi a pessoa que não jogou fora o que achava certo para um sucesso de momento.

Robert Pattinson, o tiro saiu pela culatra, você só está sendo reconhecido como um ator medíocre pelo papel que você fez, aproveite enquanto ainda restam dois filmes para a trilogia e as adolescentes gostam do seu rostinho bonito. Eu sei que sua carreira acaba aqui.

Algumas fãs acham sensacional esse negócio de ele falar o que pensa sobre o Edward Cullen e a saga, porque ele está sendo super verdadeiro, sincero com todos e para essas eu gostaria de dizer que é muito fácil ser sincero com o dinheiro no bolso, eu o respeitaria se ele tivesse dito o que ele diz sobre a série após ter recusado o papel e ter dito com orgulho que era um artista e achava a carreira dele como ator, não como bonitinho do momento, muito digna para se manchar assim

Para as fãs eu deixo um único recado, retirado de uma música do Oasis e adaptado para essa situação: “Por favor, não botem suas vidas nas mãos de um ator que jogará tudo fora”. Porque ele é um daqueles caras que trocam o amor da sua vida por qualquer dinheiro que venham a oferecer.

Por  João Paulo Peres


Porque preferir Jacob

(por Ana)

Não sei dos demais haters, mas eu, particularmente, acho que Jacob Black é um dos únicos (ou o único) personagens interessantes da série, por uma série de motivos que um dia eu posto aqui. Esse post, na verdade, não é pra falar sobre porque Jacob é melhor como personagem, mas sim porque mulheres deveriam preferir o Jacob (supondo, assim, que eles fossem reais, mesmo. É coisa de lover, eu sei).

Ok, esse post, na verdade, é meio fangirl de Jacob, eu reconheço. Mas porque ele faz por merecer! E por quê? É, vamos lá: comecemos pela aparência de Jacob Black, já que a aparência de Edward Cullen é uma coisa lembrada por Bella Swan por livros e livros – e uma das primeiras coisas que lovers citam pra justificar a “perfeição” dele. Jake é morenão, de cabelos longos e lisos e provavelmente é exótico, uma vez que é um índio. Depois de se tornar lobo, ainda tem o bônus de ser bem, bem alto e ter mãos enormes (ah, como amo mãos). Edward Cullen é branco, com olheiras, topete arrumado e musculoso. Ou seja, é vaidoso e parece doente (oras, vai dizer que topete de vampiro fica em pé sozinho?) – quando a gente vê alguém branco com olheiras muito acentuadas, pensa em doença logo de cara, e nem vem querer contestar, porque sempre foi assim até Stephenie Meyer redefinir a perfeição física. Não que homens vaidosos sejam ruins, mas homens largados – como Jacob – são mil vezes melhores!

Depois, tem a questão do quente X o frio. Pessoas que estão sempre geladas não são legais. Quando tá aquele friozinho gostoso e você resolve se enfiar embaixo das cobertas e assistir um filme com o namorado (veja bem, eu disse assistir filme porque sou tão a favor da abstinência quanto a Meyer – mentira), a coisa mais insuportável do mundo é você estar lá, quentinha, ele ir ao banheiro ou tomar água, voltar e colocar o pé gelado no seu pé. Ou colocar a mão gelada na sua nuca. Agora imagine isso em um lugar que tá sempre gelado, como Forks. Você e seu namorado vampiro mal podem se tocar porque, como ele é sempre gelado, vai acabar te incomodando. E nem vem, é horrível o toque de uma pele fria em uma quente, sim. Não adianta dizer que não só porque o frio em questão é Edward Cullen. Jacob, sendo quente, é a companhia ideal pra um lugar assim, onde até no calor faz frio. Ele sempre é tão quente que nem precisa se agasalhar (consequentemente, sempre tá com os braços de fora, ui). E, sendo enormemente alto – ou grande -, ele pode dar vários e vários abraços de urso pra aquecer – em vários sentidos.

Mas nem tudo na vida é só aparência ou relações… físicas (se bem que voltaremos às relações físicas depois). Edward passa quatro livros e meio – por enquanto – se preocupando em amar e salvar a vida da Bella. Ainda não terminei a série, mas pelo menos até a página 300 de Eclipse (da versão em pdf) não existe um momento narrado que mostre o casal se divertindo. Se Meyer conta que eles se divertiram, é algo rápido. O namoro deles é aquele grude em tempo integral pra fazer coisas de cotidiano – coisa que desgasta qualquer relação de pessoas normais. E é arquitetar como manter Bella segura enquanto vampiros a perseguem. Com Jacob, a Bella se diverte, é imprudente, dá risada, vive intensamente, não fica só pensando “quero ser imortal porque ele é lindo e eu vou ficar velha e enrugada feito um maracujá de gaveta”. Ele se importa com ela, mas não fica o tempo todo salientando o quanto se importa e o quanto pretende salvar a vida dela. Pelo contrário, ele sabe que, quando estão juntos, ela está segura, que ela não vai se machucar – e não desperdiça o tempo sendo como um pai superpretetor, que não deixa a princesinha nem atravessar a rua sozinha. Jake deixa que ela se divirta como quer, inclusive fazendo coisas perigosas, como andar de moto e pular do penhasco, ao contrário de Ed, que, egoísta como só ele sabe ser, a impede até de descer escadas sozinha pra não ter perigo de ela bater a cabeça e ter um traumatismo. Oras, Jacob sabe o que Bella pode ou não fazer com a moto, como sabe até que ponto do penhasco ela pode pular sem se machucar. Ele não acha que ele é de porcelana, que vai desmontar ao primeiro trauma, e sabe que ela é capaz de se defender sozinha, de se virar e, mais, Jacob sabe que Bella também tem vontade própria e quer fazer coisas que todo adolescente faz, ao contrário de Edward, que tem 108 anos, valores antiquados e acha que a mulher depende da vontade dele.

Só o fato de se divertir com Jacob já deveria ser suficiente pra convencer qualquer pessoa – exceto, É ÓBVIO, Bella Swan – de que ele é uma companhia mil vezes melhor que Edward. Se alguém me mostrar onde Bella se diverte tanto com Edward quanto se diverte com Jacob, posso até mudar de idéia quanto a isso. O problema é que eu já li aí dois livros e meio e ainda não vi aquele momento de “apesar de namorar um vampiro, somos um casal normal e nos divertimos, rimos, brigamos e agimos como qualquer casal normal”. Com Jacob, mesmo sendo ele um lobisomem, Bella tem isso. Só não o escolhe porque é realmente imbecil. Aliás, botando uma opinião deveras pessoal aqui, toda vez que paro e penso nos dois, Edward e Jacob, não consigo entender como alguém pode preferir o piso de banheiro Edward. E já expliquei parte dos porquês, até agora: Edward é frio em todos os sentidos; Jacob é quente em todos os sentidos.

Isso aí: Edward é frio, Jacob é quente. E não falo só em pele. Edward, porque, óbvio, não é humano, exala frieza, racionalidade – fangirl vai dizer que ele não está sendo racional com a Bella, já que ele é apaixonado por ela e blá blá blá, mas só pelo fato de ficar o tempo todo zelando sua segurança já vemos que o amor dele por ela não é lá muito caloroso, e a maior prova disso é que evita até muito contato físico com medo de machucá-la (mó altruísta, man). Jacob tem tudo o que a gente precisa pra um relacionamento: calor humano, apesar de ser um lobo. Jacob provavelmente seria o tipo de cara que pega de jeito, sem frescurinha de “eu vou machucar você”, mesmo sendo mais forte do que um ser humano. E, minhas caras, por mais que as pessoas neguem isso, quando a gente tá com um homem, esse tal de “pegar de jeito” interessa bastante. Quer ver um exemplo do próprio livro? Quando a Bella deita na cama com o Edward, em algum momento de Eclipse (acho que logo depois do sequestro da Alice), ela se insinua pra ele e ele, frio como é, nega fogo. Jacob provavelmente não faria isso. Pegava de jeito e deixava Bella ainda mais apaixonada. Como qualquer homem de verdade faria.

Sei que não vai ser suficiente pra fangirl. Nem quero convencê-las de nada, porque quando tinha 14, 15 anos também achava que o homem ideal era aquele que fugia até de beijo na boca (se tem alguma fã com mais de 20 anos que continua achando isso, é frígida. Certeza), e provavelmente Edward seria o cara naquela época. Hoje, eu prefiro o Jacob. Não é nenhum post apoiando a vida promíscua ou relacionamentos vazios (se fosse, oras, eu não diria que Jake é melhor porque é divertido e faz com a Bella coisas prazerosas e imprudentes), é só uma visão de quem sabe que seres humanos têm hormônios funcionando e, quando existe aquela “química”, o físico quer mais que um beijinho sonso de consolo.

Por isso, insisto: Jacob, pega eu!


Meyer diz: “Nunca li Bram Stoker…”

AAAHHH…JU-RAA???

É Meyer…Eu nem tinha reparado… ¬¬

Bem,bem,bem, essa notícia é velha, mas é mais uma contribuição da nossa revista Hater: a Época.

Apresentamos então, mais uma entrevista com a nossa queridíssimaStephenie Meyer, comprovando que ela deve ser, no mínimo, anencefálica…

Comentários em negrito by me ;D!

Época em um absurdo momento de tédio e falta de quem entrevistar entrevista: Stephenie Meyer

Stephenie Meyer é uma escritora de livros sobre vampiros que detesta histórias de vampiros (Adoro, a Época fala umas verdades por nós =D!…E…QUE vampiros?).

Nunca leu Bram Stoker, o clássico autor que consagrou o Conde Drácula . De Anne Rice, a autora da seqüência de bestsellers sobre o vampiro Lestat, Stephenie só leu um livro, no colégio:“Nem me lembro direito”.(*Gi mal começou a dar seus pitacos nesta reportagem e já está tomando banho de sal grosso*)

Assiste a filmes e séries de terror? De jeito nenhum porque diz fugir de tudo que seja impróprio para menores de 18 anos (…”Oieeeee, eo sol a Steph, rs, tenio 35 anus nein paresse rsrsrsrsrsrs, porios eo gotso d acistir a desenios d discover kds pruq el sol medross rsrsrsrs, tenio meods de filmes p marioes de 12 tiop o batiman e…”) .

Como, então, esta pacata mãe de família mórmon, com três filhos, que na arte de escrever nunca havia ido além de trabalhos na faculdade e e-mails para amigos, conseguiu escrever o maior fenômeno literário desde Harry Potter? (É, Época, nós TAMBÉM queremos saber… E, além disso… COMO FOI QUE ELA CONSEGUIU SE CASAR?…Vendeu a alma, foi?)

Literalmente, da noite para o dia. (Nem precisei falar XD!)

Num verão de junho de 2003, enquanto dormia com o marido e três filhos na sua casa no subúrbio de Phoenix, no Arizona, Stephenie sonhou com o encontro romântico entre uma adolescente e um vampiro num anoitecer chuvoso.(Ou seja: Ela não é feliz com o marido e vive sonhando com uma figura “assustadora” e brilhante que ela JULGA ser um vampiro – ela deve saber o que era – e que com certeza no sonho revela-se ser controlador e obsessivo, o que ela acha lindo e apaixonante… Em resumo: Esquizofrenia grave.*chama a Kombi*)

E Na manhã seguinte ela, então com 29 anos, começou a escrever as 416 páginas de Crepúsculo (Intrínseca, R$ 39,90 *Gi aparece e risca o número* – Faço por R$19,90 e ainda leva dois livros tão ruins quanto de brinde =D!), primeiro dos quatro volumes (do lixo literário que é) da saga Twilight.

Verdadeiro frenesi entre os americanos, os três livros da série já lançados venderam mais de 7 milhões de cópias nos Estados Unidos, e outros 3 milhões no mundo. Figuraram na referencial lista de bestsellers do jornal The New York Times por 143 semanas. O quarto e derradeiro volume da saga, Breaking Dawn, é o mais vendido no site Amazon.com há dois meses – e será lançado apenas em agosto, com tiragem inicial de 3,2 milhões de exemplares. (É, às vezes o tédio predomina muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito, sabe…)

“Nunca imaginei tanto sucesso”, diz Stephenie. “Só pensei que talvez pudesse pagar algumas dívidas com o dinheiro”. (E já pagou?Ótimo…PARE-DE-ESCREVER)

Tamanho furor, que começa a se alastrar pelo mundo, só foi visto antes com Harry Potter. (Que é in-fi-ni-ta-men-te melhor, mais exemplar, mais divertido, melhor escrito…)

Stephenie, aliás, parece trilhar o caminho aberto pela criadora do bruxinho mais famoso do planeta, J.K. Rowling(…not). Em maio, foi até eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela prestigiosa lista anual da revista Time, assim como J.K. já foi um dia (A Miley Cyrus tá na mesma lista, btw…).

Nesta entrevista exclusiva a ÉPOCA, Stephenie Meyer fala sobre o estrondoso e involuntário sucesso de saga Crepúsculo, sobre seu afortunado sonho e o frenesi em torno de seus livros.

-HEH

Sou eu… Ou ela tem cara de “Sou falsamente legal para seqüestrar criancinhas…”?

ÉPOCA – Como você reagiu à estrondosa repercussão dos livros?
Stephenie Meyer –
Nunca imaginei tanto sucesso. Acho que tive uma boa editora (risos) (*Gi também está rindo…De nervoso* Uma editora com muita dó de você, convenhamos… MUITA DÓ). Quando mandei alguns capítulos de Crepúsculo para agentes literários, em Nova York, em 2004, pensava, no máximo, em conseguir pagar algumas dívidas. Nunca essa legião de fãs. Até porque não pretendia ser escritora. E, na verdade, acho que sou mais uma contadora de histórias. (…Não…)

ÉPOCA – Para alguém que não pensava em escrever, como decidiu pôr Crepúsculo no papel?
Stephenie –
A idéia partiu de um sonho que eu tive: um vampiro se encontrava numa floresta chuvosa com uma adolescente. Naquele momento, ele dizia que a amava, mas, ao mesmo tempo, sentia um forte desejo de matá-la. Aquele sonho foi tão real que tive de colocar no papel na manhã seguinte. (…Tão “paf-puf” quanto o romance do livro =P, eita mulher apressada! E sem memória, não consegue lembrar de sonhos para ESTUDÁ-LOS depois?) Comecei a escrever para saber o que aconteceria. (Crianças, não comam porcarias antes de dormir!Vocês acabam tendo sonhos alokas e acordam tão lesadas que ACHAM que conseguem fazê-lo continuar…Como-um-livro… Claro, sonhos alokas não são ruins… Só quando você sofre de graves problemas como a SMeyer aí…)

ÉPOCA– Desde o início a idéia era fazer uma saga de quatro livros, ou foi uma exigência comercial?
Stephenie –
Fechei um contrato para escrever uma determinada quantidade de livros, mas tinha toda a história mapeada na cabeça desde o começo ([/mentira]). Seria impossível contá-la de uma vez. Um livro de duas mil páginas (risos) (Ha-ha-ha-ha ridemais). Mas desde que descobri como é excitante escrever uma história, não consigo parar. (A gente percebeu…)

ÉPOCA– Como explicar tamanho frenesi do público com a série?
Stephenie –
A personagem de meu livro, Bella, é uma garota como outra qualquer (-not). Não é uma heroína, não quer ser a garota mais famosa, nem ter roupas descoladas. É uma adolescente normal, com problemas familiares e sentimentais. Acho que isso chama a atenção, porque na literatura existem poucas garotas normais. E ela é boa e genuína (-not²). Para mim, os adolescentes são desse jeito (Na verdade não, mas, graças à você, estão começando a surgir alguns pré-adolescentes com grandes tendências à irem para um hospício, uma prisão, uma clínica de reabilitação, ou até receberem aquelas ordens de distância… Por perseguirem as pessoas, serem obsessivas, controladoras…) . Pelo menos eu costumava ser desse jeito (…é…Você fez que pacto pra ser casada?)

ÉPOCA – Isso tem a ver com sua religião? Você acha que ser mórmon influenciou seus livros?
Stephenie –
Sem dúvida eu era comportada graças à minha religião. Cresci num ambiente em que não era exceção ser uma boa moça. Era isso que se esperava. Minhas amigas eram ingênuas como eu (…Tá mais pra Amish do que Mórmon…). Meus namorados sempre foram respeitosos. E, claro, isso afeta a maneira como escrevo. Não há muitos caras ruins nos meus livros, e até eles têm algo de bom (HAUHAUHAUHAUHAUAHUHAUHAUHAUHAUAHUAHUAHUHAUHA). Os vampiros são, por definição, monstros, caras ruins (Ahhh, falou aí Sra. “Nunca-li-livros-de-vampiros-mas-sei-que-eles-são-maus”, *palmas entediantes*). Mas meus vampiros escolhem ser uma coisa diferente (É… Escolhem em não ser vampiros =D!). Acredito fortemente nessa idéia que, claro, é fruto de minha religião. Porque, para mim, a história é sobre a liberdade de se fazer escolhas . Essa é a metáfora.

ÉPOCA – Você usa intencionalmente essa religiosidade na sua obra?
Stephenie –
Não. Acho que minhas histórias refletem a minha criação religiosa, e parte das coisas que faço e escrevo se deve a isso. Ainda sou uma pessoa muito religiosa. Sempre vou aos cultos do meu templo e crio meus filhos dentro dessa doutrina (Pobres filhos da Meyer), a mesma na qual fui criada. Não bebo, não fumo e evito filmes impróprios (Impróprios = Para maiores de 10, 12 ou 14 anos?). Mas as pessoas se enganam com isso. Não é nada fundamentalista. Eu até bebo Pepsi diet às vezes (risos) [Os mórmons recomendam que se evite a cafeína]. Trata-se de se manter livre de vícios. Apenas isso. O ser humano tem liberdade de escolha, um grande presente divino (Não no seu livro…). Acredito nessa idéia de que todos temos o livre-arbítrio, para fazer o que achamos melhor. Nunca haverá uma circunstância em que não tenhamos uma alternativa. Ou seja: não importa o que aconteça na sua vida, você pode escolher outro caminho (A Bella SEQUER pensou nisso… Você notou?)

ÉPOCA – E por que você escolheu o universo dos vampiros? A adaptação para um público juvenil foi intencional?
Stephenie –
Não foi algo intencional. Nunca li romances sobre vampiros, Bram Stoker ou Anne Rice, e nem vi filmes de vampiros. Apenas sonhei e precisei pôr no papel (É, quem entende de vampiros DE VERDADE percebeu…). Mas, depois do primeiro livro, preferi continuar escrevendo sobre um universo sobre-humano. Nós encontramos pessoas normais em qualquer lugar. Isso é o interessante da ficção-científica: ela está repleta de pessoas sobre-humanas, mas com dilemas humanos e reais. (…1º: Eu não sou normal. 2º: Sim, notamos os mutantes no seu livro. 3º: NOT, não vi nenhum suuuperr dilema humano ali ¬¬…)

ÉPOCA -Você disse que nunca viu filmes de vampiros? Nem leu Drácula, de Bram Stoker?
Stephenie –
Nunca! Eu acho nojento (risos) (Você-nem-leu). Vi trechos do filme Entrevista com Vampiro na TV, certa vez, mas não pude ir até o fim (Aiiiii, desculpe, o Brad Pitt foi impróprio demais pra você?). Não assisto a filmes impróprios para menores, o que reduz totalmente a chance de ver filmes de terror (E de aventura, de comédia romântica, de drama, de…). E nunca li Bram Stoker (É…a gente percebeu [63838]). Pretendo ler um dia, mas acho meio assustador (AAAAIII, SOCORRAM-ME, O CARA TEM CANINOS!). De Anne Rice só li um romance, no colégio, e nem lembro qual (Admita: Você só leu a sinopse e ficou com medinho!). Prefiro histórias de amor (= uma novela mexicana 6467060467436743667 pior). O drama humano é a parte verdadeira de todos os livros para mim (…É?). A verdadeira emoção. Por isso adoro livros de Orson Scott Card e Jane Austen. (E eles lamentam isso)

ÉPOCA – Esses são seus autores prediletos?
Stephenie –
Sim. Orson [Scott Card] é meu autor vivo predileto, e Austen a minha escritora predileta de todos os tempos. (Coitados…)

ÉPOCA – Quais as mudanças no seu dia-a-dia depois de Crepúsculo?

Stephenie – Bom, basicamente tudo (risos). Antes do livro eu era mãe e dona de casa, cuidava dos meus três filhos. Passei seis anos com algum dos meus bebês nos braços. Minha rotina era essa. Só escrevia recados para amigos em sites de relacionamentos e e-mails. E lia muito. Lia o tempo todo, quase seis romances por semana (Pra você escrever esse livro… Tá na cara que é mentira!). Agora, escrevo das seis da manhã até a noite. E meu marido é que cuida das crianças. (Cara…-not! A J.K engravidou e teve dois filhos durante os anos em que passou escrevendo HP, ela nunca varou dias e noites, e sequer abandonou os filhos!)

ÉPOCA – Você acha que seus livros podem incentivar os jovens a ler?
Stephenie –
É espetacular encontrar mães com filhas vindo dizer que leram meus livros e adoraram. Era assim que eu e meu pai nos conectávamos na minha infância e adolescência: pelos livros. Às vezes, há três gerações – filhos, pais e avós – lendo meus livros. É muito emocionante. E acho que sim, é uma maneira de incentivar a leitura dos jovens. (É, isso eu tenho que admitir… Muita gente que evitava livros começou a ler esse romancezinho aí e até que gostou. Mas muitos ainda não passaram pra o que chamamos de “Livros de verdade”.)

ÉPOCA– Você acha que seus livros são fenômenos literários como Harry Potter? O que acha da comparação com J.K Rowling?
Stephenie –
Isso é engraçado. Não me preocupo e não me incomodo (Nem a gente, Smeyer destronando J.K = Impossível). Talvez seja natural, pelo tamanho do sucesso e da repercussão dos livros. Mas quando escrevo meus livros, e quando escrevi os volumes da série, nunca pensei nisso. Meu processo criativo tem sido o mesmo, e me dá muito prazer escrever. Não preciso de muito mais que isso.

 

*Gi bate palminhas* Ahhh, magnífico, magnífico!

Nunca vi uma entrevista tão entediante em toda a minha vida =P! Ela falou a mesma coisa umas 300 vezes =P! “Blá,blá,blá não foi minha intenção, blá,blá,blá, prefiro romance, blá,blá,blá não-sei-o-que não influencia no meu modo de escrever, blá,blá,blá…”

É, Meyer, você merece um troféu Joinha, toda a coleção “Aprenda a escrever” e alguns livros decentes.

Que romance você lia?Aqueles de banca?

Me-pou-pe! *pega o martelo e pensa seriamente em se bater com ele* Meus olhos doem depois de tanta baboseira.

 


Coisas que afetam³

Praticamente tudo tem seus fãs fanáticos. Porém algumas séries, livros, filmes, bandas e coisas do tipo conseguem atrair um ENORME número de fãs alienadas. Elas são, praticamente, iguais, contraditórias e sem muito cérebro pra conseguir participar de uma discussão em um nível elevado.

            Cheias de bons argumentos, frases impactante e uma boca super preparada para proferir ofensas. Além de uma humildade… invejável.

 

→ Argumentos:

1.      Vocês tem inveja!

Ah, faz favor!

Primeiramente, se fosse pra ter inveja de algo ou alguém, teria da Angelina Jolie. Linda, rica, simpática e ta com o Brad Pitt.

Segundo [dos meus tempos de EOR]:

– As fãs afirmam que eu odeio pq tenho inveja. 

– Odeio jiló. Tenho inveja do jiló?

 

Há! Isso me mata!

 

2.      Faça melhor!!

Bem, sinceramente?! Isso não é nada³ difícil. Acho que eu conseguiria, muito bem, escrever algo com vampiros [V-A-M-P-I-R-O-S, não seres brilhantes] e que não seja tão meloso e tediante.

 

3.      Você não conhece para falar sobre.

Muitos dos que odeiam leram. Outros tentaram ou, simplesmente, preferem não gastar tempo com isso. Só algumas informações bastaram.

E mais… você sabe que pular de cabeça em uma piscina vazia não é uma boa idéia. Vai precisar de ‘testar’ isso pra ter certeza? Acho que não, infelizmente.

 

 

Argumentar não é algo que deva ser feito sem pensar, primeiro ponto. Muito menos algo para tentar reduzir a outra pessoa. É algo feito para ser apresentado e debatido, não enfiado garganta abaixo.

Não é errado gostar, nem errado odiar. Errado é achar que com meia dúzia de palavras vai mudar a opinião de outra pessoa ou ter a opinião mudada por seis palavrinhas, ou até menos.

Mas, se quiser tentar mudar nossas idéias, arranje bons argumentos. Explore os pontos realmente bons do livro. Tem um romance bonito, apaixonado e isso e aquilo? Legal. Pena que a gente não acha que a idéia dele de proteção é a mais bonita, porém, já é algo válido.

Existem personagens secundários interessantes, pena que foram tão mal explorados. Talvez a pureza de Edward seja um ponto fofinho para alguns.

Mas… os fãs que achem bons argumentos. Se eu tivesse achado pontos bons, na história, que superassem os que eu achei ruins, talvez eu gostasse e não estaria aqui escrevendo isso, sim?

 

→ Ofensas.

            Variam um pouco mais… Vão desde FDP à invejosos, passando por: burros, feios, desocupados, capengas…

 

            Juro³ que esses ‘xingamentos’ me dão medo. Muito medo mesmo. Tipo, nunca se sabe a merda que uma pessoa dessas pode fazer no futuro, né. Tão inteligente, vai que só piora. Aí eu acho que o mundo estaria realmente perdido.

Imagina um desses super QI’s tomando conta do país. Vai que o dito cujo ainda ame Twilight. No mínimo, iria chamar os haters de babacas. E isso seria uma ofensa sem tamanho. Acho que eu cairia em depressão depois de ser chamada de uma coisa dessas.

Quem sabe eu não virava uma Bella da vida, reclamando de tudo e de todos? Só pq me ofenderam de uma maneira mega cruel… pelo menos eu teria mais motivos pra me lamentar do que ela tem.

 

 

Bem…

Não importa, eles sempre² estão certos. Mesmo depois de terem a verdade esfregada na fuça, eles estão com a razão.

Normalmente, não conseguem sustentar uma discussão em um alto nível. Seja pela falta de argumentos, seja por não ter como defender o que tanto amam.

E mais: sempre ‘humilham’ os outros. Se em uma discussão te chamarem de feio, para eles,você foi terrivelmente ownado, esculachado, acabado para todo o sempre. Que nem a Meyer fez com os vampiros: acabou com eles.

Por essas e outras [aqui entram os: “Está tudo acabado, você não é que nem o Edward”; “Edward, você é minha vida”; “Edward e suas lindas frases”; “Edward,deixa eu ser o seu cordeiro?!”; “Edward, meu pescoço é melhor que o da Bella”; “Eu  amo vampiros brilhantes”; “Vampirinha do Edward”… Enfim] que esse fanatismo irrita e, ao mesmo tempo, nos diverte tanto.

 

->Lógico que existem fãs com bons argumentos e respeito. Mas tem outros, que não conhecem isso. Post dedicado a essa segunda ‘espécie’ de cordeiros.

 

 

 

-Ciça…


O que é melhor que Twilight

Eu de fato não sei porque as fãs de Twilight se incomodam com as comparações que possam ser feitas em relação a série. Mas, seja lá com o que comparem, elas se sentem altamente ofendidas. Mas o mais engraçado é que, geralmente, são os próprios fãs de Twilight que começam. Pois muito bem, dessa vez, decidimos começar as comparações. Essa em especial começou graças a uma conversa de MSN. Estava eu conversando com uma amiga minha sobre a qualidade dos livros. Por um momento fiquei quieta, escutando ela dizer que Twilight era a melhor coisa que já tinha visto, e que dificilmente outra história atingiria o mesmo patamar. Depois de um tempo, comecei a me irritar, e eis que surgiu isso…

Lily: Sabe de uma? Eu acho Twilight a coisa mais medíocre que já li. Fanfics conseguem ser melhores, pra ser sincera.
Amiga da Lily: Ah, você está de brincadeira. O que pode ser melhor que Twilight?
Lily: Ah, muita coisa. Harry Potter, O Senhor dos Anéis, os livros do Neil Gaiman, do Stephen King…
Amiga da Lily: Nem me fale desse idiota.
Lily: Ah, desculpa, mas ele falou a verdade. E eu concordo plenamente com ele.
Amiga da Lily: Lil, você é suspeita pra falar. Afinal, pra você, qualquer coisa é melhor que Twilight. Eu só não sei de onde você tira isso.
Lily: Mas é. Qualquer coisa MESMO é melhor que Twilight. Qualquer livro, qualquer anime, qualquer filme… TUDO é melhor.
Amiga da Lily: Daqui a pouco você vai dizer que até Pokémon é melhor que Twilight.
Lily: Pokémon eu não diria… mas Digimon é :)
Amiga da Lily: Aff… agora você exagerou.
Lily: Eu posso até provar, se você quiser.
Amiga da Lily: Essa eu gostaria de ver.

Enfim, acho que ela disse isso de brincadeira, mas eu pensei que poderia levar a sério. Afinal, como uma série japonesa para crianças, considerada babaca pela maioria das pessoas, pode ser melhor do que os livros de Meyer? Bom, embora elas não tenham nada a ver uma com a outra, posso provar que Digimon, com todos os seus estigmas e público infantil, supera Twilight em muitos aspectos. Quem sabe, com essa comparação, os lovers se convencem do que dizemos?

Então vamos lá. Porque eu acho que Digimon é melhor que Twilight.

Comecemos pelo quesito básico: enredo (comparando apenas as duas primeiras temporadas, que são as que eu acho que são as melhores).

1 – Digimon tem um enredo consistente e que evolui, ao contrário de Twilight. Baseado no velho clichê de crianças do bem que tem que salvar o seu mundo do mal iminente? Sim. Mas como deveria acontecer em Twilight, o clichê serve apenas como pano de fundo para a história, e não ser seu ponto principal. Exemplificando: a todo tempo os digiescolhidos tem que enfrentar os digimaus, porque essa é a missão deles. Ok, esse é o clichê. O que os levou a entrar na história. Agora, tirando isso, o que temos? Crianças descobrindo como é viver sozinhas no mundo. Crianças aprendendo a respeitar diferenças dos outros, bem como adquirindo valores que não são mais vistos por aí. Crianças sendo crianças, acima de tudo. Enfim, tiramos o clichê da história e ficamos com muita coisa boa. É essencial para que haja história? Sim. É o principal dela? De maneira nenhuma. Twilight, em compensação, tem como ponto de referência o romance Bella/Edward. Tiramos isso, o que temos? Nada, absolutamente nada. Mesmo com as tentativas de Meyer em relação a vampiros (?), lobisomens, imortalidade e essas coisas. Nada disso tem sentido sem o romance Bella/Edward. Sequer são pontos bem explorados (para não dizer que são pontos totalmente desvirtuados da história, vide o lance dos vampiros).
 Sobre a evolução da história. Em Digimon, temos a simples técnica de sempre estar enfrentando um novo vilão. Mas uma técnica que, nesse caso, deu certo. As lutas não ficam no mesmo clima morno de sempre. Há sempre um desafio novo a vencer, maior que o antigo, e que exige, antes de tudo, crescimento dos personagens. E a cada vilão, a coisa fica mais complexa. Cito o último vilão da primeira temporada de Digimon, Apocallymon. Exigiu das oito crianças trabalho em equipe, força de vontade e, sobretudo, estratégia. Cada um cumpriu uma função: Kari e TK defendiam, Mimi e Joe distraíam, Sora e Izzi abriam o caminho, para então Tai e Matt culminarem com o golpe final. Eles levaram a temporada inteira para aprender a fazer algo assim, já que no começo eles sequer conseguiam decidir para que lado ir. Isso sem contar outras evoluções simples. Prende o espectador, faz pensar no que vai acontecer. E é só um desenho para crianças. Twilight? Bem, todos os livros giram, basicamente, no amor de Bella/Edward. Sim, repeti a frase. Porque é o que acontece em todos. Até mesmo os maiores conflitos, não sai muito disso. No fim, sempre temos Bella querendo ser vampira, Edward a negando, e alguns querendo atrapalhar por alguma razão.

2 – A história de Digimon busca passar valores realmente importantes, que nunca saíram de moda e que deveriam ser preservados, sobretudo, pelo público alvo, que são as crianças. Temos os oito brasões, que permanecem na segunda temporada. Coragem, Amizade, Amor, Sabedoria, Sinceridade, Confiança, Esperança e Luz. Todos representam valores que o autor da série considera essenciais. Só que eles não são simplesmente jogados no desenho. Cada um dos digiescolhidos, para ativar seu brasão, tem que aprender o que de fato ele significa. E isso não é fácil. Tai, por exemplo, erra muito até aprender que ser corajoso não é meter a cara a tapa por aí, nem sair desafiando Deus e o mundo. É saber seguir em frente sempre; enfrentar, antes de tudo, os medos; e saber também quando parar, admitir que nem sempre se pode tudo. E só para finalizar, temos Sora e o brasão do Amor. Para ativar, ela teve que aprender que amar é tolerar diferenças, aceitar as pessoas com todos os seus defeitos, e brigar com quem amamos para que essa pessoa não sofra depois. Nada relacionado a paixões, namorados nem nada. Ela só teve que aprender a entender a mãe. E depois viu que amor é isso: entender, relacionar, aceitar.

Os valores que Digimon passa

Os valores que Digimon passa

 Em Twilight, também temos valores. Só que, ao contrário do que acontece em Digimon, os valores são antigos, para não dizer perigosos. Temos uma garota perdidamente apaixonada por um rapaz, e faz tudo que ele quer. O rapaz, por sua vez, não quer ficar com ela, por medo de machucá-la, o que no fundo apenas representa uma metáfora da abstinência. O que vimos então, acima de tudo? A submissão doentia da mulher em relação ao homem, um relacionamento com ciúmes doentio por parte dele, a ponto de trancar Bella em casa (um caso Lindembergue disfarçado) e proibí-la de ver os amigos, e o discurso da abstinência sem nenhuma razão aparente. Se as pessoas vêem por aí um relacionamento que segue essa linha, acham o maior absurdo do mundo. Mas em Twilight, por estar camuflado atrás de dois rostos bonitinhos, tudo fica maravilhoso.

Agora, comparemos os personagens.

1 – Assim como no enredo, os persongens de Digimon evoluem com o passar do tempo. Peguemos agora os personagens da segunda temporada, onde fica claramente nítida essa evolução (embora na primeira temporada isso também ocorra, mas de maneira mais sutil). Temos, no começo da segunda temporada, um vilão: Imperador Digimon. Ao passar do tempo, descobrimos todas as razões para que ele seja daquele jeito. Pouco a pouco, vemos Imperador Digimon se revelando e, com tudo que vive, se tornando no simples estudante Ken. Não uma mudança do dia pro outro. Gradual, devagar, evolutivo. E mesmo depois que ele assume a faceta boa, Ken continua mudando. Era um menino tímido e de difícil convivência, que aprende a fazer amigos, a ser mais simpático, a se soltar mais. No fim da temporada, temos um Ken maduro, divertido e totalmente diferente daquele que conhecemos no início. Isso ocorre com todos os outros personagens, até mesmo com Davis, que é, na minha opinião, o que menos muda. No começo, Davis era um menino hiperativo, irresponsável e que não tinha a menor noção das atitudes que tomava. No fim, Davis é um menino mais ponderado, sensível, que começa a pensar antes de agir, e que serve de inspiração para o resto do grupo, devido a sua postura de liderança, adquirida durante a série.
 Em Twilight, o que temos? Bella querendo ser vampira, Edward a negando, Jacob tentando ganhar a atenção da mocinha, e os Cullen, no geral, ajudando o casal em suas dificuldades. Basicamente isso. Não consegui enxergar nenhuma evolução visível, a não ser, talvez, em Jacob. Nenhuma lição, nenhum aprendizado, nada. A mesma coisa em quatro livros.
2 – Os personagens de Digimon são altamente humanos. Mesmo que, por muitas vezes, sejam caricaturados. Vejamos um por um (porque eu faço questão).

Lider que aprende na marra

Líder que aprende na marra

Tai: menino ativo, cativante, bom jogador de futebol, líder nato. Mas extremamente cabeça dura e pouco aberto a críticas (o que vai mudando com o decorrer da história). Muitas vezes egoísta, para não dizer irresponsável. Mas um bom amigo, bom irmão mais velho, e com muitos medos. Medo de errar, de machucar a irmã, de não dar conta de tudo daquilo que ele assume para ele, achando que pode mudar o mundo. Um menino que aprende a duras penas que não é o maioral. E mesmo assim, ele é legal!

Amigo sem frescuras

Amigo sem frescuras

Matt: o bad boy mal-humorado, anti-social e que não se relaciona bem com quase ninguém, porque gostar de ficar sozinho tocando sua gaita. Bem, no primeiro episódio é isso. Mas a partir do segundo, já vemos que ele é um cara legal, que gosta muito do irmão (e daí que vem minhas teorias do casal yaoi/incestuoso e pedófilo), e embora seja meio solitário e anti-social, ele gosta dos amigos. Só que ele não se esforça nem nada pra mostrar isso, muito menos tem mudanças radicais para ser o amigo de todos. Ele só é ele mesmo. Ok, no fim, ele está menos solitário e mais sociável, mas o mal-humor continua lá. E ele é legal mesmo assim, com tudo isso. Bem imperfeito, não?

Afinal, o que é amor?

Afinal, o que é amor?

Sora: essa personagem, no começo, foge totalmente do estereótipo de menina que costumamos ver por aí. Aliás, no início de Digimon, ela é a mais perfeita menina-moleque que conhecemos. Joga futebol com os garotos, usa roupas meio masculinas, e tem rejeição ao jeito todo meloso de sua digimon, Pyomon. Porém, com o passar do tempo, vemos Sora assumindo uma forma mais feminina, sem deixar de ser aquilo que era no começo da temporada. Ela começa a entender os problemas da mãe, os sentimentos que as rondam, e que nem tudo é tão extremo assim. E sofre MUITO pra isso. Um sofrimento emocional, que angustia, mas que também faz amadurecer. Como acontece com a maior parte dos seres humanos. (E aqui vai uma crítica a série: Sora estava muito bem no fim da primeira temporada. Agora, na segunda, ela parece sair desse status e pouco a pouco voltar a ser um extremo, só que para um lado completamente feminino, o que fica MUITO claro no fim da saga. A personagem perdeu muito do que tinha conquistado, e considero isso um retrocesso. E ok, o que foi Matt/Sora? MATT E SORA? Ah, faça-me o favor. Mas bem, Digimon não é uma série perfeita. Ainda bem).

Profundidade em um nerd

Profundidade em um nerd

Izzi: o garoto nerd da turma, viciado em computadores e que, de tão certinho, chega a ser chato. Porém, ele é altamente essencial na jornada dos digiescolhidos. É uma criança que consegue pensar logicamente, e manter a calma em todos os momentos. Só isso? Ah não, meus amigos. Izzi, pra mim, é um dos personagens mais densos das duas primeiras temporadas. O garoto tem seus traumas com os quais não consegue lidar (como ser adotado e ter descoberto isso ouvindo uma conversa), então resolve escondê-los, se dedicando a desenvolver suas habilidades e inteligência. Só que em certo momento do desenho, todos os problemas estouram dentro de Izzi, e ele tem que aprender que a lógica nem sempre é a solução de tudo. É necessário manter um equilíbrio entre razão e emoção, certo e errado. Ser sábio para tomar a decisão certa. E a mudança é BEM lenta, de forma que você vê mudanças nele até o fim da segunda temporada. Complexo? Eu acho. E isso me lembra: antes de virem um “nerd” por aí, que muitos tantos desprezam, tentem conhecê-lo antes. Ele pode ter muito por trás dele, e ser uma companhia agradável no fim das contas. Como o Izzi.

O que há na patricinha?

O que há na patricinha?

Mimi: na minha opinião, Mimi é a personagem mais superficial e caricata do desenho. Porém, há alguns pontos dela que devem ser destacados, que os autores souberam valorizar. Mimi é uma típica garotinha egoísta, metida e que não consegue enxergar muito além do seu mundinho, que por sinal roda ao redor de si mesma. E exatamente por isso que ela NÃO consegue se virar sozinha no digimundo. A adaptação dela é sofrida, e ela tem que aprender a ser bastante sincera consigo mesma antes de ver que as coisas nem sempre são do jeito que ela quer. Só aí vemos uma Mimi mais verossímel, com medos e problemas totalmente compreensíveis e humanos, e que evolui de uma pessoa desagradável para uma com defeitos, sim, mas bem mais sensível e pronta para enfrentar um mundo real.

Auto confiança também ajuda

Auto confiança também ajuda

Joe: esse é outro personagem bastante caricato do desenho, mas ao contrário de Mimi, o jeito extremo de Joe é altamente interessante e necessário, muito bem aproveitado no desenho. Joe é o cara mais pessimista que podemos conhecer. Segue as regras ao pé da letra, tem medo das coisas erradas e sempre está tentando acertar, mesmo porque é o mais velho da turma. Mas acreditar em si mesmo é um processo difícil naqueles que tem confiança baixa. E Joe vai passando aos poucos por esse processo. Primeiro, ele precisa enfrentar os medos, para em seguida parar de se cobrar tanto. Por último, ele precisa ver que nem sempre conseguirá ser perfeito, mas isso não significa que ele será ruim por isso. Só aí Joe é capaz de se salvar e de salvar os seus amigos, e então atinge uma maturidade que será necessário para que ele possa concluir sua missão como digiescolhido. Vemos essa maturidade máxima em Joe na segunda temporada, quando ele vira para Cody e diz “As mentiras nem sempre são ruins. Se ela serve para algum propósito bom, ela deixa de ser ruim. Portanto, não se cobre tanto, você não precisa disso para ser bom”. Perfeição não é tudo, afinal de contas. Algumas pessoas deveriam se tocar disso.

Os mais novos ensinam mais

Os mais novos ensinam mais

TK: Ok, chegamos na parte mais sensível de todo o desenho. As crianças menores. Sem sombra de dúvidas, TK foi o personagem mais explorado durante as duas primeiras temporadas, e com certeza o que mais ensina. TK é uma típica criança pequena que quer brincar e praticamente não vê maldade nas coisas. Só que nem toda a inocência do mundo aguenta por muito tempo, certo? Bem, é o que rola com o garoto. Os autores não pouparam a personagem por ela ser uma criança; muito pelo contrário, fez com que o mais jovem da turma (ou o segundo mais jovem, já que Kari entra depois) fosse o que mais sofresse com as provações do Digimundo. Mesmo com a superproteção de seu irmão mais velho, TK teve, mais cedo ou mais tarde, que enfrentar seus problemas sozinho. A começar pela morte de seu Digimon. Nessa, ele teve que aprender, na marra, a começar de novo. Depois, tivemos o “abandono” de Matt, deixando-o sozinho a mercê de PicoDevimon. Foi quando o garotinho teve que aprender a não confiar sempre, e a ser menos chorão e agir mais. Em seguida, vemos todos os digiescolhidos na Terra. TK teve que superar a briga dos pais e sair com a cara e a coragem, sem a mãe, para ajudar os amigos. Quando voltam para o Digimundo, TK mostra o quanto cresceu. Mesmo com oito anos, ele se rebela contra a proteção de Matt, e brilhantemente resiste ao grande vilão Pinnochimon, usando apenas coragem e inteligência, resultados de tudo que aprendeu no Digimundo. Mas se alguém pensa que ele se tornou mais amargurado depois de tudo isso, está enganado. TK é o mais belo exemplo de como superar tudo e mesmo assim continuar seguindo em frente, feliz e acreditando no melhor das pessoas. Por isso, ele é o dono do brasão da Esperança. Claro que ele tem seus momentos difíceis, sobretudo na segunda temporada, quando ele está maior, e começa a ter mais personalidade. Dessa vez, TK tem que aprender a superar medos antigos, e lidar melhor com os próprios sentimentos. O que não é nada fácil.A todo tempo vemos TK se controlando, se debatendo e aprendendo com os outros a ser melhor. E consegue ser humilde o tempo todo, sem contar que nunca fica emo. Alguns deveriam aprender com ele.

Aproveitada aos poucos

Aproveitada aos poucos

Kari: a personagem mais nova da turma não oferece muito de cara. Talvez por só ter aparecido bem depois (o que me leva a crer que ela só existe porque os autores queriam uma razão sólida para enfiar as crianças e os digimaus no mundo real, koe), Kari é a menos explorada da primeira temporada do desenho. Na verdade, ela acaba não aparecendo muito. Exatamente por isso que ela acaba se passando por uma garotinha perfeitinha e fofinha que muitos consideram um porre. Mas, na minha opinião, Kari, na primeira temporada, só apareceu pouco mesmo. Mesmo assim, vemos a garota ter suas evoluções também. Mesmo doente (a ponto de desmaiar), Kari continua seguindo em frente, enfrentando suas dificuldades particulares. E também temos o caso de Wizardmon. Imagine como é perder um amigo que praticamente salva sua vida? Kari fica triste, claro… só que ela mostra que a vida continua. E mesmo lembrando dele sempre, ela continua sua vida como antes, exatamente para mostrar que a vida dela deve seguir. Mas é na segunda temporada que Kari se mostra como é. Uma menina cheia de medos, sensível e que está sempre tentando se provar. Sem contar que ela é testada a todo momento também. Porém, o mais difícil para ela é, sem sombra de dúvidas, ver que nem sempre ela pode ajudar os outros. E que tem que se ajudar também, para poder se livrar dos medos. Mesmo sendo sensível, Kari ainda consegue ter personalidade.

(e aqui vai mais um protesto contra o desenho. ERA PRA KARI E TK TEREM FICADO JUNTOS, KOE. Aquela que shipou o casal desde quando ela apareceu pela primeira vez, no episódio 21 de Digimon Adventure 01).

Lider hiperativo

Líder hiperativo

 

Davis: o líder da segunda temporada é, sem sombra de dúvidas, uma espécie de Naruto do fim do século XX. Por que eu digo isso? Porque Davis, assim que aparece pela primeira vez, nos parece um garoto totalmente hiperativo, que não tem muita noção do que está fazendo. Ok, comparações infelizes à parte, Davis realmente é um personagem perdido no começo da temporada. Não sabe o que fazer, como fazer e muitas vezes sua empolgação desnecessária o coloca em perigo. Só que Davis não permanece assim o tempo todo (ainda bem). Com o tempo, assim como acontece com o líder da temporada anterior, Davis aprende que meter a cara nem sempre é solução. E pouco a pouco assume seu lugar de líder, se tornando ágil, astuto e inteligente (ok, nem tanto, ele continua sendo feliz no fim da temporada). Mais do que isso, Davis aprende a deixar certas infantis de lado (como sua paixonite desastrada por Kari), pára de querer chamar a atenção e prova para todos que é capaz de ser muita coisa. Ele prova também que pode se adaptar a qualquer problema e resolvê-lo. Acreditem: é amadurecimento que faz isso com as pessoas.

Ponto de equilibrio

Ponto de equilíbrio

Yolei (embora eu prefira chamá-la pelo nome original, Miyako, que não tem NADA a ver com o nome em inglês/português): a mais velha da segunda trupe é bastante intempestiva. Só perca, talvez, para Davis no quesito hiperatividade. Mas, ao contrário do líder de Digimon 02, ela nunca dá ponto sem nó. Yolei, por ter vivido o tempo todo com irmãos mais velhos, aprendeu a conviver com outras pessoas, e é a responsável por fazer isso o tempo todo no grupo. Teoricamente, mesmo ela sendo bastante feliz, Yolei não tinha muito o que evoluir. Porém, como todo personagem do desenho, ao menos uma evolução ela possui. No caso de Yolei, é fazer com que ela saiba lidar com problemas emocionais dos outros. Mesmo se relacionando bem com todos da série, Yolei fica perdida quando se encontra de frente com um problema sem razão aparente. Por isso sua parceria com Kari foi realmente complicada. Porque Kari tem problemas emocionais demais, e Yolei teve que aprender a equilibrar a dupla para que a parceria desse certo. É nesse momento que vemos uma das raras evoluções da personagem. Aprender a se adaptar e a entender melhor os sentimentos dos outros, sem deixar de ser ela mesma. Poético, não?

Seriedade em tão pouca idade

Seriedade em tão pouca idade

Cody: o menino mais novo da segunda temporada (e de toda turma também) parece seguir o exemplo dos caçulas da primeira saga. Assim como ocorreu com Tk e Kari, Cody foi quem recebeu a maior carga emotiva dentre todos os personagens, sendo o mais explorado dentre os “novatos”. Cody tem um histórico prévio já bem denso: filho único, treina kendô (o que já o torna mais sério do que as demais crianças de sua idade) e perdeu o pai exemplar ainda novo. O que isso significa? Cody é uma criança série, que segue uma forte disciplina (característica do Kendô) e se vê na obrigação de seguir os passos do pai, homem dito perfeito, e por isso o garoto se cobra o tempo todo para assim também ser e orgulhar a mãe e o avô que o criam com trabalho. Uma criança de nove anos ser assim é meio problemático, não? Só que Cody é um digiescolhido. Tem que enfrentar batalhas diversas, das quais nem sempre será bem-sucedido. Tem que fazer parceria com um garoto com quem não tem muito contato e que, além de tudo, tem sérios traumas que o fazem agir, por muitas vezes, por impulso (o que nem sempre combina com Cody). Imagine tudo isso em cima de um garoto que tenta ser perfeito? Cody só percebe que isso é impossível quando se vê obrigado a mentir para poder chamar Joe e salvar seus amigos. É quando o mais velho mostra o que aprendeu e diz que nem tudo pode ser perfeito, nem tudo é bom e mau somente. Só nesse momento vemos Cody assumindo seu amadurecimento. Claro que ele continua sendo certinho enquanto pode, mas já não se culpa quando erra. Muito pelo contrário: apenas levanta a cabeça e segue em frente. É ele mesmo. Humano que sabe que a vida continua, é claro.

 

A maior evolução

A maior evolução

Ken: como já dito em alguma parte do post, Ken é, sem sombra de dúvidas, o personagem que mais sofreu mudanças e evoluções nas duas temporadas. Porque digo isso? Bem, Ken começou vilão na segunda temporada. Depois virou um dos bonzinhos principais. Só que isso não ocorre com ele como geralmente acontece com ele. O fato é que Ken não é de todo mal, assim como também não é de todo bom. E quando conhecemos o cidadão, ele está num momento em que seu lado “malvado” fala mais alto. Pra falar a verdade, quando começa a segunda temporada, já pegamos Ken no auge de seus problemas. E com o passar do tempo, vemos como ele os resolve. Primeiro vemos Ken tendo conflitos para equilibrar esses dois lados que há nele. Depois vemos ele tendo problemas para lidar com a culpa. Logo após, ele aprende como se relacionar com as pessoas. É quando Ken atinge o equilíbrio interno, que todos deveriam ter. Assim que ele atinge isso, vemos Ken tendo outras evoluções básicas, como se tornar mais solto, menos introvertido, a se tornar um exímio lutador, e até como dormir na casa de amigos. Ken sofre evoluções demais, e o mais legal é que é bem fiel ao que vemos na realidade. Ora ele tem regressões, ora ele tem avanços, e no fim as evoluções são positivas. E mesmo assim, ele não perde o que o caracteriza. Em termos de personagens, Ken é o melhor resultado do desenho todo.

E agora que já terminamos de analisar cada personagem principal das duas temporadas de Digimon… vamos analisar os principais de Twilight? É, eu sei que será chato, mas vamos lá, não vai custar, não são muitos.

 

Anti-social ou problemas com pessoas?

Anti-social ou problemas com pessoas?

Bella: temos aqui uma adolescente com dificuldades de relacionamento com as pessoas. Como ela própria diz, é uma pessoa desastrada e que possui certas coisas das quais não gosta muito, como Forks e o pai dela. Além disso, Bella possui certas vontades que vão se destacando ao passar do livro. Uma delas é poder entender um pouco mais os Cullen. A outra que vale destacar é ter uma vida feliz com Edward, e ela fará de tudo para conseguir. Mulher de atitude? Bem, eu não diria isso. As ações de Bella, ao decorrer do livro, contradizem o que ela diz dela mesma. A garota afirma que tem problemas de relacionamentos. Mas por que, então, dispensa a amizade de muitas pessoas, que estão realmente dispostas a conhecê-la melhor? Também afirma que odeia Forks e não gosta do pai. Então, por que se mudou para lá e foi viver com o papai, mesmo sabendo que não se esforçará para melhorar a relação deles? Por último, quer ser feliz com Edward. Para isso, ela insiste, durante quatro livros, que quer ser vampira e viver com ele eternamente. QUATRO LIVROS. Nada de mudanças de posicionamento ou pensar melhor no assunto. Ela sequer muda de atitude. Vemos Bella fazendo chantagens e ameaçando acabar com a própria vida só para conseguir o que quer. E, contanto que assim ela o tenha, ela não se importa com mais nada. Não se importa com seu amor próprio, com amigos, com pai, com família ou com qualquer outra coisa. Na minha opinião, uma menina birrenta e sem muita personalidade própria. E que fica assim quatro livros.

Fantasias e Abusos

Fantasias e Abusos

Edward: ok, chegamos num ponto realmente delicado. Por duas razões. A primeira é que conhecemos Edward sob o ponto de vista da Bella. Como em todo livro escrito em primeira pessoa, não podemos confiar totalmente na palavra do narrador, porque é uma perspectiva unilateral. Cito, por exemplo, Dom Casmurro. Não podemos dizer que Capitu traiu Bentinho só porque ele diz isso. Só que, em Dom Casmurro, isso é usado de maneira positiva. No caso de Twilight, o recurso da primeira pessoa só torna a coisa mais complicada. A segunda razão é porque o Edward é o mote do livro, aquilo no qual a história roda. Sendo ele a principal razão de haver história, temos um maior destaque dele por parte de Bella. E se Bella idealiza ele, o que temos? Livros e livros com Edward idealizado, sem margens para termos outras visões.
 Mas vamos lá, não custa.
 Edward é o homem que muita mulher (cof-frescas-cof) sonha em ter. Poderoso, rico, bonito, imortal, gentil, inteligente, sensível… enfim, tudo de bom que você pode imaginar. Sejamos sinceros… quase um objeto! Por que eu digo isso? Um homem perfeito serve para quê, senão para satisfazer todos os desejos da mulher? A própria Meyer já assumiu que Edward é uma fantasia sua. Só que, em Edward, a perfeição encobre o lado negativo. Ele até topa servir de objeto e satisfazer as birras de Bella, contanto que ele esteja no domínio. Ok, nem preciso dizer que acho que Edward é manipulador e machista, certo? Temos uma teoria falando somente sobre isso. Mas o fato é que, por fazer as vontades da Bella, Edward não demonstra isso claramente. Temos que ler nas entrelinhas de Bella, e analisar.
 Edward poderia ser um personagem interessante, fato. Mas como todos os outros, ele não evolui. Passa o tempo todo fazendo o seu joguinho, porque, afinal, ele tem que ser o herói que satisfaz os leitores. E por isso ele acaba se tornando chato, para não dizer enjoativo (ofensivo). Exceto para as fan-girls. Essas o usam como objeto também.

O verdadeiro antagonista

O verdadeiro antagonista

Jacob: mais um ponto complicado da série, só que, dessa vez, tenho que dar o braço a torcer, a complicação é positiva. Jacob foge ao estigma dos outros personagens, porque ele evolui durante a série, e muito. No primeiro livro, Jacob não chama tanto a atenção, sequer sabemos que ele é um lobisomem. Jacob só ganha atenção mesmo no Lua Nova, quando ele passa de um garoto da escola para um amigo de Bella. Em Eclipse, Jake possui altos e baixos, que revela os seus conflitos internos por causa do sentimento por Bella, e também o envolvimente que possui em toda a história. Já no final do livro, ele parece dar uma trégua, e se torna “amigo” de Edward. Em Amanhecer, Jacob resolve prosseguir com sua vida, depois do casamento do casal principal da história, e pouco a pouco recomeça, até que se apaixona pela recém-nascida Renesmee (cof-ridículo-cof). Pode não parecer muito, mas em quesito de personagem, Jacob evolui bastante, sem contar que suas mudanças e atitudes durante toda a série demonstra bem o que, de fato, ocorre com as pessoas em situações como a dele. Só que um personagem que evolui dentre tantos que ficam estáticos durante quatro livros adquire um peso na história que pode ser negativo. NO caso de Jacob, ele se torna o principal antagonista dos livros. Mesmo com Volturi, James e quaisquer outros vilões, notem que o principal motivo de ódio dos fãs é justamente Jake. Por quê? Simples. Jacob evolui tanto na história que ganhou um espaço que não deveria ganhar. Torna-se o personagem que pode, de fato, destruir o que motiva toda a série: o romance Bella/Edward. Se ele pode acabar com o principal mote (único), ele se torna o antagonista. Logo, é odiado por muitos fãs. Um personagem em potencial, só que usado de maneira bem indevida.

Unidos por uma única razão

Unidos por uma única razão

Família Cullen: eu JURO que tentei traçar um perfil para todos os Cullen: Emmet, Jasper, Alice, Rosalie, Carlisle e Esme. Juro MESMO. Só que, enquanto escrevia, percebi que ficavam todos IGUAIS. Todos iguais mesmo. Não estou dizendo que os Cullen são iguais. Está bem óbvio que Rosalie é diferente de Alice, por exemplo. Mas não estamos analisando as personalidades dos personagens de Twilight, e sim sobre a evolução desses em toda a série. E embora a análise de personalidades ajude muito, ela não é o único fator. E no caso dos Cullen, nem ela faz a diferença quando analisamos esse aspecto. Embora tenham suas personalidades (o que eu também não diria, já que estão mais para estereótipos personificados, que parecem ter sido tirados de um filme americano para adolescentes, onde temos a melhor amiga que ajuda em tudo [Alice], a patricinha do contra [Rosalie], o esportista legal [Emmet] e etc), os personagens perdem tudo isso ao terem uma única função no livro. No nosso caso, eles servem para uma única coisa: manter o mote principal. Em poucas palavras, ajudar o casalzinho feliz. É, meus amados, sinto dizer, mas os Cullen só existem por isso, já que, pelo visto, Bella e Edward não conseguem manter esse mote sozinhos (a ponto de Jacob ameaçar o casal). Os conflitos próprios são ínfimos, e histórias paralelas com eles não existem. O papel deles fica muito claro com o passar do tempo, a ponto deles se contradizerem para manter essa “função”. Exemplo? Peguemos Eclipse, quando Alice sequestra Bella a pedido de Edward. E sejamos francos: Alice é a última personagem que faria isso (tema que será discutido mais abaixo, no item 3). Mas por quê os fãs não percebem? Porque ela cumpriu seu papel principal na história: ajudar o mote a se manter. Será que isso prova?

Terminado a análise com os personagens principais, podemos tirar algumas conclusões sobre o assunto. Vemos que em Digimon há um esforço em destacar todos os personagens, tanto para mantê-los no assunto principal da história como para ter suas próprias histórias. Também vemos o esforço para que eles sempre evoluam, que sejam diferentes daquilo que começaram, que aprendam conforme o desenrolar da série e também ensinem. Em Twilight, não vemos esse esforço. Além de não ter muitos enredos paralelos, os personagens parecem lutar para permanecer estáticos durante os quatro livros, sem contar que não apresentam qualquer profundidade que possa ser refletida.

E agora, o último aspecto a ser analisado.

VEROSSIMILHANÇA!

Para deixamos bem claro o que quero analisando esse aspecto, vamos explicar o que é verossimilhança.

O que é algo verossímil?

Segundo o dicionário, verossímil é aquilo que é “Semelhante à verdade. Que pode ser ou parece verdade”. Resumindo, é quando uma história (no nosso caso) é tão bem construída que, mesmo que possua elementos fantasiosos (como é o caso dos dois objetos de análise), ela tem total sentido.

(como é difícil explicar esse conceito O.O)

Enfim, por que entrei nesse mérito? Bom, eu considero que uma boa história, independente de ser a de um livro, desenho, ou filme, deve ser verossímil. Porque, no fundo, o leitor/espectador gosta de achar que tudo poderia ser verdade, não é mesmo? Mas é um recurso bem difícil, ainda mais quando se usa elementos fantasiosos. Como fazer parecer verdadeiro algo que é óbvio que não existe?

Sendo sensato e coerente – não se contradizendo, principalmente – são duas coisas que ajudam.

O que não há em Twiligh, e há em Digimon.

Vamos às comparações?

1 – Coerências e Contradições: Em Digimon, como muitos já puderam notar, há uma certa “filosofia” que os autores seguem. A primeira é bem óbvia. Os personagens precisam evoluir. Sem evolução, não há conquista, logo não há vitória. Isso fica bem claro nas digievoluções. Os Digimons não podem passar para o estágio seguinte se eles E seus digiescolhidos não evoluem internamente. Vejamos, por exemplo, Patamon. Ele sempre é o último a digievoluir. Por quê? Porque ele não acompanha o ritmo de TK. Patamon sempre sente medo de magoá-lo ou de não conseguir ser o que TK espera dele. Apenas quando ambos estão no mesmo patamar, igualmente evoluídos, que Patamon digivolve. Outro que podemos citar é Agumon. Ele fica com tanto medo de não conseguir passar para a fase perfeita que acabou se transformando em sua fase maldita.

O que o medo não faz...

O que o medo não faz...

A segunda “filosofia” que vemos em Digimon: nada ocorre por acaso. Vemos que todos os acontecimentos tem razão E explicação no desenho. Nada acontece de repente, tudo tem seu tempo e um bom motivo para ter acontecido. Só para termos uma idéia: Ken começa a segunda temporada como o Imperador Digimon. Por quê? Porque Ken foi escolhido para ser digiescolhido, mas seu irmão lhe passou a perna, e quando esse morreu e Ken pôde ir ao Digimundo, viu que tinha mais poder do que achava, e graças ao fato de estar se sentindo culpado pela morte do irmão, o poder “subiu à cabeça” e ele se tornou o vilão da história. Pode ser um motivo bobo, mas É um motivo. Tudo que acontece em Digimon tem razão de ser, e se necessário for gastar alguns episódios para dar explicações, eles gastam.
Seguindo esses dois princípios básicos, Digimon consegue se manter coerente, principalmente porque não se contradiz. Por quê? Porque ele segue regras pré-estabelecidas, e com isso toda a história tem que se adaptar a essas regras, fazendo com que, na marra, ela mantenha a coerência.

E em Twilight, o que acontece?

Bem, parece que Meyer nunca pensou em estabelecer prioridades sobre a forma como sua história deve seguir. Na verdade, parece que ela simplesmente escreve o que vem à sua cabeça. Sem pensar no que foi dito anteriormente, ou na forma como cada coisa deve acontecer para que fique de acordo com o que se espera. Se não há sequer uma preocupação com o que foi dito anteriormente, a história segue a linha do “tudo é válido”, e aí entra em contradição. Peguemos novamente o exemplo da Alice em Eclipse. Quando a personagem é apresentada em Crepúsculo, temos a visão de uma garota independente, de personalidade forte e que tem seus princípios (pelo menos foi o meu ver), sem contar que parece gostar de seus amigos. E eis que em Eclipse ela aceita o pedido de Edward e sequestra Bella. Muito bem, vamos ver como seria uma ação esperada de Alice nessa ocasião.

Edward: Alice, sequestra a Bella pra mim, por favor?
Alice: Como é? Quem você acha que eu sou pra fazer isso? Uma bandida ou o quê? Se você não sabe controlar o seu namoro e não sabe segurar sua namorada, se resolva com ela, mas não me intrometa no meio, porque além de eu não ter nada a ver com isso, eu não sou psicopata para ficar sequestrando minhas amigas. Aliás, pra quê diabos você quer fazer isso? Você tá doente por essa garota, sabia?

Mas o que vemos…

Edward: Alice, sequestra a Bella pra mim, por favor?
Alice: Hum… ah… tá bom!

(Sim, eu sei que não foi bem assim, mas não vou escrever a cena ipsis literis)

Reação bem diferente, não? O.O

Outro exemplo de contradição. Edward sabe bem que Rosalie não gosta de Bella. Sabe que a “irmã” tem seus desgostos e, por ela, ele jamais teria se envolvido com a mortal. Então, por que ele ainda acredita em Rose quando ela diz que Bella morreu? Sem checar informação nem nada? Não acredito que seja boa fé, afinal se trata da mulher que ele ama, certo? Pra mim, é contradição. Meyer parece ter esquecido que Edward sabia desse detalhe, ou simplesmente ignorado. Afinal, perder a chance de fazer Ed sofrer com a mentirinha convenientemente contada por Rosalie só por causa desse mero detalhe? Oras, o que é isso!

Analisar o que se já escreveu para que o resto seja coerente não custa muito. Só enriquece a história.

2 – Sensatez: Quando digo sensatez, estou me referindo ao modo como as séries prosseguem suas histórias: se deixam algo pendente, se explicaram algo direito ou se há algum elemento desnecessário na história. Tem que ser sensato na hora de se escrever um livro, para não cometer esses “erros”. Como os nossos dois objetos lidam com isso?

Não vou dizer que Digimon não cometeu esses tipos de erros durante as suas duas primeiras temporadas. Para não dizer que apenas defendo, darei o exemplo de um. No fim da segunda temporada, Myotismon reaparece como o grande vilão da história, em um estágio superior ao visto na primeira temporada. Ora, mas não tinha sido nessa aí que ele morreu, depois de ter sido derrotado DUAS vezes? Pois é. Sem explicação nenhuma, ele reapareceu e virou, mais uma vez, o grande vilão, sendo que os espectadores nem lembravam mais dele.
Só que posso dizer, com experiência de causa, que os erros do tipo são bem raros em Digimon. E isso acontece porque a série é feita, especialmente, para crianças. Se há um público infantil alvo, a história tem que ser muito bem amarrada, para que elas não corram o risco de ser perder. Só sendo bem sensato na hora de amarrar todos os fatos, para que, no fim, o final seja compreendido.

Twilight?

Bom… o tempo todo nos deparamos com erros desse tipo de espécie ao decorrer da série. Erros grandes? Não, eu confesso que não. Alguns até passam despercebidos, verdade. Mas quando erros se acumulam, não importa o tamanho deles, sempre será prejudicial. E em Twilight, há um acúmulo MUITO ALÉM do que deveria existir na história toda. Sempre há elementos mal explicados, e outros que estão tão jogados que Meyer precisa explicá-los em entrevistas. É como dizem, se estivesse bem claro, não necessitava explicações. Para comprovar, citarei quatro casos de falta de senso.

a) Victoria é citada o Lua Nova inteiro. Mas Meyer se enrola tanto com outros aspectos (como a relação Jake-Bella e o sumiço de Edward) que ela esquece de dizer o que acontece com Victoria no fim do livro. Ela só explica isso em Eclipse. Erro que poderia ser evitado, facilmente.
b) Bella toma sangue humano, via oral, para que o bebê pare de sugar o seu. Segundo diz em Amanhecer, o sangue vai direto para a circulação sanguínea quando ela o toma, indo para o bebê em seguida. Oi, é erro de questão biológica. Tudo que entra pela boca e é engulido, vai para o sistema digestivo. Independente de ser sangue ou não. Não precisa ser formada em Biologia pra saber disso. Foi mais do que falta de sensatez, foi gafe mesmo.

É assim que funciona, Meyer

É assim que funciona, Meyer

c) Vampiros brilham e engravidam. Ok, os vampiros são dela e ela faz o que quiser com eles. Mas já que está mudando tão radicalmente uma lenda bem antiga, o mínimo que Meyer poderia fazer era dizer porque eles tem essa reação ao sol. Não custava muito. Ela apenas iria dar mais sentido aos seus vampiros, e enriqueceria a história. Agora, ela simplesmente lança que eles brilham e pronto. Como Bella não estranhou? Quer dizer, ela pesquisou um pouco sobre vampiros para saber se Edward era um. Deve ter visto, em algum lugar, que eles carbonizam (ou deveria ter visto). Eu estranharia. Uma pessoa sensata saberia que foi um buraco deixado no livro (sem contar que também se encaixa em contradições, citadas acima).
d) Nunca fica suficientemente claro o motivo pelo qual Bella se mudou para Forks. Ela não gosta da cidade e não gosta do pai. Então, por que ela foi? Se foi por esse motivo que a série se iniciou, o mínimo que deveríamos ter era uma explicação decente sobre o motivo dela ter tomado essa decisão, mesmo sendo algo que a contrariava por dentro. Outro fator que não custava muito explicar.

Só com esses erros de coerência (com contradições constantes) e sensatez, já podemos provar que Twilight não é nada verossímil. Para algo se passar por verdade, e ganhar credibilidade, tem que evitar erros básicos como os apresentados. Digimon ganha mais um ponto.

E com isso encerro a minha defesa sobre Digimon ser melhor que Twilight. Não acredito que minha amiga irá ler isso, ou que algum fã irá aceitar o que eu disse. Mas é fato: Digimon, mesmo sendo considerado uma série boba (pra não dizer babaca, o que eu realmente não entendo, porque é uma série bem profunda, principalmente perto de muitos outros animes do mesmo estilo), estigmatizada e até mesmo criticada de maneira perojativa, consegue, sem esforço nenhum, ser melhor que Twilight. E é só um desenho, hein?

Comentários serão bem vindos, bem como contra-argumentos. Terei prazer em responder! ^^

Lily.